André Marques, presidente da Volvo Buses Latin America: “Um ponto positivo em 2026 será a Lat.Bus, principal feira de ônibus da América Latina. É um evento que sempre anima os clientes e alavanca negócios”

“Ao longo do próximo ano, traremos ainda mais atualizações da nossa plataforma de produtos. Vamos seguir com nossa oferta de chassis premium de alta capacidade, tanto em rodoviários quanto em urbanos, a diesel e elétricos”, afirma o presidente da Volvo Buses

Sonia Moraes

Technibus – Qual é a expectativa da Volvo Buses para 2026?

André Marques – Ainda não temos como fazer projeções de números. Mas, considerando o cenário macroeconômico, não há indicação de mudanças relevantes de cenário. Há uma expectativa pela redução da Selic, mas, dependendo de quando isso acontecer, o reflexo no mercado de ônibus pesados não será imediato. As estatísticas oficiais dos emplacamentos Renavam só aparecem muitos meses após o faturamento dos chassis, encarroçamento e entrega para os clientes. Um ponto positivo será a Lat.Bus, principal feira de negócios de ônibus na América Latina. É um evento que sempre anima os clientes e alavanca negócios. 

Technibus – Que modelo de ônibus será destaque no próximo ano?

André Marques – A Volvo atua no segmento de pesados de alta tecnologia e segurança, contando hoje com a linha mais avançada de chassis rodoviários do mercado. Temos também a oferta mais completa do mercado em chassis urbanos elétricos. Nossa linha de produtos está bastante atualizada, a mesma que oferecemos na Europa e nos principais mercados globais. E, ao longo do próximo ano, traremos ainda mais atualizações dessa plataforma. Vamos seguir com nossa oferta de chassis premium de alta capacidade, tanto em rodoviários quanto em urbanos, a diesel e elétricos.

Technibus – Qual é a visão da Volvo Buses sobre o mercado de ônibus em 2025?

André Marques – A Volvo atua no segmento de ônibus pesados de alta capacidade, que foi bastante impactado pelas altas taxas de juros em 2025. Os operadores de transporte ficaram bastante cautelosos em investir em ônibus novos. Como exemplo disso, vemos o segmento rodoviário – um de nossos principais mercados – apresentando volumes inferiores em torno de 10% àqueles alcançados ao longo do ano de 2024.

Technibus – Quais foram os principais desafios neste ano?

André Marques – O maior desafio são os juros altos. Com a Selic em 15%, os juros reais para nossos clientes podem chegar a 20% no ano. Isso inibe a renovação e ampliação de frotas. Em rodoviários, somente operadores que estavam com frotas muito defasadas, com alto custo operacional, investiram em ônibus novos. No segmento de urbanos, alguns negócios foram puxados por força contratual, em cidades que obrigam os operadores a renovar a frota por idade.

Technibus – A previsão da Volvo Buses é de terminar o ano com quantos ônibus vendidos?

André Marques – A Volvo não divulga projeções de vendas. Mas até outubro, registramos 429 emplacamentos no Brasil. É um número 12% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, reflexo do nosso posicionamento de produto e preços. Nossos chassis têm alto padrão de tecnologia e segurança, o que nos coloca num patamar superior de desempenho e disponibilidade, mas também de custos. Com o crédito mais caro, houve impacto nos volumes de ônibus premium, como os nossos.

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