Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8, e Victor Hugo Saraiva de Almeida, diretor-presidente do Investe Piauí, assinaram nesta terça-feira (11/11), durante a COP 30, uma Carta de Intenções para estabelecer cooperação institucional com vistas à investimentos visando a ampliação da capacidade produtiva na unidade da Be8 em Floriano (PI), assim como a instalação, no mesmo local, da segunda unidade industrial da companhia dedicada à produção do Be8 BeVant.
A partir desta assinatura, a empresa desenvolve os estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira (EVTE), o cronograma preliminar de implantação e as estimativas de geração de emprego e faturamento. A agência apoiará a empresa na identificação de parceiros estratégicos e acompanhamento de pleitos de incentivos fiscais.
“Estamos honrados em assinar este compromisso que reforça nosso objetivo estratégico de avançar com oferta de energias renováveis com capacidade ampliada para avançar na oferta de nosso produto aqui na Região Norte”, disse Erasmo Carlos Battistella. “Outro passo importante é ter uma segunda unidade de produção de Be8 BeVant®, que acaba de ser avaliado de forma bem-sucedida na Rota Sustentabilidade COP 30, um projeto desenvolvido com a Mercedes Benz”, completou Battistella.
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Ônibus com chassi OM500RS DD e motor OM460 abastecido com BeVant (Divulgação)
A Mercedes-Benz do Brasil e a Be8, produtora de biodiesel, coletaram dados expressivos nos testes comparativos para avaliação de biocombustível 100% em motores Euro 6 com tecnologia BlueTec 6. A chamada “Rota Sustentável COP 30” percorreu mais de quatro mil quilômetros por estradas brasileiras, partindo de Passo Fundo (RS) e chegando em Belém (PA), sede da COP30.
O objetivo dessa ação é, em caráter experimental, comparar os níveis de emissões de gases de efeito estufa dos motores Euro 6 com tecnologia BlueTec 6 da Mercedes-Benz, que equipam dois caminhões Actros Evolution 2553 6×2 e dois ônibus O 500 RSDD 8×2 abastecidos com o diesel comercial B15 e com o biocombustível Be8 BeVant.
De acordo com cálculos preliminares realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, que realizou as medições de acordo com protocolos técnicos auditáveis, ao final da caravana foram reduzidas em aproximadamente 99% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na avaliação com biocombustível 100% em motores Euro 6 dentro do conceito do “tanque à roda”.
Isso acontece porque o biocombustível utilizado, produzido a partir de fontes renováveis como o óleo de soja, já absorveu CO2e da atmosfera durante o seu cultivo. Ou seja, o que foi emitido pelo veículo ao rodar foi praticamente compensado pelo que a planta retirou do ar antes de virar combustível. Examinando o ciclo completo do “poço à roda”, que considera da produção do combustível até seu uso, os dados preliminares apontaram uma redução de cerca de 65% nas emissões de CO2e.
“É importante ressaltar que o porcentual de redução de cerca de 65% nas emissões de CO2e só não é maior porque o Brasil já utiliza B15 como combustível comercial”, afirma Luiz Carlos Moraes, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes-Benz do Brasil. “Isso significa que o veículo abastecido com Be8 BeVant® deixará de emitir aproximadamente 532 toneladas de CO2e se rodar os 700 mil quilômetros, conforme previsto na norma Proconve P8 (Euro 6)”.
“Os resultados são muito importantes: o desempenho foi semelhante em consumo e potência, com a diferença de que as emissões do Be8 BeVant® são menores. Isso confirma que o novo biocombustível representa uma solução imediata e acessível para as transportadoras de cargas e de pessoas no Brasil“, diz Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.
Durante os testes da “Rota Sustentável COP30”, as medições e comparações de emissões entre o Be8 BeVant® e o diesel B15 dos quatro veículos ficaram a cargo do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), do estado de São Paulo.
A proposta metodológica seguiu padrões reconhecidos (Protocol GHG, ISO 14064) e utilizou dados certificados por programas como o RenovaBio e o ISCC, o que garantiu rastreabilidade e comparabilidade dos resultados. O RenovaBio é a política nacional brasileira para biocombustíveis, enquanto o ISCC (International Sustainability and Carbon Certification) é uma certificação global voluntária de sustentabilidade para biomassa e bioenergia. Ambos buscam promover a produção e o uso de combustíveis mais sustentáveis.
Validação
A Mercedes-Benz está em fase de testes e validações para garantir que o uso comercial do Be8 Bevant® seja seguro para os seus clientes. Os frotistas que demonstrarem interesse no uso do Be8 BeVant e que possuam frota com a motorização BlueTec 6 receberão suporte técnico, ferramentas de monitoramento e orientação de manutenção.
Hoje os veículos Mercedes-Benz no Brasil já estão autorizados a usar até B20 e os testes continuam a ser realizados até o B100.
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Milena Braga Romano, diretora-presidente da Eletra (Divulgação)
A discussão global sobre descarbonização dos transportes avança, mas um alerta ganha força dentro do setor: ser elétrico não é suficiente. Para ser verdadeiramente transformador, o ônibus precisa ser sustentável também em sua concepção, em sua produção e em sua aplicação prática nas cidades. A afirmação é de Milena Braga Romano, diretora-presidente da Eletra, empresa brasileira líder na fabricação de ônibus elétricos e referência em tecnologia nacional para mobilidade urbana de baixo carbono. A companhia tem participação ativa na COP-30, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que é realizada em Belém (PA).
A Eletra, que há quase três décadas desenvolve tecnologia própria para propulsão elétrica, está presente na COP-30 na mesa de debates sobre descarbonização dos transportes da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), também participa da operação de transporte oficial das delegações em parceria com a BRT-Amazônia e é responsável pelos 40 ônibus elétricos que compõem o BRT Metropolitano de Belém, sistema que recentemente passou a oferecer viagens mais confortáveis e com tarifas menores para a população da região metropolitana, graças a um novo modelo de integração entre cidades.
Segundo Milena, o Brasil vive um momento singular na transição energética do transporte coletivo. O país já possui uma das maiores frotas de ônibus elétricos da América Latina e consolidou capacidade industrial própria, o que garante autonomia estratégica, geração de empregos e desenvolvimento tecnológico local. Ela destaca que esse percurso não se fez sem persistência: “Quando a Eletra nasceu, falar em ônibus elétricos no Brasil parecia utopia. Hoje estamos na COP-30 mostrando que essa utopia se tornou política pública, indústria nacional e impacto social positivo.”
Para a diretora-presidente, sustentabilidade é um conceito que vai além da redução de emissões. Envolve a capacidade de o veículo ser adaptado ao contexto operacional de cada cidade. Ela afirma que a flexibilidade é um diferencial brasileiro: “Não existe um ônibus elétrico universal. Países como o Brasil têm realidades climáticas, sociais e econômicas muito distintas entre si. É por isso que a produção nacional é estratégica. Não basta importar um modelo pronto; é preciso desenvolver a solução certa para cada operação, junto aos operadores e gestores públicos.”
Nesse sentido, a Eletra mantém, além da fabricação, um trabalho de consultoria técnica denominado Eletra Consult, que orienta desde o planejamento da infraestrutura de recarga, obras nas garagens e adaptação de linhas até o treinamento de eletricistas, motoristas e mecânicos, além do desenho financeiro ideal para cada cidade e empresa. Milena lembra que a eletrificação abre portas para novos ciclos de uso das baterias, que futuramente poderão alimentar hospitais, escolas e residências. “Sustentabilidade é pensar o ciclo completo e o futuro que ele viabiliza”, afirma.
Na avaliação da executiva, um transporte verdadeiramente sustentável precisa equilibrar três dimensões. A ambiental, que reduz a emissão de poluentes e melhora o ar das cidades. A econômica, já que os custos de manutenção e operação tendem a cair à medida que baterias se barateiam e tecnologias se consolidam. E a social, que se expressa na geração de empregos qualificados na indústria nacional, no fortalecimento da economia local e na melhoria direta da experiência do passageiro. “Transporte público não é despesa, é investimento. Quem anda de ônibus elétrico sente imediatamente a diferença no conforto, no silêncio e na qualidade do trajeto. Não é apenas deslocar pessoas, é oferecer dignidade”, diz Milena.
Ela conclui afirmando que a transição energética não deve ser tratada como tendência, mas como compromisso. “Tenho convicção de que o ônibus elétrico vai além de não poluir. Ele é uma ferramenta de transformação urbana, econômica e humana. Quando o passageiro escolhe esperar pelo elétrico, ele não está escolhendo apenas um meio de transporte; ele está escolhendo o futuro.”
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A Caio forneceu um Apache Vip, para a Eldorado Brasil, empresa especializada na produção de celulose de eucalipto. O veículo já está em operação, sendo utilizado para o deslocamento das frentes de trabalho até a base de cultivo florestal em Três Lagoas (MS).
Para atender às necessidades do projeto Espaço de bem-estar florestal da Eldorado, a Caio adaptou o Apache Vip para receber a customização necessária, que inclui um refeitório com mesas e poltronas duplas, armário para armazenamento de marmitas, bebedouros, porta-televisores e, na área externa, toldos para proteção solar, mesas retráteis e lavatório duplo com acionamento no pedal e reservatório no bagageiro.
O Apache Vip possui 13 metros de comprimento e é encarroçado sobre chassi Mercedes-Benz com motorização dianteira Euro 6. “A implantação do ônibus visa oferecer mais conforto à nossa gente e, além disso, otimiza as atividades florestais ao eliminar longos trajetos até áreas fixas de vivência, garantindo maior eficiência operacional. E já temos a expectativa de ampliar esse projeto para todas as nossas operações, devido ao sucesso alcançado”, afirma Valdemir Brunheroto, gerente de silvicultura da Eldorado Brasil.
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O ministério das cidades anunciou, nesta quinta-feira (6), a aquisição de 60 novos ônibus equipados com tecnologias menos poluentes que vão reforçar e modernizar o transporte público em quatro estados. Os veículos são de modelos elétricos e de motores Euro 6. A iniciativa, que integra o eixo de Renovação de Frota do Novo PAC voltado para o setor privado, soma um investimento total de cerca de R$ 110 milhões.
Serão destinados R$75 milhões para a aquisição de 20 ônibus elétricos que atenderão os municípios paulistas de Santo André, São Bernardo do Campo, Diadema e a capital São Paulo. Em Santa Catarina, Florianópolis receberá 25 ônibus Euro 6, com investimento de R$ 22,5 milhões, enquanto Belo Horizonte (MG) contará com 10 veículos do mesmo tipo, no valor de R$ 8,1 milhões. Já o município de Rio Grande (RS) terá sua frota ampliada com cinco novos ônibus Euro 6, em investimento de R$ 4,7 milhões.
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O Brasil pode adotar diferentes rotas tecnológicas para a descarbonização, explorando suas vantagens competitivas com os biocombustíveis e a matriz elétrica renovável. É o que indica o estudo sobre o tema “Iniciativas e Desafios Estruturantes para Impulsionar a Mobilidade de Baixo Carbono no Brasil até 2040”, elaborado pela LCA Consultores e encomendado pelo Instituto MBCB Brasil.
No segmento de ônibus, a constatação é de que a frota deverá crescer 26,5% de 2025 a 2040, saltando de 398,3 mil para 503,7 mil unidades, com redução de 99% (que representa 395,3 mil unidades) de motores à combustão interna para 70%, equivalente a 352,5 mil unidades.
Neste período, a demanda por eletricidade para os veículos pesados terá aumento de 27,1%. Na frota de ônibus, os modelos elétricos terão 20% de participação, com 100,7 mil veículos em 2040, e os movidos a gás natural ou biometano terão uma fatia de 10%, chegando a 50,3 mil unidades.
Em suas projeções, a LCA Consultores constatou também que, para os veículos pesados (ônibus e caminhões), a redução de emissões se apoiará na maior demanda por biodiesel – sustentada pela mistura de 20% de biodiesel no diesel – e no avanço do biometano. A estimativa é que a capacidade efetiva de biodiesel pode chegar a 17 bilhões de litros em 2040, representando um crescimento de 15,6% no período.
Entre as fontes de energia limpa, o biometano desponta como uma das principais oportunidades para a descarbonização do transporte e o fortalecimento da segurança energética nacional. A expansão deste combustível pode impulsionar novos polos de desenvolvimento regional, especialmente em áreas ligadas à agropecuária e ao setor sucroenergético. O aproveitamento do potencial estimado de produção, que pode chegar a 120 milhões de metros cúbicos por dia, reforça a posição do Brasil como referência mundial em energia renovável.
Produzido a partir de resíduos agroindustriais, o combustível tem potencial para substituir até 70% do consumo de diesel no transporte pesado até 2040, um avanço relevante para reduzir emissões e custos logísticos.
“As projeções indicam que o custo marginal de descarbonização do transporte é otimizado quando o país aproveita as rotas já consolidadas e introduz gradualmente novas tecnologias, como o biometano. Essa combinação reduz os riscos e permite uma trajetória de investimento mais estável para o setor”, explica Fernando Camargo, sócio-diretor da LCA Consultores.
O estudo evidencia ainda o setor de transporte pesado como oportunidade estratégica para o desenvolvimento de soluções inovadoras, viabilizadas por políticas públicas coordenadas, infraestrutura adequada e previsibilidade regulatória.
O desafio, segundo o Instituto MBCBrasil, é transformar esse potencial técnico em resultados estruturantes. A entidade defende que o sucesso da mobilidade de baixo carbono depende da convergência entre inovação tecnológica e políticas públicas bem coordenadas. “O Brasil tem condições únicas para liderar uma transição energética eficiente e inclusiva, capaz de unir crescimento econômico e sustentabilidade. O avanço das novas tecnologias e o fortalecimento dos biocombustíveis mostram ser possível reduzir emissões e, ao mesmo tempo, ampliar oportunidades de desenvolvimento”, afirma José Eduardo Luzzi, presidente do Instituto MBCBrasil.
Sobre o HVO, diesel verde produzido através do hidrotratamento de óleos e gorduras, a estimativa é que a demanda pode chegar a dois bilhões de litros em 2040, considerando um percentual de 3% deste combustível no diesel B.
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O ministério das cidades lançou nesta quarta-feira (5), durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, o Fundo de Melhoria de Crédito para Ônibus Elétricos do Brasil, uma iniciativa inédita que promete transformar o transporte público e reduzir as emissões nas cidades brasileiras.
O fundo é resultado de uma ampla parceria entre o ministério das cidades, Bloomberg Philanthropies, BTG Pactual, Mitigation Action Facility e WRI Brasil, e tem como meta mobilizar cerca de 80 milhões de euros para financiar a compra de ônibus elétricos e a instalação de infraestrutura de recarga em todo o país. Com a participação de investidores privados, o mecanismo deve alavancar aproximadamente 450 milhões de euros em investimentos até 2030, viabilizando a chegada de mais de 1.700 novos ônibus elétricos.
O fundo foi desenvolvido com apoio do Instituto de Política de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), da Catalytic Finance Foundation e da C40 Cities, e busca enfrentar um dos maiores entraves à descarbonização: o acesso das cidades a crédito acessível e de longo prazo para financiar infraestrutura verde. Ao reduzir o risco para investidores, o mecanismo torna os projetos de eletrificação mais atrativos e viáveis. A iniciativa faz parte de um conjunto mais amplo de ações lideradas pelo ministério para apoiar estados e municípios na adoção de soluções inovadoras e sustentáveis de mobilidade urbana. Por meio de políticas integradas e crédito facilitado, o governo federal quer acelerar a substituição de frotas movidas a diesel por veículos elétricos, reduzindo emissões, ruído e custos operacionais, e garantindo cidades mais limpas, eficientes e humanas.
A Marcopolo estará presente na Cúpula Mundial de Prefeitos do C40 2025, que será realizada entre os dias 3 e 5 de novembro, no Rio de Janeiro. Por meio de uma ação de mobilidade sustentável, fará o transporte das delegações entre o hotel e o local do evento, o Museu de Arte Moderna (MAM) e Vivo Rio, com um ônibus 100% elétrico Attivi Integral.
“Estar presente de maneira ativa na Cúpula Mundial de Prefeitos da C40 demonstra o quanto a Marcopolo está focada em colaborar com a transição energética e descarbonização do transporte. Temos, nos últimos anos, investido e desenvolvido soluções e tecnologias com foco em zero emissão, como o ônibus 100% elétrico Attivi Integral”, destaca André Armaganijan, CEO da Marcopolo.
A Cúpula Mundial de Prefeitos do C40 2025, coorganizada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e pelo prefeito de Londres e copresidente do C40 Cities, Sadiq Khan, reúne prefeitos de quase 100 cidades do C40, juntamente com líderes empresariais, filantropos, investidores, acadêmicos e representantes da sociedade civil. O evento marca os 20 anos da rede C40 e dará início ao Fórum de Líderes Locais da COP30, debatendo soluções concretas para a crise climática, como melhorias no transporte público, aumento de áreas verdes e estratégias de gestão de riscos e destacando o papel da indústria na construção de cidades mais resilientes e conectadas com os desafios climáticos globais.
O evento apresentará soluções inovadoras de cidades de todo o mundo e impulsionará o movimento rumo à COP30, demonstrando o que é possível por meio da colaboração focada em resultados. As cidades do C40 já abrigam 21 milhões de empregos verdes de qualidade. O objetivo é criar 50 milhões desses empregos até 2030, o que demonstra como a ação climática liderada pelas cidades não está apenas reduzindo as emissões, mas também impulsionando o crescimento econômico inclusivo e melhorando a qualidade de vida.
Marcopolo na COP 30
Marcopolo estará presente na COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém (PA), demonstrando o protagonismo brasileiro em mobilidade sustentável. A empresa terá presença em painéis oficiais da COP30 apresentando soluções de mobilidade de baixo carbono e iniciativas sociais que reafirmam seu papel como liderança brasileira e referência global na transformação do transporte coletivo sustentável.
Além do ônibus 100% elétrico Attivi Integral, a companhia terá soluções com propulsões alternativas, como o Volare Fly 10 GV, micro-ônibus movido a GNV e biometano, que oferece autonomia de até 450 km e reduz em até 96% as emissões de material particulado, e o Volare Attack 9 Híbrido, primeiro micro-ônibus híbrido elétrico/etanol do mundo, desenvolvido em parceria com a HORSE Powertrain e a WEG.
“A COP30 é uma oportunidade única para mostrarmos ao mundo como a inovação em mobilidade pode reduzir as emissões em larga escala. Mobilidade sustentável é mais do que tecnologia — envolve qualidade de vida urbana, eficiência dos sistemas de transporte e inclusão social. É uma jornada coletiva, que exige colaboração entre governos, empresas e sociedade”, afirma André Armaganijan, CEO da Marcopolo.
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Durante os três dias do congresso Arena ANTP 2025, que foi realizado entre 28 e 30 de outubro no Transamérica Expo Center, em São Paulo, houve transporte gratuito com ônibus elétrico ligando o Aeroporto de Congonhas ao local do evento. A ação conjunta da MobiBrasil e da Primova contou com apoio da concessionária do aeroporto AENA e transportou 165 pessoas. Devido ao sucesso da operação, haverá uma iniciativa semelhante durante a Lat.Bus 2026, que ocorrerá de 11 a 13 de agosto no São Paulo Expo, com organização e promoção da OTM Editora.
Os veículos utilizados foram da Caio/Mercedes-Benz. A operação foi feita pela MobiBrasil em parceria com a Primova, responsável pela solução digital de acesso por meio do aplicativo Cittamobi. A iniciativa facilitou o deslocamento de visitantes, expositores e convidados entre o aeroporto e o maior fórum nacional sobre transporte público e mobilidade do país.
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Os ônibus urbanos do Brasil têm a menor pegada de carbono do planeta, e o elétrico brasileiro rodando aqui tem o melhor desempenho. É o que constatou o estudo desenvolvido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) em parceria com a Boston Consulting Group (BCG). O trabalho, intitulado “Caminhos da Descarbonização: a pegada de carbono no ciclo de vida do veículo”, calculou de forma inédita as emissões de CO₂ em todo o ciclo de vida dos automóveis, caminhões e ônibus fabricados no Brasil – da pré-produção ao descarte – comparando-as com as de veículos produzidos em outros países.
O estudo constatou que o ônibus urbano, abastecido com diesel, é o que emite menos carbono no mundo por causa da adição de 15% de biodiesel, trazendo vantagem competitiva para o Brasil. Abastecido com 100% de biodiesel, é a alternativa para descarbonização no país, com menos emissões que os elétricos que rodam na China e nos Estados Unidos.
“O B15 se mostra muito mais eficiente do ponto de vista de menos emissões e, rodando com 100% de biodiesel, ele descarboniza quase como um veículo elétrico”, disse Igor Calvet, presidente da Anfavea.
No comparativo entre os modelos elétricos, foi demonstrado que o ônibus elétrico na China emite cinco vezes mais que o similar brasileiro. “OBrasil inovou em ônibus elétricos e, por todo o ecossistema, consegue atingir os níveis mais baixos de emissões”, disse MasaoUkon, diretor executivo e sócio-sênior do BCG. “O ônibus roda muito, demandando muita eletricidade e, com 90% de matriz renovável, permite esse desempenho.”
Brasil tem vantagem com matriz mais limpa
Com base na avaliação realizada ao longo deste ano, constatou-se que o Brasil tem uma vantagem única no mundo. “Certamente é um dos países, senão o maior, com a matriz mais limpa”, comentou o presidente da Anfavea. “A matriz elétrica nacional é composta por 90% de fontes renováveis – hidrelétricas, eólica, solar, biomassa – e a matriz energética é 50% renovável. Esses fatores têm impacto em toda a cadeia, seja na fabricação dos veículos, na emissão durante o uso ou até na recarga de modelos elétricos, por exemplo. Com isso, veículos produzidos e utilizados no país têm pegada de carbono menor.”
O estudo apurou que o Brasil pode intensificar o uso de biocombustíveis para reduzir emissões de gases de efeito estufa enquanto a eletrificação ganha escala no país e o avanço da descarbonização no Brasil depende da cadeia completa, com melhorias de desempenho na produção de insumos, por exemplo.
O diretor do BCG afirmou que o Brasil já parte de uma pegada de carbono menor, sustentada por uma matriz elétrica renovável e décadas de experiência no uso de biocombustíveis e frota de veículos flex. “O estudo qualifica este ponto de partida e mostra o potencial de redução futura ao avançar em ganhos de eficiência ao longo das diferentes etapas da cadeia produtiva e de uso. São caminhos que permitem ao país acelerar sua jornada de descarbonização automotiva e permanecer na vanguarda global”, explicou Ukon.
Ao ser questionado se o Brasil está no caminho certo em investir na frota de ônibus elétricos ou se o biometano seria o combustível mais viável para o transporte público, o executivo do BCG disse que ambos os caminhos são rotas tecnológicas que vão descarbonizar, mas dependem de infraestrutura para poder se consolidar no mercado.
Segundo Ukon, a produção de bateria vai evoluir e requer uma quantidade de energia e emissão de CO2 relevante, mas o fato de o Brasil ter uma matriz energética diferenciada, a bateria produzida aqui teria uma pegada de carbono mais baixa.
Na sua avaliação, não haverá uma rota única que resolva o problema de redução de poluentes no país. O biometano tem limitação de infraestrutura e de disponibilidade de matéria-prima, o biodiesel também tem limitações e custo, além das realidades regionais. A eletrificação depende da infraestrutura. “O que mostramos com os dados e que contribui para a discussão é que não haverá uma tecnologia mais importante que a outra. Vamos investir nas duas tecnologias que serão importantes para o Brasil e o mundo.”
O diretor da BCG destacou que, em todas essas rotas tecnológicas, o Brasil já parte de uma posição diferenciada e deveria continuar explorando por serem muito positivas para a redução da descarbonização.
Comparativos com veículos que rodam no mundo
A pesquisa usou como referência as emissões de veículos leves e pesados, rodando no Brasil e nos principais mercados do mundo: União Europeia, Estados Unidos e China. O cálculo considera a pegada de carbono desde a extração das matérias-primas, passando pela produção dos insumos, montagem dos veículos e distribuição, até chegar ao seu uso e descarte. “Para fazer um veículo, seja de passageiros, um caminhão ou um ônibus, há um longo caminho a percorrer e cada uma dessas fases, seja da manufatura, passando pelas autopeças e chegando à montagem e à produção do combustível – seja fóssil ou biocombustível –, o uso do veículo emite CO2”, destacou o presidente da Anfavea.
Neste estudo, se usou o conceito conhecido tecnicamente como do “berço ao túmulo”, que, segundo a Anfavea, é a forma mais completa de aferir a emissão de gases do efeito estufa. O programa de mobilidade verde (Mover) prevê o cálculo da pegada de carbono no ciclo de vida como critério a partir de 2027 para a concessão de incentivos visando a descarbonização da frota brasileira.
Além de calcular os impactos por tipo de motorização e por país, o estudo comparou em que momento do ciclo de vida mais se emite CO₂. No caso dos caminhões, o modelo utilizado para comparação é urbano, com vida útil de 300 mil quilômetros, e um rodoviário de longa distância de 700 mil quilômetros de vida útil. Em ônibus, é um modelo urbano, com vida útil de 700 mil quilômetros.
“No caso dos caminhões e ônibus a diesel, mais de 94% das emissões ocorrem durante a utilização, fazendo com que quase todo o potencial de descarbonização seja colocado no maior uso de biocombustíveis. Para caminhões urbanos elétricos rodando no Brasil, as emissões no uso caem para 33%, ante mais de 70% nos outros mercados, devido à matriz limpa nacional. Os ônibus elétricos emitem mais na fase de produção dos insumos, sobretudo da bateria”, destacou o presidente da Anfavea.
Segundo a Anfavea, a vantagem que o Brasil tem hoje em sua matriz elétrica tende a ser reduzida nos próximos anos, dados os investimentos de outros países, sobretudo China e Europa, na redução do uso de energia térmica e aumento de fontes hídricas, solar, eólica e até nuclear. “A matriz energética é uma vantagem brasileira difícil de ser superada, em função das condições que favorecem o cultivo e a tecnologia para produção de biocombustíveis.”
Para o presidente da Anfavea, o novo estudo deixa claro que a descarbonização depende da cadeia completa. “Os fabricantes vêm se esforçando há muitos anos para reduzir a pegada de carbono, tanto nos processos industriais como na eficiência dos veículos. Essa mobilização deve ser estendida para toda a produção dos insumos, o chamado ‘berço’, e também para as operações de descarte e reciclagem, com grande potencial de descarbonização ao estimular a renovação de frota e o aproveitamento de materiais reciclados”, destacou Calvet.
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