Technibus – Qual é a expectativa da Mercedes-Benz para o mercado de ônibus em 2026?
Walter Barbosa – Vejo um ano desafiador em 2026, com efeito menor das renovações de frota pendentes pós-pandemia, que já aconteceram em um bom volume nos últimos dois anos. Deve ser também um ano de renovações, especialmente por conta das eleições, mas em proporções menores que em 2025 devido à alta taxa de juros de 15% ao ano. Obviamente, assim que as taxas atingirem patamares mais atrativos, o mercado volta a acelerar. O Refrota sempre ajuda muito, mas não atinge todos os segmentos de ônibus.
Technibus – Qual será o maior desafio para o mercado de ônibus no próximo ano?
Walter Barbosa – Tudo leva a crer que haverá continuidade da taxa de juros elevada no país, dificultando os financiamentos e inibindo as renovações de frota. Além disso, teremos de enfrentar as questões de infraestrutura, ainda não totalmente adequadas para as renovações necessárias em São Paulo com ônibus elétricos, por exemplo. Soma-se ainda a questão das eleições, que tanto podem representar uma oportunidade para o mercado de ônibus, como uma ameaça, em função da restrição de verbas destinadas à renovação das frotas.
Technibus – Que modelo de ônibus será destaque no transporte público no próximo ano?
Walter Barbosa – No Brasil todo, os modelos com maior penetração seguirão sendo os ônibus a diesel com motor dianteiro. No caso da Mercedes-Benz, especificamente o OF 1721, nas versões com suspensão a mola e a ar, continuarão tendo destaque no mercado brasileiro.
Technibus – Qual a sua visão sobre o mercado de ônibus em 2025?
Walter Barbosa – O ano de2025 tem sido bom para o mercado de ônibus, que irá apresentar o maior volume dos últimos 10 anos, com 23.700 veículos vendidos. No acumulado de janeiro a novembro, foram emplacados 21.744 veículos no Brasil, com crescimento de 8% em comparação a igual período do ano anterior. Em 2014, o mercado total foi de 26.158 unidades, depois disso, tivemos um período de mercados menores.
Technibus – O que impulsionou o mercado de ônibus neste ano?
Walter Barbosa – O que ajudou a retomada do mercado, em 2025 e nos últimos anos, foi o movimento de renovações de frotas que ainda estavam pendentes desde o período da pandemia, combinado com a disponibilidade de linhas de financiamento específicas (como o Refrota e o PAC da Mobilidade), que compensaram a alta taxa de juros praticada no mercado.
Technibus – Quais foram os principais desafios enfrentados neste ano?
Walter Barbosa – O maior desafio deste ano, sem dúvidas, foram as altas taxas de juros e as dificuldades de implementação da eletromobilidade, especificamente em São Paulo, que, devido a questões de infraestrutura, teve volume de renovação abaixo do esperado.
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