Sustentabilidade

COP30: transportes unidos pela descarbonização

O Podcast do Transporte desta semana mostra como os setores de transporte terrestre, aéreo e marítimo estão articulados para levar propostas unificadas à COP30, que acontece em Belém. A Coalizão dos Transportes, formada por empresas e entidades, ganhou 69 novos participantes — entre eles, a MobiBrasil. O diretor Manuel Marinho explica como a empresa já cumpre os critérios exigidos e como a adesão fortalece práticas sustentáveis que já fazem parte do dia a dia da operação.

MobiBrasil: governança e compromisso ambiental

Manuel Marinho detalha os compromissos da MobiBrasil com governança, inovação e transparência. A empresa já atua com metas climáticas, participa de fóruns técnicos e mantém estrutura dedicada à sustentabilidade. Marinho também comenta os avanços na infraestrutura elétrica: os problemas que deixaram parte dos 100 ônibus da empresa parados por falta de energia foram resolvidos e todos já estão circulando. A garagem da empresa em São Paulo deve estar pronta para mais 65 veículos elétricos até dezembro.

Três alavancas para descarbonizar

Miguel Setas, CEO da Motiva, resume os três vetores que podem reduzir até 60% das emissões do setor: ampliar o uso de modais como ferrovia e hidrovia, dobrar o consumo de biocombustíveis até 2050 e acelerar a eletrificação das frotas. Ele também aponta o hidrogênio verde como alternativa promissora para o transporte pesado. E diz que hoje dentro das empresas,  a balança entre as demandas econômicas e ambientais mostra mais equilíbrio.

Evento Fretamento 2025: avanços e desafios

O maior evento do setor de fretamento aconteceu em Foz do Iguaçu e teve cobertura dupla do Podcast do Transporte. Adamo Bazani, editor do Diário do Transporte, faz um balanço do encontro e  destaca que o diálogo entre operadores e poder público está mais maduro, mas ainda há entraves como a lei do motorista, o uso obrigatório de biodiesel e os juros altos. Milton Zanca, presidente da Fresp, reforça que o setor precisa se unir para avançar em soluções.

Legislação específica para o fretamento

Márcia Pinna, editora da Technibus, que também acompanhou o Evento Fretamento 2025, entrevista Joel Bitencourt, assessor jurídico da Fresp, sobre as alterações na Lei do Motorista. O especialista defende uma legislação própria para o fretamento. Ele aponta que a legislação atual foi feita olhando para o transporte de carga e não considera as especificidades do setor, como jornadas fracionadas e descanso em locais adequados. Sem essa diferenciação, muitas empresas podem se tornar inviáveis.

Motiva: preocupação em qualificar o transporte para trazer inclusão social

André Costa, diretor da Motiva Trilhos, afirma que transporte público de qualidade é ferramenta de inclusão. Ele destaca os ganhos de tempo com a expansões como nas  linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM, e como isso impacta oportunidades de emprego, saúde e desenvolvimento urbano. André elogiou os passageiros, que  participam da melhora da qualidade quando seguem as normas de segurança e civilidade durante o trajeto. O objetivo é sair das estações, por isso o projeto “Cidadão do Futuro”, que leva educação sobre mobilidade às escolas.

Abrati sobre Reforma Tributária: compliance e concorrência

Leticia Pineschi, porta-voz da Abrati, explica como a entrada em vigor do IBS e da CBS em 2026 vai exigir das empresas regulares uma nova infraestrutura de governança fiscal. Ela afirma que o modelo irregular não se sustenta sem créditos tributários e sob risco crescente de autuação. A reforma pode ser um divisor de águas para o setor, integrando compliance regulatório e fiscal e reduzindo a concorrência desleal.

Editorial – O calor que não cabe no discurso

Alexandre Pelegi encerra o episódio com uma crítica à contradição urbana de São Paulo: ônibus elétricos são anunciados como solução ambiental, mas o passageiro segue exposto ao calor extremo em calçadas sem sombra e sem abrigo. A cidade precisa respirar junto com o transporte. A professora Denise Duarte da FAU-USP propõe transformar terminais em refúgios climáticos e adotar a despavimentação seletiva. Pelegi alerta: não basta rodar limpo se o passageiro continua torrando na calçada.

Informação com análise é no Podcast do Transporte

Episódio novo toda quarta-feira pelo Spotify (ouça aqui) ou no seu agregador favorito.
O Podcast do Transporte é um produto do Diário do Transporte, Technibus/OTM Editora e ANTP.

Patrocínio: Arena ANTP e Abrati.

Apoio: Mercedes-Benz Ônibus, Transdata e Prodata Mobility Brasil.

Produção: Toda Onda

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América Latina ultrapassa US$ 4 bi em investimentos em ônibus elétricos

Um novo relatório da Parceria Zebra (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator) revela que já foram investidos mais de US$ 4,4 bilhões em ônibus elétricos na América Latina, tornando a região um dos mercados de transporte elétrico que mais cresce no mundo. O relatório “Zero-emission buses market share in LatAm” analisou o cenário de investimentos em ônibus elétricos no Brasil, Chile, Colômbia e México.

Segundo a Parceria Zebra, os resultados confirmam que a América Latina está a caminho da transição global para o transporte urbano limpo, com crescimento exponencial no financiamento e implantação de ônibus elétricos. Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), em 2021, a Parceria Zebra impulsionou uma coalizão de financiadores que se comprometeu a investir mais de US$ 1 bilhão em ônibus de zero emissões na América Latina.

Em 2025, os projetos de ônibus elétricos da coalizão alcançaram US$ 1,8 bilhão em investimentos, sendo US$ 440 milhões dos investidores e US$ 1,3 bilhão adicionais mobilizados de outros financiadores. No total, os investimentos em veículos elétricos na América Latina já superam os US$ 4,4 bilhões. Santiago, São Paulo e Bogotá lideram os investimentos, representando quase 75% do total.

Por trás dessa onda de investimentos estão alguns dos financiadores mais influentes do mundo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco Mundial, o BNP Paribas, o Société Générale e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estão impulsionando a transição por meio de financiamentos de dívida em larga escala. No lado do capital, alguns atores dominam o mercado: VG Mobility, Enel X, Infrabridge, Kaufmann e John Laing concentram quase 80% de todos os investimentos de capital na região.

Em 2019, quando a Parceria Zebra foi lançada, o mercado latino-americano contava com apenas 1.363 ônibus elétricos. Em 2021, quando o compromisso foi anunciado, a América Latina tinha aproximadamente 2.500 ônibus elétricos. Em 2025, a região já conta com mais de 7.000 ônibus elétricos circulando nas ruas, bilhões investidos e milhares de pessoas nas maiores cidades respirando um ar mais limpo todos os dias. Além dos ganhos ambientais, os ônibus de zero emissões oferecem viagens mais seguras, silenciosas e confiáveis, dando às famílias melhor acesso a empregos, educação e oportunidades.
O desafio agora é garantir que esses benefícios cheguem além das grandes capitais. Para acelerar a transição em cidades médias e pequenas, a Parceria Zebra está trabalhando em estreita colaboração com governos nacionais.

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A Marcopolo é a mais nova integrante da C.A.S.E.

A Climate Action Solutions & Engagement (C.A.S.E) acaba de anunciar a Marcopolo como a mais nova integrante da iniciativa empresarial para posicionar o Brasil como protagonista na agenda climática global. Além de Marcopolo, a parceria conta com a participação do Bradesco, Itaúsa, Itaú Unibanco, Natura, Nestlé e Vale.

A adesão foi oficializada em evento promovido no início da noite desta terça-feira (23), no escritório de advocacia da Mattos Filho em Nova York, como parte da programação da New York Climate Week, que ocorre nos EUA, como evento paralelo também a Assembleia Geral da ONU.

“Para a Marcopolo, ser protagonista no desenvolvimento de soluções de mobilidade significa impulsionar a transição para um futuro mais sustentável, conectando inovação, responsabilidade ambiental e inclusão social. Nosso propósito é claro: transformar o transporte coletivo por meio de tecnologias que promovam eficiência, acessibilidade e respeito ao meio ambiente. Ao alinharmos nossa estratégia aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, reafirmamos nosso compromisso com a descarbonização do transporte e com o desenvolvimento de soluções que impactem positivamente as comunidades onde estamos presentes. A participação na C.A.S.E e na COP30 é reflexo dessa jornada, na qual buscamos não apenas compartilhar nossa trajetória, mas também colaborar com as cadeias produtivas e mostrar que o Brasil pode liderar globalmente a mobilidade do futuro”, afirma o CEO, André Armaganijan.

A C.A.S.E. tem a missão de destacar o setor privado brasileiro como parte indispensável para a entrega de soluções climáticas de impacto, alinhadas aos eixos da Agenda de Ação da COP30, conforme o chamado do presidente da conferência, o embaixador André Corrêa do Lago. Para isso, a iniciativa demonstra como as empresas brasileiras estão impulsionando soluções já aplicadas e escaláveis em bioeconomia, descarbonização industrial, finanças sustentáveis e cadeias de valor.

De acordo com a C.A.S.E., a adesão da Marcopolo se torna ainda mais relevante à medida que o grupo pretende dar visibilidade às iniciativas que podem ser implantadas por outras companhias, no Brasil ou no exterior. A ação coordenada está aberta à aproximação de outras empresas que compartilhem dessa visão e queiram contribuir para ampliar o alcance dessas soluções. Mais do que adesão formal, a C.A.S.E. busca fortalecer uma rede de implementação que inspire, mobilize e ajude a destravar caminhos para uma economia que seja positiva para o clima, a natureza e as pessoas.

A C.A.S.E. já selecionou 20 histórias de soluções climáticas e socioambientais brasileiras, lideradas pela iniciativa privada, capazes de demostrar inovação, competitividade e crescimento econômico. As soluções têm sido organizadas sob pilares estratégicos, estritamente alinhados às prioridades definidas pela presidência da COP30, como: financiamento climático, bioeconomia, transição energética, sistemas alimentares, economia circular, infraestrutura e transição justa.

Ao fomentar ações prioritárias construídas de forma colaborativa entre setores, a C.A.S.E. busca apoiar o protagonismo brasileiro na liderança climática global até novembro de 2026, deixando um legado concreto no contexto da presidência brasileira da COP.

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Visate recebe Prêmio Despoluir-RS

A Viação Santa Tereza de Caxias do Sul (Visate) foi mais uma vez agraciada com o Prêmio Despoluir/RS. Este é o 8º reconhecimento na categoria grandes empresas (com + de 150 ônibus). O evento de entrega foi promovido pela Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Fetergs) e ocorreu na noite de 23/11, durante a 24ª Feira e Congresso de Transporte e Logística (Transposul), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre.

O programa executado pela Fetergs tem como objetivo o controle da emissão de gases poluentes produzidos na combustão do motor a diesel, com inspeção a partir dos parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Os ônibus que estão dentro dos padrões recebem o Selo Despoluir e a Visate, mais uma vez, teve toda a frota certificada. Além do cuidado com os ônibus, as aferições revelam os estados de manutenção do conjunto de motores, bombas injetoras, bicos injetores, regulagem dos pontos de injeção e filtros de ar e combustível.

Outro objetivo do Prêmio Despoluir é o engajamento de transportadores e sociedade em ações de conservação do meio ambiente, como forma de colaborar para a construção de um modelo adequado de desenvolvimento. A iniciativa é alinhada com parte do propósito da Visate, já que contribuir com uma mobilidade sustentável é uma das diretrizes da empresa. “O Prêmio Despoluir é uma iniciativa que reafirma o nosso compromisso com a sustentabilidade e valoriza o empenho dos nossos funcionários na adoção de práticas que reduzem os impactos ambientais. Reconhecemos e incentivamos ações que promovem uma operação mais consciente e responsável com o futuro do planeta.”, afirma o diretor- executivo da empresa, Gustavo Marques Santos. 

Além do cuidado com a frota, a Visate também possui diversas práticas relacionados com sustentabilidade como: implantação de uma central de resíduos; estações de tratamento de efluentes (ETE), coleta e reutilização de água da chuva, controle da opacidade da frota e eficiência energética. 

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São Paulo amplia frota elétrica e debate futuro da eletromobilidade

Nos primeiros dias da primavera, os ônibus elétricos ganharam destaque na cidade de São Paulo. Na terça-feira (23), a prefeitura da capital, a C40 Cities — rede global de grandes cidades contra as mudanças climáticas — e a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) promoveram no Memorial da América Latina um seminário dedicado à eletromobilidade urbana e à transição energética.

Um dia antes, o prefeito Ricardo Nunes havia comandado na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, a entrega de 120 novos veículos de diferentes fabricantes, elevando a frota elétrica paulistana para 961 ônibus, dos quais 760 são movidos a baterias e 201 são trólebus abastecidos por meio de rede aérea.

Com sete painéis, o seminário abordou os principais desafios da adoção de veículos elétricos no transporte público, incluindo a implantação da infraestrutura de carregamento, o planejamento da frota e a criação de um modelo de financiamento eficiente e viável, com participação de bancos de fomento nacionais e internacionais, além de instituições financeiras comerciais.

Durante a abertura, o secretário nacional de mobilidade urbana do ministério das cidades, Denis Andia, destacou o papel de São Paulo como referência internacional na eletrificação do transporte coletivo. Segundo ele, as iniciativas da capital têm inspirado municípios brasileiros e contribuído para sensibilizar gestores em diferentes regiões sobre a importância da transição energética. Andia lembrou ainda que nem todos os desafios enfrentados pela metrópole se repetem em cidades menores, mas a experiência paulistana fornece exemplos aplicáveis em todo o país.

O encontro também trouxe sessões específicas sobre mobilidade elétrica de menor porte — bicicletas, patinetes e motocicletas — e sobre segurança em edificações que devem se adaptar a essa nova realidade. Na área externa, o público pôde conferir uma exposição com ônibus elétricos e triciclos de carga leve já disponíveis no mercado brasileiro, reforçando o caráter prático e inovador das discussões.

Modelo financeiro paulistano

Um dos principais entraves para a transição da frota de ônibus para modelos elétricos é a diferença de preço em relação aos veículos a diesel. Enquanto um coletivo movido a diesel custa cerca de R$ 700 mil, o elétrico chega a R$ 2,4 milhões. A questão central é: quem paga essa diferença?

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, explicou que a prefeitura desenvolveu um modelo econômico-financeiro capaz de viabilizar o processo. A estratégia se apoia na boa saúde fiscal do município, que obteve classificação triple A pela agência de risco Fitch, o que abriu espaço para captação de recursos em condições favoráveis. Com isso, a gestão conseguiu levantar R$ 6,6 bilhões para a renovação da frota.

Pelo modelo, as empresas concessionárias de transporte continuam pagando o valor equivalente ao de um ônibus a diesel. Já a prefeitura cobre a diferença de preço com recursos obtidos via financiamento, que são amortizados ao longo dos contratos. Assim, a troca de frota não recai integralmente sobre os operadores, mas se sustenta em um arranjo que distribui o custo e garante previsibilidade.

Segundo Nunes, o mecanismo só faz sentido porque a operação do ônibus elétrico é muito mais barata. Hoje, um veículo a diesel consome em média R$ 25 mil por mês em combustível, enquanto o elétrico percorre o mesmo trajeto gastando cerca de R$ 5 mil. A economia de R$ 20 mil mensais representa R$ 240 mil por ano e, ao longo de uma década, chega a R$ 2,4 milhões — valor suficiente para compensar o investimento inicial mais elevado, considerando ainda que a vida útil do ônibus elétrico é de 15 anos.

Além da redução de custos com combustível, o modelo traz ganhos adicionais: menor despesa com manutenção, impacto positivo na saúde pública pela diminuição da poluição e melhoria das condições de trabalho dos motoristas, que deixam de conviver diariamente com o barulho e a vibração dos veículos a diesel.

Para o prefeito, a experiência paulistana mostra que a eletrificação da frota não pode se basear apenas em discursos ambientais, mas exige estrutura financeira sólida. “Se não houver um caminho para equacionar isso, não sai do lugar. São Paulo já mostrou que é possível transformar essa ideia em realidade”, afirmou.

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São Paulo recebe mais 120 ônibus elétricos 

A prefeitura de São Paulo entrega, nesta segunda-feira (22), mais 120 novos ônibus elétricos à cidade de São Paulo, alcançando a marca de 961 coletivos movidos à energia limpa. Entre os veículos entregues, 10 estão equipados com câmeras do programa Smart Sampa.

Do total de 120 ônibus entregues, 18 ônibus são desenvolvidos para tração elétrica pela Eletra na planta de São Bernardo do Campo (SP) com parcerias nacionais, como Caio com as carrocerias e a WEG com motores, baterias e inversores. Os chassis também são produzidos no Brasil,  pela Mercedes-Benz e Scania. 

Desses 18 ônibus, 12 são padron 15m Eletra/Caio/Scania/WEG, que serão operados pela Ambiental Transportes Urbanos, que atua nas zonas leste, oeste e sudeste e centro. E seis são básico de 12,1m Eletra/ Caio/Mercedes-Benz/WEG, adquiridos pela Norte Buss , que presta serviços em linhas nas zonas norte e oeste.

“Esta apresentação ocorre no Dia Mundial sem Carro. O conforto dos ônibus elétricos,  muito maior que os a diesel, juntamente com outras medidas que privilegiem o transporte público no espaço urbano , e o caminho para mais gente deixar o carro em casa e ir de uma maneira mais racional e amigável ao meio ambiente , os meios coletivos de deslocamento”, afirma a diretora comercial da Eletra, Ieda Oliveira.

Ônibus elétricos entregues à Ambiental Transportes Urbanos (Divulgação)

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Naturgy aborda o papel do GNV na mobilidade sustentável

Como alavancar a mobilidade sustentável no estado do Rio. Este foi o tema central do encontro realizado na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), na última quinta-feira (11/09). Durante o evento, a Naturgy abordou o potencial do GNV como alternativa eficiente e sustentável para o transporte coletivo, especialmente na operação de ônibus urbanos. A diretora comercial da distribuidora, Giselia Pontes, apresentou dados sobre as vantagens econômicas e sustentáveis do GNV em comparação ao diesel.
 

“O gás natural é um combustível de transição até que a tecnologia possa evoluir para novas fontes, como o biometano, hidrogênio ou outras que se tornem viáveis. Hoje, para a mobilidade urbana, temos que considerar questões como a segurança energética e a infraestrutura disponível para suportar a demanda. Só na cidade do Rio de Janeiro, são cerca de quatro mil ônibus circulando diariamente. A Naturgy tem infraestrutura de gás natural em todas as regiões onde se localizam as 37 garagens. Então, temos total possibilidade de abastecimento imediato”, explica a executiva.
 

Giselia lembrou ainda que o Rio de Janeiro é referência nacional em uso de GNV, concentrando 39% dos postos de abastecimento do país. “O GNV foi um vetor de crescimento para a malha de distribuição no Rio. Hoje, atendemos 43 municípios, que concentram 72% da população do estado, com cerca de 7 mil quilômetros de rede. Enxergamos a mobilidade urbana como um vetor de crescimento para a Naturgy. Em alguns casos, pode ser necessário ampliar a capacidade da rede, mas esse é o nosso compromisso diário: investir continuamente em infraestrutura de gás natural”, completou.

Segundo levantamento da distribuidora, baseado no Protocolo GHG — padrão internacional para contabilização e reporte de emissões de gases de efeito estufa — o uso de GNV pode reduzir em até 33% as emissões de CO₂ em comparação ao diesel. Com o avanço da produção e distribuição do biometano, essa redução pode chegar a 90%. “O gás natural e biometano são intercambiáveis e toda a infraestrutura disponível para o gás natural poderá ser utilizada pelo biometano, seja de forma complementar ou em substituição ao GNV”, destaca Giselia.

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Eletra fornecerá tecnologia de tração elétrica para BRT Metropolitano do Pará

A Eletra, de São Bernardo do Campo (SP), é a fornecedora exclusiva da tecnologia de tração elétrica dos 40 ônibus 100% elétricos que vão iniciar as operações nas vias expressas do BRT-Metropolitano do Pará em outubro de 2025, segundo anunciou no último dia 5 de setembro de 2025, o governador Helder Barbalho.

O BRT conta com uma extensão de 10,8 km e vai atender a cerca de 400 mil pessoas por dia ligando a capital Belém às cidades Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, pela BR-316, na região metropolitana. Ao todo, os serviços contarão com 265 veículos: 225 diesel Euro 6 para a alimentação do eixo principal, que por sua vez, será atendido por 40 veículos elétricos.
Todos estes ônibus são do modelo e-Bus Básico de 12 metros e capacidade para cerca de 74 passageiros, com tecnologia Eletra, plataforma de chassis Mercedes-Benz; carroceria Caio e baterias/motores Weg.

“Mas, muito mais que uma conquista para a Eletra do ponto de vista de mercado, participar do BRT de Belém é, para todos nós, a coroação e a recompensa ao DNA que nos move, porque vai mudar a vida das pessoas para melhor. Um exemplo citado pelo governador Helder Barbalho, ao anunciar o início do sistema, aguardado desde os anos 1990 pela população, nos tocou muito e resumiu bem nossa missão. O BRT Metropolitano vai reduzir os custos e o tempo de deslocamento das pessoas que buscam uma vida melhor”, disse a presidente da Eletra, Milena Braga Romano.

Durante as vistorias aos terminais em Ananindeua e Marituba, o governador Helder Barbalho falou das integrações tarifárias possíveis com a inauguração do BRT.

“Hoje, um jovem do município de Santa Izabel do Pará, que estuda na Universidade Federal do Pará, paga R$ 20 para sair de casa até a UFPA e R$ 20 para voltar. Portanto, isto gera um custo diário de cerca de R$ 40 por dia. Com esta solução (BRT Metropolitano) que nós estamos implementando, esse jovem gastará R$ 4,60 para ir e R$ 4,60 para voltar”, exemplificou o governador Helder Barbalho.

“Pelos nossos ônibus elétricos o futuro já chegou. O futuro de um transporte sustentável e confortável, mas também o futuro de milhões e milhões de pessoas que, como estes jovens citados, vão se beneficiar com o avanço da mobilidade sustentável. Transportamos sonhos com eficiência e sem poluir” – completou a diretora comercial da Eletra, Iêda Oliveira.

Os 40 ônibus elétricos com tecnologia Eletra são para operações exclusivas nas faixas expressas da BR entre o terminal de Marituba, o terminal de Ananindeua e a estação em São Brás.

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Avanços na mobilidade ao biometano: o que falta para decolar?

O biometano tem se tornado foco das discussões sobre a descarbonização do transporte coletivo, principalmente em face às dificuldades que os municípios brasileiros enfrentam para ampliar a frota de ônibus elétricos. Apesar de algumas iniciativas que começam a surgir no país, o combustível ainda não avançou de forma significativa no setor.

Assim, o tema do painel realizado no dia 3 de setembro, durante o 12º Fórum do Biogás, não poderia ser mais estimulante: “Avanços na mobilidade ao biometano: o que falta para decolar?”. Para Gustavo Bonini, diretor institucional Scania, o biometano “já decolou”, sendo necessário agora a integração entre o poder público e as empresas privadas que fazem parte desse ecossistema.

“A tecnologia está pronta, inclusive exportamos para diversos países da América Latina. Para a Colômbia, foram de 2 mil a 2,5 mil ônibus a biometano nos últimos anos. É importante trabalhar para ampliar os corredores verdes (com postos de abastecimento de GNV/biometano) e também oferecer incentivos, como descontos em pedágios aos veículos que adotarem a tecnologia, por exemplo. A Scania está pronta para entregar os veículos ao mercado”, afirmou.

Para o executivo, o cenário atual é muito positivo para o biometano. “A gente está com uma realidade totalmente diferente, o que é muito positivo, de quando a gente começou a fabricar esses veículos aqui na nossa planta de Bernardo do Campo (SP), em 2018. Naquela época, a gente já via o potencial, e vemos hoje que estávamos certos em acreditar na vocação que o nosso país tem para o uso do biometano”.

Um dos destaques do 12º Fórum do Biogás foi a assinatura do decreto municipal pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, estabelecendo diretrizes para ampliar o uso do biometano na frota de ônibus da cidade. José Renato Nalin, secretário-executivo de mudanças climáticas de São Paulo, destacou o impacto das emissões em decorrência o trânsito na saúde da população. “Esses efeitos negativos se refletem diretamente na produtividade do país”.

“Em São Paulo, 61% das emissões vêm do trânsito, por isso o foco na renovação da frota. Todas as tecnologias são bem-vindas. A eletrificação vem enfrentando problemas com a infraestrutura, e a prefeitura quer utilizar a verba de R$ 6 bilhões, que era destinada apenas aos ônibus elétricos, também para o uso do biometano”, comentou.

Na opinião de Thiago Brito, supervisor de novos negócios da MWM, que tem um programa transformação veicular para veículos usados e novos (caminhões), é necessário informar a população sobre os danos causados pelos gases poluentes à saúde. Quanto às vantagens do biogás, Brito lembrou que o fato deque os motores a GNV/biometano são muito similares aos a diesel, o que facilita a transição energética.

Integração

Cloves Benevides, subsecretário de sustentabilidade do ministério dos transportes, enfatizou que o ministério está comprometido com o tema do biogás, tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto do regulatório e tarifário. Ele considera a possibilidade de desconto nos pedágios para veículos a biometano muito interessante e efetiva. “O plano Nacional de Logística também vai considerar as rotas possíveis do biometano, que precisam ser atrativas e integradas. A questão logística é fundamental”, avaliou.

Diego Gagnotto, gerente-executivo de gases renováveis da Ultragaz, ressaltou o enorme potencial de produção do biometano no Brasil, principalmente em São Paulo. “Acho que a segurança energética precisa ser garantida, e isso ocorre com parcerias bem estruturadas entre poder público, fornecedores, distribuidores e concessionárias, garantido a qualidade do biogás que chega ao cliente. O processo precisa ser totalmente monitorado”, disse.

Bruno Dalcolmo, diretor institucional e regulatório ‍da Comgás, que foi o moderador do painel, afirmou a importância de que as políticas públicas e as oportunidades de negócios se encontrem. “Todas as tecnologias são bem-vindas para termos impactos reais na descarbonização”, acredita.

Além dos ganhos ambientais e na saúde da população, Vanessa Pilz, diretora de negócios e ESG, da operadora logística Reiter Log, abordou a questão econômica e a necessidade de financiamentos para alavancar o biometano e outros combustíveis “limpos”. “Não existe empresa ‘verde’, no vermelho”, alertou.

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Volvo fecha venda de 20 ônibus elétricos para Santa Brígida de São Paulo

A Santa Brígida, operadora de transporte urbano que atua em São Paulo, adquire 20 unidades do modelo BZRLE, chassi elétrico de piso baixo recém-lançado pela Volvo. “Nosso novo modelo de piso baixo 100% elétrico atende cidades que precisam conciliar embarques e desembarques facilitados aos passageiros com a meta de zero emissões. Comercializar as primeiras unidades para a Santa Brígida, tradicional frotista Volvo, atesta a boa experiência dos clientes com nossos produtos e serviços”, afirma Paulo Arabian, head de vendas de ônibus da Volvo. 

Da frota atual de 656 veículos da Santa Brígida, 489 são Volvo, representando 74% do total. “Conhecemos muito bem o pós-venda, a disponibilidade de peças, fatores importantíssimos para nós. Então, este relacionamento é crucial na nossa decisão”, assegura Fernando Marques, diretor da Santa Brígida. A venda dos 20 chassis elétricos foi fechada pela Nors, concessionária que representa a Volvo na região de São Paulo. 
 
“Ônibus elétricos avançados trazem benefícios importantes para grandes centros urbanos como São Paulo. Além de ajudarem a melhorar a qualidade do ar, com zero emissões de CO₂, reduzem significativamente a poluição sonora”, diz Humberto Costa, gerente regional de vendas de ônibus da Volvo. “A redução de ruído em uma metrópole como São Paulo beneficia a população toda, não só os passageiros”, destaca Fernando Marques. Para passageiros e motoristas, o ganho é imediato. “Aumenta o conforto pelo silêncio do veículo em operação”, explica. 
 
O chassi Volvo BZRLE é equipado com quatro ou cinco baterias de íons-lítio de 90 kWh cada. Com tomada CCS2, recebe carregamento de até 250 kWh. Nessa potência, as baterias podem ser recarregadas em até uma hora. O novo modelo da família de chassis elétricos Volvo utiliza plataformados demais ônibus da marca, com o mesmo quadro de chassi, freios e eixos da versão a diesel. “Já temos familiaridade com o chassi, que é muito robusto. A novidade será a parte de tração elétrica”, explica Marques. 
 
Empresa sustentável 
 
A Santa Brígida faz parte do grupo Nossa Senhora do Ó (NSÓ), fundado em 1960, que reúne também a Auto Viação Urubupungá, Viação Cidade de Caieiras e a Urubupungá Transportes e Turismo. Cresceu de 98 veículos em 1980 para os atuais 656 ônibus e emprega 4.200 funcionários. 
 
A escolha por ônibus elétricos Volvo alinha-se com o perfil da empresa. “A Santa Brígida tem uma cultura ambiental e de sustentabilidade muito enraizada. Em 1998, construímos a nossa garagem atual, que trazia várias novidades sustentáveis para a época, como captação de água de chuva e separador de água e óleo. Já fomos inclusive premiados”, conta Marques. 
 
A empresa possui certificação ISO 14001, norma internacional que estabelece requisitos para sistemas de gestão ambiental. O grupo NSÓ construiu a primeira garagem com certificado LEED da América Latina. O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é a principal certificação mundial para edifícios sustentáveis.

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