Sustentabilidade

BNDES financia 96 ônibus elétricos para São Paulo

Dos 140 novos ônibus elétricos que a cidade recebeu nesta semana, 96 foram adquiridos com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A entrega dos veículos ocorreu durante cerimônia organizada pela prefeitura da capital paulista. O banco foi representado na ocasião por sua diretora de infraestrutura e mudança climática, Luciana Costa.

As bases do apoio do BNDES ao município de São Paulo foram definidas em contrato assinado no fim do ano passado. Ele garantiu um financiamento de R$ 2,5 bilhões para a compra de 1,3 mil ônibus elétricos de fabricação nacional, dos quais 494 já foram apoiados. A operação contribui para que a capital paulista possa atingir a meta fixada pela Lei Municipal 14.933/2009, que envolve zerar a emissão de gás carbônico (CO²) de origem fóssil até 2038.

“Os financiamentos de ônibus elétricos reforçam o compromisso com a descarbonização do transporte urbano e com a melhoria da qualidade de vida da população, que é uma prioridade do governo do presidente Lula”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Ao apoiar a eletrificação das frotas, o Banco contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, para a diminuição da poluição do ar nas cidades e para um modelo de mobilidade mais eficiente, moderno e alinhado aos desafios climáticos.”

Desde 2023, o total do crédito aprovado pelo BNDES para ônibus elétricos soma R$ 4,5 bilhões, em projetos com os municípios de Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, com os estados do Espírito Santo e Bahia, e com operadores privados. Os financiamentos alavancam R$ 6 bilhões em investimentos e são destinados à aquisição de dois mil ônibus para o transporte público, que representam potencial de redução de emissões de 122 mil toneladas de CO² ao ano.

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São Paulo recebe mais 140 ônibus elétricos

A prefeitura de São Paulo, nesta quarta-feira (17), mais 140 ônibus elétricos para os moradores de São Paulo. Com os novos veículos, a cidade passa a contar com 1.149 coletivos movidos a energia limpa – a maior frota do Brasil – representando uma redução de 43,5 milhões de litros de óleo diesel consumidos por ano e 100 mil toneladas de gás carbônico a menos na atmosfera.  

Os novos ônibus oferecem viagens mais confortáveis e tecnológicas, com ar-condicionado, tomadas USB, Wi-Fi e sistema de monitoramento inteligente do Smart Sampa. Do total, 40 unidades são da Eletra, sendo 25 do tipo básico, com piso baixo, ar-condicionado, wi-fi e tomadas USB para os passageiros carregarem os celulares, para a operadora Transunião, que atende linhas, na zona Leste, e mais 15 veículos do mesmo padrão para a A2 Transportes, que atua na zona Sul. A Eletra tem mais de 600 encomendas para a capital paulista.

LEIA TAMBÉM: Volkswagen vende primeiro lote do e-Volksbus para empresas de São Paulo

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Concessionárias das linhas 4, 5, 8 e 9 destinam mais de 96 ton. de resíduos para reciclagem

Entre janeiro e setembro deste ano, as concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade — responsáveis pelas linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda — doaram 96,61 toneladas de resíduos recicláveis (papel, papelão, plástico e vidro) para a Cooperativa Vira-Lata. O volume representa um esforço contínuo para reduzir impactos ambientais, apoiar a inclusão produtiva e contribuir para a limpeza e o bem-estar de quem utiliza o sistema diariamente.

Logo após a coleta, o material segue para triagem na Cooperativa Vira-Lata, parceira desde 2022 da ViaQuatro e, desde 2024, das Linhas 5, 8 e 9 da ViaMobilidade.  

Resultados por linha (jan–set/2025):

  • Linha 4-Amarela: 42 t
  • Linha 5-Lilás: 29 t
  • Linhas 8 e 9: 25,31 t

Além dos materiais destinados à cooperativa, as concessionárias também reciclam outros tipos de resíduos, como entulho limpo, madeira, borracha, eletrônicos, pilhas e baterias e sucata metálica.

Reciclagem e economia circular na prática 

Além da destinação dos resíduos comuns, diversas iniciativas reforçam a agenda ambiental das concessionárias. Em 2024, destaque para o reaproveitamento do material metálico referente à ocorrência da passarela da estação Santo Amaro. Todo o volume remanescente foi enviado para avaliação de qualidade e, ao final, 55% do material foi destinado à reciclagem, junto ao metal removido do local.

Outro exemplo é o leilão sustentável de dormentes de madeira das linhas 8 e 9. Os dormentes substituídos na manutenção da via permanente são vendidos e ganham nova vida útil em projetos como fabricação de móveis, construção civil e paisagismo. No primeiro leilão, 102,2 m³ de dormentes foram reaproveitados.
 

Logística reversa: uniformes e óleo lubrificante
 

Dentro da lógica da economia circular, as concessionárias também ampliaram as iniciativas de logística reversa em frentes estratégicas.

Uniformes

Atualmente, os uniformes não contaminados utilizados nas atividades de manutenção passam por um processo de descaracterização e reaproveitamento têxtil, resultando na produção de novos uniformes, que retornam para uso pelos colaboradores.

A iniciativa é conduzida pela Retalhar, parceira desde junho de 2024. Até setembro de 2025, o programa já contabilizou 14 toneladas de uniformes reciclados.

Óleo lubrificante

O óleo lubrificante gerado durante as atividades de manutenção dos trens das Linhas 8 e 9 é destinado ao centro de coleta da Lwart Lubrificantes, em Osasco (SP).

A empresa opera em todo o país, com frota própria e equipe treinada para manuseio de produtos perigosos, seguindo normas da ANP e padrões ambientais rigorosos.

Após a coleta, o material segue para a unidade de rerrefino em Lençóis Paulista, onde passa por um processo que permite seu retorno ao ciclo produtivo, reduzindo impactos ambientais e diminuindo a demanda por óleo virgem. 

Como funciona o processo de reciclagem nas linhas 4, 5, 8 e 9 

Diariamente, agentes das estações descartam os recicláveis em contêineres adequados, seguindo as diretrizes da área de Meio Ambiente. A coleta ocorre semanalmente e os materiais são enviados à cooperativa em bags padronizados. Todo o fluxo é replicado nas quatro linhas, garantindo padronização, eficiência e continuidade.

Para Talita Recchia, gerente de gestão de segurança, qualidade e meio ambiente da ViaMobilidade Linhas 8 e 9, o programa apresenta resultados concretos:

“Os números mostram que a operação ferroviária pode contribuir de forma concreta para a economia circular quando há parceria, processo e rastreabilidade. A destinação correta fortalece o trabalho da cooperativa e gera impactos ambientais mensuráveis, além de envolver clientes e comunidades na construção de um sistema mais limpo e sustentável.”

O diretor das linhas 4 e 5, Antônio Márcio Barros Silva, reforça que os passageiros também fazem parte desse processo:

“O descarte correto também passa pelos passageiros. Utilizar os coletores disponíveis e evitar jogar lixo nos trens e plataformas faz diferença direta na limpeza e no funcionamento da operação. Esse gesto simples reforça a conscientização ambiental e fortalece a responsabilidade compartilhada entre concessionárias, clientes e comunidade.” 

Rastreabilidade e conformidade legal

Toda a destinação é registrada no SIGOR, que reúne dados em tempo real sobre o fluxo dos resíduos. São emitidos o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e o Certificado de Destinação Final (CDF), documentos que garantem transparência e mostram, etapa por etapa, para onde vai cada material reciclado.

Evolução tecnológica dos veículos ajuda no controle das emissões, mas não é suficiente

O lançamento do “Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – Ano-base 2024”, publicado hoje, dia 2 de dezembro, mostra que alguns gases apresentaram queda nas emissões ao longo dos quase 40 anos do início da implantação do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que garantiu a evolução tecnológica dos veículos. Em outros casos, porém, observa-se estabilidade ou até aumento, indicando que a tecnologia veicular, sozinha, é insuficiente para barrar o aumento de emissões. O crescimento da frota e a maior intensidade de uso dos veículos também impulsionam as emissões. O documento está disponível no site do IEMA.

“O documento mostra que, embora os avanços nas tecnologias de controle das emissões contribuam para reduzir emissões, eles não são suficientes isoladamente. É necessário considerar também a evolução da frota, o uso de combustíveis e os padrões de mobilidade, que têm influência importante para as emissões”, explica Helen Sousa, pesquisadora do Iema, uma das autoras do estudo. O documento permite avaliar o efeito de políticas públicas, particularmente do Proconve, que busca reduzir as emissões veiculares.

Em 2024, os ônibus e micro-ônibus foram responsáveis por 9% das emissões de Óxidos de nitrogênio (NOx), 8% Dióxido de carbono (CO₂), 6% do material particulado (MP), 3% do Óxido nitroso (N₂O), 3% de metano (CH4). Enquanto os automóveis responderam por 42% da emissões de CO² e os caminhões por 40%.

Leia também: Ônibus são responsáveis por apenas 11,43% das emissões de CO² no transporte rodoviário

A frota brasileira de veículos cresceu de forma contínua desde 1980 e alcançou mais de 71 milhões de veículos em 2024. Desse total, 63% são automóveis, 25% motocicletas, 9% comerciais leves, 3% caminhões e menos de 1% ônibus. A frota de veículos pesados (caminhões e ônibus) ultrapassou 2,5 milhões de unidades, distribuídas entre caminhões pesados (29%), semipesados (24%), médios (10%), leves (17%) e semileves (4%), além de ônibus urbanos (10%), rodoviários (2%) e micro-ônibus (4%).

Os resultados apontam mudanças no perfil das emissões ao longo dos anos. No caso do material particulado, por exemplo, o total emitido caiu ao longo do tempo, especialmente a partir do início dos anos 2.000, impulsionado pelos avanços tecnológicos que reduziram a poluição proveniente da combustão. Porém, com a expansão da frota, a participação das emissões do desgaste de pneus e pavimentos aumentou e hoje respondem por cerca da metade das emissões totais deste poluente.

O documento foi elaborado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), sob coordenação do ministério do meio ambiente e mudança do clima (MMA) e do ministério dos transportes (MT), com apoio da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC), iniciativa global dedicada a reduzir poluentes climáticos de vida curta.

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Ônibus urbano híbrido a etanol integra estratégia multienergia da Marcopolo para descarbonização

O protótipo híbrido etanol urbano apresentado pela Marcopolo na COP30 combina propulsão elétrica e biocombustível, ampliando a autonomia e elimina a necessidade de infraestrutura de recarga, pois o abastecimento é feito somente com etanol. O protótipo foi montado inicialmente em uma carroceria Torino, mas será produzido em uma carroceria do Attivi.

A grande vantagem do híbrido etanol é que as baterias são recarregadas automaticamente pelo gerador, que está dentro do veículo. Isso elimina a necessidade do carregamento noturno nas garagens. “Esse gerador é um motor a etanol, no qual a central eletrônica automaticamente detecta o momento exato que o gerador precisa entrar em funcionamento para carregar a bateria”, explica Renato Machado Florence, gerente de engenharia, desenvolvimento e planejamento da Marcopolo.

“O software permite que, ao mesmo tempo que o veículo está sendo movimentado na rua, o gerador possa entrar em ação. Existe também o trabalho em conjunto com o freio regenerativo, que ajuda também na recarga da bateria”, complementa Florence.

Com isso, o modelo híbrido alcança uma autonomia maior que um elétrico puro, variando entre 450 km e 600 km, com 200 litros de etanol, dependendo da operação. Os elétricos têm uma autonomia de aproximadamente 250 km. A Marcopolo realizou testes em três tipos de operação para chegar a essa média de autonomia para o híbrido elétrico-etanol: em aplicações rurais (off-road), urbanas e fretamento.

O modelo urbano híbrido a etanol tem a mesma concepção do micro-ônibus Volare Attack 9 híbrido, que atende as necessidades do programa Caminho da Escola e foi apresentado na Lat.Bus 2024. O modelo também dispensa infraestrutura de recarga e pode ser abastecido com etanol em qualquer posto do território nacional. A solução híbrida etanol é Carbono Net Zero, ou seja, o CO₂ emitido pelo veículo é neutralizado pelo resgate de CO₂ no plantio da cana-de-açúcar ou outras fontes de etanol.

Renato Machado Florence, da Marcopolo (Divulgação)

Multienergia-

“A Marcopolo está trabalhando com um portfólio de soluções para que possamos atender os clientes no Brasil inteiro, que têm diferentes necessidades. A companhia está explorando todas as frentes possíveis dentro da proposta descarbonização. Para nós, a mobilidade eficiente tem um futuro eclético e de múltiplas energias”, comenta Florence.

“A Marcopolo desenvolveu o Volare GNV/Biometano, que entra nessa onda da descarbonização com grandes vantagens em relação ao diesel. Avançamos no puro elétrico, tanto no modelo tradicional com chassis de diferentes montadoras quanto no integral. O Attivi integral já circula em São Paulo e em Porto Alegre, e estamos fazendo ‘degustações’ em outras localidades. E a gente vai entregar mais 10 carros em São Paulo no ano que vem. O modelo integral tem a vantagem de ter um peso menor, de até 800 kg, o que resulta também em uma redução de consumo de energia”, conta.

O executivo destaca que há regiões em que o etanol tem preço competitivo, tornando o modelo híbrido mais atrativo. “Existem diferentes situações em todo o Brasil. Há muitas empresas que já estão gerando o próprio biometano, a partir de resíduos. Outras cidades estão conseguindo financiamento para trocar suas frotas por elétricos a bateria, enquanto há regiões em que o acesso à energia é difícil. Por isso, a Marcopolo está investindo em diferentes tecnologias”, avalia.

Florence ressalta que a Marcopolo desenvolve trabalhos com veículos a hidrogênio, que é uma tecnologia disponível do ponto de vista global. “Muitas montadoras já têm essa solução. A Marcopolo tem essa solução que foi produzida a partir da planta da China que liberou um veículo rodoviário, o Audace 1050.”

Em 2023, a Marcopolo assinou um convênio com a Escola Politécnica da USP, RCGI unidade Embrapii e a startup Carbonic para reativação de um dos três dos ônibus movidos a hidrogênio da EMTU que rodaram pela Metra no corredor ABD em 2015. Este acordo se conecta com o primeiro convênio assinado em setembro de 2022 entre a USP e as empresas Shell e Raízen e o Senai que busca instalar no campus da USP na Cidade Universitária um equipamento de produção de hidrogênio a partir do etanol.  

“Estamos esperando a usina para produção do hidrogênio a partir do etanol na USP, que está em fase final dos preparativos. Mas o nosso veículo já está funcionando, e é uma alternativa para longas distâncias, então estamos prospectando oportunidades de aplicações aqui no Brasil”, sublinha.

Pensando nessa rota da descarbonização, a Marcopolo também tem investido na busca de materiais mais leves e com mais eficiência energética para as carrocerias. “Temos trabalhos avançados para substituir fibra de vidro por plástico de engenharia e por materiais compósitos e com a utilização de aços de alta resistência. Para otimização do processo de manufatura e redução de peso, o que no final das contas, se traduz e melhoria para o cliente final.”

(Divulgação)

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ClickBus apresenta projeto “Passagem Verde” na COP30

A ClickBus promoveu o painel “IA e o transporte rodoviário de passageiros: caminhos e soluções para um futuro mais sustentável com base em dados”, na Estação do Desenvolvimento, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), em Belém do Pará. O debate destacou o papel estratégico da inteligência artificial como catalisadora do desenvolvimento sustentável no setor de transporte de passageiros.

Durante o painel, foi apresentado o projeto “Passagem Verde”, iniciativa de sustentabilidade da ClickBus que promove transformações na cadeia de valor da mobilidade rodoviária. A tecnologia calcula e exibe, de forma transparente, a emissão estimada de carbono (CO²) por passageiro no momento em que o cliente seleciona o assento e o trajeto. O sistema sugere a compensação, permitindo que o cliente invista um valor simbólico, que varia entre R$ 2 e R$ 5 por passageiro, para que a viação realize a compensação ambiental. A funcionalidade já está disponível para white labels de parceiros e viações e será lançada nos próximos meses no app e site da ClickBus.

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CPTM divulga primeiro Relatório de Emissões de Gases de Efeito Estufa

A CPTM divulgou o Relatório de Emissões de Gases de Efeito Estufa 2024, o primeiro inventário oficial de emissões, um marco histórico para a companhia e para o setor ferroviário urbano de passageiros no Brasil.

A publicação ocorre em um momento estratégico, alinhada às discussões sobre sustentabilidade promovidas pelo Summit Agenda SP+Verde, do Governo de São Paulo, e à realização da COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, sediada no Brasil em Belém, no Pará, de 10 a 21 de novembro.

O relatório foi elaborado em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, seguindo as diretrizes do Programa Brasileiro GHG Protocol e da norma ABNT NBR ISO 14064-1:2022. A CPTM é a primeira operadora de trens urbanos de passageiros a publicar um inventário estruturado de emissões de gases de efeito estufa no país.

A iniciativa estabelece 2024 como ano-base para mensuração e acompanhamento das emissões, criando parâmetros para futuros ciclos de monitoramento e possibilitando o estabelecimento de futuras metas de redução. O estudo foi conduzido conforme as boas práticas de transparência e conservadorismo metodológico, reconhecendo e gerindo incertezas para garantir a credibilidade dos resultados. 

Resultados e indicadores de eficiência

O inventário revelou que, em 2024, a CPTM gerou 37.379 toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e – unidade que permite comparar e somar o impacto climático de diferentes gases), considerando emissões diretas e indiretas em suas operações. A distribuição por escopo foi a seguinte:
• 20,3% estão concentradas no Escopo 1, com destaque para emissões fugitivas de SF₆ e gases refrigerantes;
• 56,8% das emissões vieram do consumo de eletricidade, Escopo 2;
• 23,9% correspondem ao Escopo 3, principalmente de resíduos de obras e operações.

Mesmo sendo um sistema eletrointensivo, o modal ferroviário da CPTM apresentou alta eficiência climática, com índice de somente 3,3 g CO₂e/passageiro/km, valor 96% menor do que o de um ônibus urbano movido a diesel. Isso significa que uma viagem de trem emite até 27 vezes menos carbono do que a mesma viagem feita por ônibus. Esse desempenho reforça o papel do transporte ferroviário como solução essencial para a redução de emissões urbanas e a transição para cidades mais sustentáveis. 

Visão de futuro

A CPTM reafirma, com este relatório, seu compromisso em ser protagonista da transição para uma mobilidade urbana de baixo carbono. Além de mensurar suas emissões, a companhia integra a pauta ESG à sua estratégia de negócio e de investimento, fortalecendo a imagem institucional e ampliando oportunidades de acesso a mercados de carbono e linhas de financiamento verde.

Acesse o relatório em Link

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Príncipe William premia Bogotá por redução na poluição do ar

O príncipe William, futuro rei da Inglaterra, esteve no Rio de Janeiro para a cerimônia do The Earth Shot Prize, iniciativa criada por ele para reconhecer e apoiar soluções inovadoras que combatem as maiores ameaças ambientais do planeta. Pela primeira vez, o evento teve uma edição realizada na América Latina. 

Entre os vencedores, a cidade de Bogotá se destacou na categoria “Clean Our Air” (Limpe nosso ar), sendo reconhecida por seu modelo de desenvolvimento urbano sustentável e políticas de transporte público de baixa emissão. Um dos pilares dessa conquista é a frota de 1.486 ônibus elétricos em operação na capital colombiana, sendo 1.473 fabricados pela BYD – de acordo com dados do e-Bus Radar. 

Para enfrentar os desafios urbanos, Bogotá implementou um plano ambicioso de transformação, ampliando áreas verdes, restringindo o tráfego de veículos pesados e introduzindo transporte público mais limpo, incluindo a primeira linha de metrô. A cidade hoje possui corredores exclusivos de baixa emissão, integrando um investimento de US$19,9 bilhões em mobilidade sustentável. 

Desde 2018, a poluição do ar caiu cerca de 24%, com ganhos em saúde, mobilidade e qualidade de vida. Até 2028, a expectativa é evitar mais de 300 mil toneladas de CO₂ por ano, o equivalente a retirar 65 mil carros das ruas ou preservar uma floresta dez vezes maior que Manhattan. 

Com uma população de 7,9 milhões de habitantes, a conquista é resultado de políticas integradas, como zonas de ar limpo, recuperação de áreas degradadas e uma das maiores frotas de ônibus elétricos do mundo. Essas ações tornaram o trânsito mais fluido, as viagens mais curtas e a cidade mais sustentável e agradável para se viver. Até 2030, Bogotá prevê cortar em 50% suas emissões de gases de efeito estufa, alcançando a neutralidade de carbono até 2050. 

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“Brasil terá a maior frota de ônibus elétricos da América Latina até dezembro de 2026”, diz diretora-presidente da Eletra

Até dezembro de 2026, o Brasil vai ultrapassar Chile e México e ser o país com maior frota de ônibus elétricos da América Latina. A afirmação é da diretora-presidente da Eletra Industrial, Milena Braga Romano, em uma das atividades oficiais da COP-30.

Milena participou do Painel “Descarbonização nos Transportes”, nesta quinta-feira, 13 de novembro de 2025, organizado na Green Zone (área de livre acesso), em Belém, realizado pelo Sistema Transporte, da Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Estação do Desenvolvimento, um espaço oficial da Cop-30 destinado a debater assuntos ligados aos transportes no contexto da sustentabilidade.

Para comprovar sua projeção, Milena relatou que a Eletra já tem 650 ônibus elétricos encomendados até abril de 2026, a maioria em São Paulo. Outras encomendas já estão em negociação. Com isso, segundo Milena, a Eletra reforça sua posição de liderança em ônibus elétricos no mercado brasileiro.

“Dos 1.158 ônibus elétricos que operam em todo o Brasil, 62% são 100% brasileiros, da Eletra. O Brasil será líder em ônibus elétricos na América Latina passando Chile e México até dezembro de 2026 e as encomendas para a Eletra serão o ponto chave para esta posição do Brasil”, destacou.

Milena ainda disse que dessa frota total atual, mais de 80% estão na cidade de São Paulo, que em outubro chegou a 1009 unidades. O milésimo ônibus é um Eletra, de 15 metros, três eixos, capacidade para 100 pessoas e que opera pela empresa Transpass, na zona oeste de São Paulo.

Milena elogiou a determinação e coragem do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, que segundo a empresária, assumiu a pauta ambiental. Milena disse que os maiores problemas relacionados à falta de infraestrutura de distribuição nas garagens foram solucionados.

“São Paulo é um exemplo para o mundo. O prefeito Ricardo Nunes teve coragem, enfrentou críticas, resistências, suportou as pressões, mas se manteve firme. Hoje a cidade é referência em transportes limpos e agora, com os principais problemas de infraestrutura superados, o ritmo de eletrificação na cidade de São Paulo vai se amplia”.

Milena, ainda no painel, destacou que o Brasil tem de tudo para ser um dos grandes exportadores de ônibus elétricos e conhecimento em eletrificação de frotas, mas que deve incentivar mais a indústria nacional para não perder a oportunidade que pode vir a se a acabar.

“O momento é agora. Na era do diesel, o Brasil foi um dos principais fornecedores de ônibus para o mundo. Com os elétricos, esta posição é ainda dos chineses. Mas temos indústria local, flexibilidade que nenhum outro produto tem de se adaptar a diferentes operações e conhecimento. O mundo já nos procura. Não vamos, enquanto país, perder esta chance”, disse a empresária, que ainda citou o exemplo da Eletra Consult, serviço da Eletra de consultoria a empresários de transportes e gestores públicos para implantação, operação e pós-venda de frotas eletrificadas, que orienta desde a preparação das obras civis na garagens e escolhas de linhas de financiamentos até manutenção de veículos e equipamentos e o treinamento de funcionários das operadoras de transportes.

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Ônibus são responsáveis por apenas 11,43% das emissões de CO² no transporte rodoviário

O Inventário CNT de Emissões de Gases do Efeito Estufa do Setor de Transporte, realizado pela Ambipar, detalha o volume total de emissões de GEE por modal – rodoviário, ferroviário, aquaviário e aeroviário. Segundo o levantamento, o modo rodoviário é o maior responsável pelas emissões (92,89%), devido à sua predominância na matriz de transporte nacional, sendo responsável por 65% da movimentação de cargas e por mais de 90% da movimentação de passageiros.

O modo aeroviário aparece em segundo lugar, com 4,89% das emissões totais, considerando os voos domésticos do setor. Na sequência, o ferroviário contribui com 1,80% (ferrovias de cargas, trens urbanos e VLT), enquanto o aquaviário, que inclui a cabotagem marítima e fluvial, representa apenas 0,41%, sendo apontado pelo estudo como “a alternativa de menor impacto ambiental do setor.”

No transporte rodoviário, os caminhões emitem 36,63% dos poluentes. Em seguida, aparecem os automóveis (32,65%), os comerciais leves (15,94%) e as motocicletas (3,35%). Já os ônibus foram responsáveis por apenas11,43% do CO² emitido. O levantamento destaca ainda o importante papel estratégico do transporte coletivo por sua eficiência energética e menor emissão por passageiro, como uma das principais soluções para a descarbonização e o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis.

Outro ponto levantado é que o transporte de cargas, sobretudo os caminhões pesados a diesel (34,2 milhões de tCO₂e) e os caminhões semipesados a diesel (20,1 milhões de tCO₂e), concentram parcela expressiva das emissões.

Os resultados do inventário mostram que a configuração do transporte rodoviário brasileiro, sustentado por combustíveis fósseis, permanece como um dos principais desafios para a transição energética do setor. Ao mesmo tempo, apontam para a relevância crescente dos biocombustíveis e das tecnologias de eletrificação como caminhos viáveis para a redução das emissões futuras.

Por segmento –

O inventário mostra que os ônibus urbanos a diesel concentram a maior parte das emissões de 15,6 milhões de tCO2 e, tanto de CO₂ quanto de CH₄ e N₂O, refletindo sua ampla frota circulante e o intenso uso diário no transporte coletivo das cidades. Na sequência, aparecem os micro-ônibus a diesel (2,8 milhões de tCO2 e), que, embora em menor escala, também contribuem de forma relevante para o total de emissões, principalmente pelo uso urbano e intermunicipal em rotas de média distância.

Já os ônibus rodoviários a diesel apresentam valores mais baixos de emissões em comparação com os urbanos, representados por 1,8 milhão de tCO2 e, o que pode estar associado ao perfil de operação, por exemplo, rotas mais longas e menos frequentes em relação ao transporte coletivo urbano e ao seu menor número de unidades.

Os ônibus eletrificados surgem como alternativa promissora pela não utilização de combustível e pela possibilidade de mitigar emissões, levando em consideração a vantagem da matriz energética brasileira, com expressiva participação de energias renováveis.

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