Sustentabilidade

USP realiza testes da primeira planta de hidrogênio renovável a partir do etanol

A Universidade de São Paulo (USP) desenvolve testes da primeira estação experimental do mundo dedicada à produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. O projeto, conduzido pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade, representa um marco na busca por soluções energéticas limpas e na transição para uma economia de baixo carbono.

Com um investimento de R$ 50 milhões, a estação está localizada na Cidade Universitária, em São Paulo, e é parte de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que conta com a colaboração de grandes empresas e instituições, como Shell Brasil, Raízen, Hytron (agora parte do Grupo Neuman & Esser), Senai, CETIQT e a própria USP por meio do RCGI, além da Toyota, Hyundai, Marcopolo e da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). A tecnologia desenvolvida visa demonstrar a viabilidade do etanol como vetor para a produção de hidrogênio sustentável, aproveitando a infraestrutura já existente no país.

A planta-piloto tem capacidade para produzir 100 quilos de hidrogênio por dia, volume que será utilizado para abastecer três ônibus e dois veículos leves, entre outros. O hidrogênio gerado será testado em coletivos de transporte público da USP e nos veículos Toyota Mirai e Hyundai Nexo, ambos movidos a hidrogênio. 

Nesta fase, serão avaliados a taxa de conversão de etanol em hidrogênio e os índices de consumo e rendimento do combustível nos veículos. “Estamos promovendo uma revolução na matriz energética ao demonstrar que é possível produzir hidrogênio sustentável a partir do etanol, com grande eficiência logística”, explica Julio Meneghini, diretor científico do RCGI. “O Brasil tem condições únicas para esse desenvolvimento, considerando nossa infraestrutura já consolidada para o etanol. Isso abre possibilidades para a descarbonização da indústria em setores com alto nível de emissões, como a siderúrgica e a cimenteira, além dos setores químico e petroquímico, na produção de fertilizantes e no transporte de carga e passageiros em larga escala.”

Impacto na indústria e na mobilidade – 

A implantação da estação experimental abre caminho para o avanço da mobilidade sustentável. Fabricantes de aviões e montadoras de caminhões e ônibus podem se beneficiar diretamente da iniciativa, uma vez que terão acesso a uma fonte importante e sustentável de hidrogênio para o desenvolvimento de tecnologias baseadas em células a combustível.

“O fomento dessa tecnologia pode trazer benefícios enormes para a indústria brasileira. A disponibilidade de hidrogênio em grande escala é fundamental para permitir avanços em diversas frentes, desde a mobilidade até a produção de fertilizantes sustentáveis”, destaca Meneghini.

A partir dos resultados deste projeto, espera-se obter dados que possam orientar estudos futuros sobre sua aplicação em maior escala. “Nosso objetivo é demonstrar o potencial dessa solução e gerar conhecimento técnico-científico sobre sua viabilidade, aproveitando a infraestrutura do etanol para viabilizar a produção e distribuição do hidrogênio renovável”, explica Meneghini.

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Tevx Higer coloca em operação dez ônibus elétricos no aeroporto de Congonhas

A fabricante chinesa Tevx Higer entregou dez ônibus elétricos para a Aena, maior operadora aeroportuária do Brasil e do mundo. Os veículos entraram em operação hoje (19/02) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no transporte de viajantes para o embarque e desembarque remoto. Cada veículo tem 12,2 metros de comprimento e capacidade para até 80 passageiros.

Os veículos contam com piso baixo para embarque e desembarque facilitados nas três portas e sistema de suspensão adaptado para pessoas com mobilidade reduzida, tomadas USB disponíveis em todos os assentos e também para passageiros em pé, sistema de ar-condicionado ecológico, com saídas de ar individuais e vidros com tratamento UV, que proporcionam conforto térmico para todos os passageiros.

Os ônibus elétricos que entraram em operação no aeroporto de Congonhas foram adaptados exclusivamente para a Aena, numa parceria com a Tevx Higer. Os veículos operaram em fase de testes em novembro de 2023. E agora passam a compor a frota de forma definitiva, que conta atualmente com 25 ônibus de várias marcas circulando no terminal.

Os novos ônibus elétricos percorrem, em média, 300 quilômetros com uma única carga e são completamente recarregados em até três horas, além de possuírem tecnologia para regenerar até 30% da bateria durante o uso. “Esse ônibus consegue rodar até três dias com uma única recarga”, destacou Eduardo Carlos Souza, CEO da Tevx.

O projeto de implantação da mobilidade elétrica no aeroporto é inédito no país e começou a ser desenvolvido de forma personalizada há dois anos, a partir de um trabalho em parceria da Aena com a Tevx Higer, que incluiu estudo das necessidades da logística dos passageiros e também o dimensionamento de rede e estrutura para o carregamento dos ônibus. O resultado é uma solução personalizada para atender a frota de dez ônibus e uma central de abastecimento com capacidade de carregar seis ônibus elétricos ao mesmo tempo.

“A implementação dos ônibus elétricos no aeroporto de Congonhas reforça nosso comprometimento com a qualidade dos serviços oferecidos aos passageiros, proporcionando mais conforto, acessibilidade e eficiência no transporte dentro do terminal. Além disso, essa iniciativa está alinhada à nossa estratégia de sustentabilidade, reduzindo significativamente as emissões de CO2 e contribuindo para um futuro mais verde. Estamos sempre buscando inovação para oferecer a melhor experiência aos nossos clientes, ao mesmo tempo em que adotamos soluções responsáveis para o meio ambiente”, disse Marcelo Bento Ribeiro, diretor de relações institucionais, comunicação e ESG da Aena.

Fábrica no Brasil

A Tevx Higer tem 135 ônibus vendidos no Brasil para a cidades de Belém, Cascavel, no Paraná, e Niterói no Rio de Janeiro. Os veículos chegaram ao Brasil pelo porto de Vitória (ES) e até maio estarão em operação, segundo informou o CEO da empresa.

A fábrica que a Tevx Higer pretende construir no Brasil, ainda está em negociação com o governo do estado de São Paulo. Entre as cidades que poderão receber o novo empreendimento estão Campinas, São José dos Campos e Lorena.

Segundo o CEO da empresa, inicialmente os ônibus virão ao Brasil em sistema PKD (em grandes blocos) para serem finalizados no país. Depois virão em sistema SKD (parcialmente desmontados) para serem montados no Brasil, enquanto a fabricante negocia com os fornecedores para adquirir os componentes no país. “É um processo gradual até aumentar a nacionalização dos veículos e a meta é de produzir 400 unidades por ano”, informou Souza.

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Green Energy vence licitação para locação de ônibus elétricos em São José dos Campos

A prefeitura de São José dos Campos, no interior paulista, informa que a empresa Green Energy S.A. cumpriu os requisitos de habilitação previstos no Edital nº 204/2024, Licitação nº 002/2024, que tem como objeto a locação de veículos elétricos para transporte de passageiros. A próxima fase será a homologação do certame e em seguida a assinatura do contrato.

A Green Energy S.A., com sede em São Paulo, apresentou proposta, em 10 de janeiro de 2025, de R$ 2.718.419.768,96 – 8,5% abaixo do valor do edital (R$ 2.967.528.434,40) – na licitação para o aluguel de 400 ônibus elétricos para o sistema de transporte público da cidade.

A licitação é somente para os veículos. A operação e o sistema de carregamento serão definidos pela prefeitura de São José dos Campos em outro edital. A frota zero quilômetro será composta por 400 ônibus, 100% elétricos (divididos em três modelos), com ar-condicionado e carregador USB. A contratada fará ainda a manutenção preventiva dos veículos. A Urbam será responsável pela gestão do contrato de locação.

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Scania inicia o uso de biometano em sua operação industrial no Brasil

 A Scania anuncia a substituição do uso do gás natural por gás biometano renovável em sua operação na fábrica de São Bernardo do Campo/SP. A iniciativa resultará na redução de cerca de 250 toneladas de CO² de origem fóssil por mês emitidos na atmosfera pela fábrica. Ou seja, ao final de 2025, serão mais de 2.750 toneladas que deixarão de ser lançadas no meio ambiente, considerando o volume de produção planejado. 

“Essa iniciativa corrobora com nossos compromissos de descarbonização e se soma a uma série de investimentos que fizemos para tornar nossa produção cada vez mais eficiente, com menor impacto ao meio ambiente”, diz o presidente e CEO da operação industrial da Scania para a América Latina, Christopher Podgorski. “O biometano é uma das soluções para o transporte de baixo carbono, um exemplo inequívoco de economia circular, e uma prova viável de converter um passivo ambiental em um ativo energético verde e renovável que agora abastece as necessidades da operação de nossa Unidade Industrial”, ressalta.  

A migração do gás natural fóssil para o biometano verde abrange atividades nas estufas do processo de pintura de cabinas, nos equipamentos dos restaurantes dos(as) colaboradores(as), no abastecimento dos veículos industriais – como as empilhadeiras – e, também, impacta as Emissões Indiretas (Escopo 3) da empresa, levando em conta o primeiro abastecimento dos veículos movidos a gás entregues aos clientes e nos veículos da Lots – empresa do Grupo Scania focada em soluções logísticas. “Com esse movimento auxiliamos o atingimento da meta conferida pelo Science Based Target – SBTi de reduzir em 50%, até o final deste ano, as emissões liberadas no meio-ambiente nos Escopos 1 e 2, levando em conta a operação de todas as unidades da Scania mundo afora”, salienta Podgorski.

Rotas tecnológicas

Além da utilização em parques industriais, a Scania acredita que o biometano seja um forte candidato para ser protagonista na redução de emissões no transporte comercial. Nesta 5ª feira, dia 13 de fevereiro, a Scania abre suas portas para receber o primeiro de uma série de cinco workshops voltados à compreensão das rotas para descarbonização do setor de Transporte Rodoviário no Brasil.

O encontro faz parte das ações do Hub de Biocombustíveis e Elétricos, lançado durante o SDGs in Brazil, evento do Pacto Global que ocorre em ocasião da Assembleia Geral e da Climate Week, realizadas na sede da ONU, ano passado, em Nova Iorque.

“Em meio à crise climática, há uma corrida contra o tempo, as decisões empresariais precisam ser tomadas considerando condições como infraestrutura, capacidade da rede de distribuição e alternativas energéticas, novas regulamentações, e outras variáveis, na grande maioria externas ao negócio de logística e transporte”, afirma Podgorski. “Nosso objetivo é sempre oferecer o melhor dado e informação possíveis para alicerçar uma transição energética que faça sentido para a vocação do país e para os negócios de nossos clientes”, completa. 

Vinculado ao Programa Pacto Rumo à COP30, iniciativa do Pacto Global – Rede Brasil, o hub, coordenado pela Plataforma de Ação pelo Clima e pela Plataforma de Ação pela Agricultura e Floresta, já conta com cerca de 83 empresas participantes – Infraestrutura, Logística, Montadoras, Segmento de Energia, Tecnologia e Financiadoras, com vínculo ao Movimento Ambição Net Zero, da rede brasileira, cujo objetivo é reduzir, até 2030, 2 giga toneladas de CO² em emissões acumuladas com metas baseadas na ciência.

“O hub se propõe a oferecer às empresas participantes uma jornada de capacitação, por meio de workshops, buscando o entendimento sobre Biocombustíveis e Eletrificação para a descarbonização do setor de transportes do modal rodoviário, podendo se estender a toda a cadeia de valor. A jornada a ser construída pelo Hub proporciona também networking entre seus membros, por meio de encontros regulares de implementação dos projetos, compartilhamento de boas práticas e acompanhamento das entregas previstas, assim como os eventos para divulgação dos resultados obtidos”, destacou Guilherme Xavier, diretor-executivo interino do Pacto Global – Rede Brasil.

“Trata-se de um desafio complexo que não pode ser superado de maneira solitária – essa é uma missão coletiva. Daí a importância de reunir players, articular ações e engajamento para encontrar soluções de menor impacto para o meio ambiente e que sejam melhores para as pessoas e para os negócios”, ressalta Podgorski.

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Os desafios da eletrificação da frota de ônibus em São Paulo

Durante a entrega de 100 ônibus elétricos em São Paulo, no dia 23 de janeiro, o prefeito Ricardo Nunes, respondeu a Adamo Bazani, do Diário do Transporte, justificando sua medida de vetar a compra de modelos novos a diesel. Ele disse preferir autorizar ônibus a rodar por até treze anos, do que ter os modelos Euro-6 por dez anos, enquanto não existe infraestrutura suficiente para carregar ônibus elétricos.    

Mudanças tiram credibilidade da legislação da descarbonização

Apoiando a medida do prefeito Ricardo Nunes de vetar a compra de novos ônibus Euro 6, a professora Flávia Consoni, especialista em políticas públicas da Unicamp, justificou que constantes mudanças tiram a credibilidade da legislação antipoluente e aumentam a insegurança do mercado. Ela criticou a falta de planejamento que vem desde governos anteriores e reforça que as metas previstas na lei devem ser seguidas.

MobiBrasil tem elétricos parados por falta de energia em São Paulo 

Márcia Pinna, editora da Technibus, mostrou o outro lado da questão falando ao Podcast do Transporte sobre sua entrevista com o diretor da MobiBrasil, Manoel Marinho.  Ele diz que a empresa recebeu ônibus prontos pra rodar em São Paulo, mas não tem como carregar. Marinho apontou insegurança na infraestrutura como fator para o atraso da eletrificação da frota.

Em SP Bruno Paiva (BYD) e Yeda Oliveira (Eletra) fazem previsões de bons negócios  

Presentes na entrega de novos ônibus elétricos em São Paulo, o diretor comercial da BYD, Bruno Paiva e a diretora-executiva da Eletra, Yeda Oliveira, falam de novos negócios e visualizam mercado crescente em entrevistas a Adamo Bazani. As empresas estão vencendo desconfianças e apoiando clientes nas dificuldades de infraestrutura da eletrificação .  

Grupo chinês abre espaço na área de transportes com a Livoltek

Chega mais um concorrente de peso na área de infraestrutura para transportes públicos, o maior gargalo da eletrificação no país. A Livoltek, do grupo chines Hexing, vem trazendo uma estratégia de atender os clientes com soluções de ponta a ponta. É o que disse ao Podcast do Transporte o diretor de mobilidade da Livoltek para a América do Latina, Flavio Pimenta.

Sobre as cidades e as pessoas 

O jornalista especializado e nosso apresentador Alexandre Pelegi conversou com o secretário de habitação e desenvolvimento urbano do estado de São Paulo, Marcelo Branco. E lembra em nosso editorial como o transporte faz parte do desenho urbano e como isso afeta a forma como as pessoas vivem e convivem na cidade. Dificuldades de acesso, o desrespeito dos motoristas para os pedestres, falta de segurança, acabam fazendo com que as pessoas prefiram usar o carro aos meios de transporte público. As cidades deveriam ser das pessoas.

Informação com análise é no Podcast do Transporte.  Episódio novo toda quarta-feira pelo Spotify (https://podcastdotransporte.com.br/#ouvir) ou no seu agregador predileto.  Ou visite a gente no www.podcastdotransporte.com.br Os cortes também ficam disponíveis no https://www.youtube.com/@Podcastdotransporte. O Podcast do Transporte é um produto do Diário do Transporte em parceria com a Technibus/OTM Editora e a ANTP

Curitiba avança para conseguir mais recursos para ônibus e terminais elétricos

Especialistas financeiros das áreas ambiental, social e de mobilidade urbana do KfW Bankengruppe, o Banco de Desenvolvimento Alemão, iniciaram a segunda fase de uma missão para confirmar o empréstimo de  €$ 100 milhões para a prefeitura de Curitiba. A operação de crédito foi autorizada pelo governo federal em setembro de 2024 e prevê €$ 25 milhões em contrapartidas do município para investimentos no setor de eletromobilidade e eficiência energética. 

Baseada no Hipervisor Urbano, braço de inteligência de dados do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), a comitiva do KfW vai cumprir uma agenda intensa de imersão na estrutura institucional da prefeitura. Os representantes do banco alemão também vão avaliar o plano de aquisições, cronograma e aplicações do programa Curitiba Carbono Neutro. Os recursos serão aplicados na compra de 84 ônibus elétricos, construção de dois eletroterminais, instalação de painéis fotovoltaicos em 27 equipamentos urbanos e a construção da fase dois da Pirâmide Solar de Curitiba – Parque Fotovoltaico da Caximba.  

“A meta agressiva de zerarmos as emissões de carbono até 2050 exige políticas públicas que estimulem mudanças de comportamento. É a liderança pelo exemplo. A prefeitura assume compromissos para alavancar a mudança da matriz energética do sistema de transporte, e amplia os investimentos em produção de energia limpa”, afirmou Ana Zornig Jayme, presidente do Ippuc. 

O programa Curitiba Carbono Zero complementa outras ações de mobilidade sustentável e eficiência energética da prefeitura. Na nova concessão de transporte público, os ônibus comprados pelo financiamento da KfW serão usados na eletrificação total das linhas do Interbairros II e das que circulam no eixo Leste-Oeste.  A ampliação da Pirâmide Solar e os painéis fotovoltaicos darão continuidade ao investimento na produção de energia limpa para a autossuficiência energética nos equipamentos públicos. 

Nesta terça-feira, 28/1, serão detalhados os planos de aquisição, matrizes de risco e resultados e as formas de contratação dos executores do programa. Também será feita a visita técnica em áreas que estão sendo avaliadas para a instalação dos eletroterminais e equipamentos públicos elegíveis para os painéis fotovoltaicos.

São Paulo apresenta 100 novos ônibus elétricos

Com Adamo Bazani, do Diário do Transporte

A prefeitura de São Paulo entregou 100 ônibus elétricos nesta quinta-feira (23/01). O investimento totalizou R$ 213 milhões, com subvenção destinada à aquisição de modelos básico e padron, que irão operar em diversas regiões.

“A entrega de mais 100 ônibus elétricos para a cidade representa um avanço muito grande, pois 64% do dióxido de carbono que é emitido em São Paulo é proveniente dos sete milhões de carros e de 1,3 milhão de motos que circulam por dia e, além disso, 55% são provenientes dos ônibus”, apontou o prefeito Ricardo Nunes, destacando que a administração municipal também está substituindo os caminhões que fazem a coleta do lixo e adquirindo veículos elétricos para a guarda civil metropolitana.

Nunes afirmou também que a frota de ônibus elétricos deve chegar a 600 unidades em 2025 e justificou a proibição de modelos a diesel. Confira a entrevista ao Diário do Transporte:

https://diariodotransporte.com.br/2025/01/23/video-nunes-estima-600-onibus-eletricos-para-2025-na-cidade-de-sao-paulo-e-defende-que-compra-de-diesel-nao-volte-nunca-mais/

Do total entregue, todos com carroceria eMillennium da Caio e tecnologia de tração elétrica da Scania, 59 têm chassi da BYD, modelo BYD D9W, com 12,8 metros de cumprimento. Com tempo médio de recarga de duas a três horas, os veículos têm um consumo de energia eficiente, resultando em custos operacionais até 70% menores em comparação aos modelos a diesel. O modelo oferece uma autonomia de até 250 quilômetros e capacidade para 80 passageiros sentados. Outro diferencial é o sistema de freios regenerativos, que converte a energia de frenagem em eletricidade para recarregar as baterias, reduzindo ainda mais o consumo geral. Já o design Low Entry elimina degraus, facilitando o embarque. O restante dos chassis são da Scania.

Segundo o prefeito, a entrega dos novos veículos faz parte de um esforço contínuo para expandir a frota elétrica e contribuir com a melhoria da qualidade do ar e da mobilidade urbana. Com a chegada desses 100 ônibus, a frota de veículos elétricos da cidade chega a 428 unidades, além de 201 trólebus já em operação. Juntas, essas frotas totalizam 629 veículos sustentáveis.

“São ônibus sustentáveis e que certamente irão colaborar para melhorar a vida de todos os cidadãos paulistanos. São oito mil toneladas de gás carbônico que a cidade deixa de emitir”, contou o secretário de mobilidade urbana e transporte, Celso Caldeira.

Distribuição por região

Os novos ônibus elétricos serão distribuídos pelas operadoras de transporte público da cidade e atenderão diferentes regiões da capital. A zona oeste receberá 47 novos veículos operados pela Transcap. A zona leste também terá um reforço significativo, com a entrega de 40 ônibus operados pela Express. A zona norte terá 12 novos ônibus operados pela NorteBuss, enquanto a zona sul receberá um veículo operado pelo Consórcio KBPX.

Todos os ônibus possuem ar-condicionado, conexão de internet por wi-fi e área para carregar celular por USB.

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Teresina (PI) inicia estudo para implementar ônibus elétricos

O prefeito de Teresina, Silvio Mendes, assinou em 21/01, o memorando de entendimentos com os ministérios das cidades e minas e energia que permitirá a realização dos estudos necessários para implementação do sistema de transporte elétrico em Teresina. O estudo será conduzido pela Agenda Teresina 2030, vinculada à secretaria-executiva de planejamento estratégico e gestão da secretaria municipal de planejamento e coordenação (Semplam), da superintendência municipal de transportes e trânsito (Strans) e os técnicos da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, agência alemã que realizará o trabalho.

“O transporte público é um dos maiores desafios que a gestão enfrenta. Sabemos que mesmo cidades com sistema econômico melhor que o nosso também enfrentam desafios com o transporte. Sem dúvida, a matriz energética é mais interessante do ponto de vista do meio ambiente. Mas precisamos estudar o modelo para garantir a eficiência. Vamos encontrar esses caminhos de acordo com a atualização do Plano Diretor de Transportes”, afirmou o prefeito.

O estudo vai ser realizado em Teresina e mais outras duas cidades (Porto Alegre e Rio Branco) e dois estados (Bahia e Espírito Santo) dentro do projeto Acoplamento de Setores e Economia Verde – AcoplaRE, com o objetivo de apoiar governos para a descarbonização dos setores da indústria e dos transportes no Brasil, de forma a contribuir para a transição energética.

“A cidade está se desenvolvendo e estamos aqui para contribuir e trazer para a população de Teresina um transporte de qualidade”, destacou Fernando Araldi, representante da secretaria de mobilidade do ministério das cidades.

A agência alemã GIZ prestará uma assessoria especializada para avaliar o potencial técnico, econômico e ambiental da eletrificação da frota de ônibus, avaliação das tecnologias adequadas para as cidades, análise dos impactos ambientais, avaliação de implicações econômicas e criação de medidas digitais. O secretário municipal de planejamento e coordenação, Marco Antonio Ayres, destacou a importância do estudo. “É através desse trabalho que poderemos planejar a descarbonização do sistema de transporte público e oferecer ao usuário mais qualidade no seu deslocamento”, disse.

Já o secretário executivo de planejamento estratégico e gestão, Daniel Pereira, explicou que as equipes técnicas percorreram a cidade para avaliar a estrutura existente e, com base no Plano Diretor de Mobilidade, elaborar uma proposta eficiente. “Nós temos uma série de estruturas que já estão prontas. O que precisamos é avaliar como tornar o sistema mais eficiente para o usuário”, disse.

Os representantes dos ministérios e da agência GIZ cumprem missão de implementação do projeto em Teresina durante esta semana. Serão realizados encontros com os técnicos da Agenda Teresina 2030 e da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito, órgão que deverá operar o sistema.

“Nossa cidade vive um momento histórico, que é o início da transição do modelo do transporte público. Essa cooperação é fruto do trabalho que a cidade vem desenvolvendo em relação a agenda climática. Temos o Plano de Ação Climática, que norteia todas as ações necessárias para tornar Teresina uma cidade mais resiliente e adaptada à nova realidade imposta pela crise do clima. Esses estudos devem ser concluídos ainda este ano e, como a cidade já foi contemplada no PAC, os primeiros ônibus devem começar a chegar em 2026”, informou Leonardo Madeira, coordenador da Agenda Teresina 2030.

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Porto Alegre recebe ônibus elétrico articulado

Nesta quarta-feira, 22/01, Porto Alegre receberá um novo ônibus elétrico articulado para atender ao chamamento público da secretaria municipal de mobilidade urbana (SMMU), que segue aberto para testar os fabricantes interessados em apresentar suas tecnologias na frota da capital. O veículo será entregue à prefeitura às 11h, no Parque Harmonia, e ficará em operação por 30 dias.

O modelo conta com carroceria Caio eMillennium, chassi Mercedes-Benz, baterias WEG e sistema de tração elétrica da Eletra. A prefeitura da capital gaúcha tem realizado testes de diferentes modelos elétricos desde o ano passado. Atualmente, a cidade conta com 12 ônibus elétricos.

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Prefeitura de Aracaju (SE) apresenta ônibus elétrico

Os moradores de Aracaju viverão uma nova experiência de transporte público a partir do dia 20 de janeiro, quando as linhas da cidade iniciarão a operação experimental dos ônibus elétricos. A ação ocorrerá nas linhas circulares 001 e 002, que cortam a cidade de uma ponta a outra, da zona norte à zona sul.

“Em consonância com o nosso programa de governo, coloquei como prioridade melhorar o transporte coletivo da nossa cidade. Mas, queremos a participação da população em todas essas construções. Trazer ônibus elétricos será um ganho a mais em sustentabilidade para a Nova Aracaju que já estamos construindo”, diz a prefeita Emília Corrêa.

O ônibus escolhido para circular pelo município é o modelo elétrico Azure A12 BR, de 12 metros, fabricado pela Tevx Higer. Com zero emissão de gases de efeito estufa, esse modelo oferece baixo ruído e transporta até 76 passageiros e possui autonomia média de 300 quilômetros com uma única recarga, que pode ser potencializada em até 30% pelo seu sistema de freios regenerativos. Conta ainda com um conjunto de baterias de 385 kWh recarregável em até 2,5 horas.

“Para nós, é um orgulho contribuir com toda a nossa tecnologia para o projeto de Aracaju, que, a partir da escolha pelo transporte 100% elétrico sustentável e mais eficiente, avança no conceito de cidade inteligente. Queremos demonstrar de forma prática que é possível oferecer um serviço de qualidade, confortável e que beneficie a saúde de todos”, afirma Carlos Eduardo Souza, o Cadu, CEO da Tevx Higer.

O modelo é totalmente acessível e conta com piso baixo total, sistema de ajoelhamento da suspensão, área para cadeira de rodas com assento dobrável e rampa de acesso. Os passageiros têm à disposição tomadas USB em todos os assentos. O ônibus ainda é equipado com wi-fi integrado e sistema de ar-condicionado ecológico, com saídas de ar individuais e vidros com tratamento UV que garantem o conforto térmico.

O veículo também é equipado com painel digital, retrovisores e câmeras externas. E a tecnologia não fica apenas do lado interno do veículo, o Azure é todo construído em monobloco. Segundo o fabricante, o modelo Azure permite aos operadores uma economia nos custos de manutenção de até 60% com relação aos modelos a diesel, e de até 80% nos custos operacionais totais.

Atualmente, o modelo está em operação em outras cidades do país, como Cascavel (PR) e Belém (PA), além de passar por demonstrações em Florianópolis (SC), Campinas (SP), Curitiba (PR), Salvador (BA) e São José dos Campos (SP).