Roubos no transporte coletivo do DF têm maior queda dos últimos 10 anos

Em 2024, foram registradas 229 ocorrências do crime, uma redução de 49,3% em relação ao ano anterior; ações de inteligência e videomonitoramento estão entre as medidas para coibir a criminalidade

Marcia Pinna

Com Agência Brasília

Em 2024, a capital federal registrou o menor número de ocorrências do crime dos últimos dez anos, um total de 229, segundo balanço da secretaria de segurança pública (SSP-DF). Essa foi a maior redução desde o pico da série histórica em 2016 – quando foram registrados 3.130 casos –, uma queda de 93%. A diminuição também é relevante se comparada com o ano anterior, caindo quase pela metade: 49,3%.

Os dados mostram ainda que dez regiões administrativas apresentaram declínio das ocorrências, com destaque para quatro cidades: Samambaia, Estrutural, Ceilândia e Santa Maria. No caso da primeira, a redução foi de 71%. Em 2023, foram registradas 137 ocorrências na cidade, enquanto em 2024, o valor caiu para 40. Na Estrutural, o número reduziu de 62 para 23, queda de 63%. Ceilândia e Santa Maria tiveram diminuições de 45% e 41%, respectivamente.

Além disso, sete das 35 regiões administrativas do Distrito Federal sequer tiveram registros do crime dentro de transporte público em 2024: Gama, Brazlândia, Guará, Cruzeiro, Varjão, Vicente Pires e Fercal.

A queda dos índices ocorre em meio a uma série de medidas de segurança promovidas pelo governo do Distrito Federal (GDF). A começar pelo monitoramento das cidades por meio de câmeras de vigilância. O DF já conta com aproximadamente 1,3 mil equipamentos distribuídos em pontos estratégicos. O uso da tecnologia aliado às ferramentas de inteligência tem auxiliado a identificar padrões de atuação criminosa e direcionar as investigações.

Vigilância

Em 2024, a polícia civil do DF deflagrou operações específicas para desarticular grupos criminosos de roubos a coletivos. Outra medida importante para a redução do crime é a menor circulação de dinheiro dentro dos ônibus. Em julho de 2024, o transporte público do Distrito Federal iniciou a digitalização do pagamento, com os coletivos deixando de aceitar dinheiro em espécie para adotar outros formatos: bilhete avulso, cartão de crédito ou débito, vale-transporte, passe livre estudantil e cartão BRB Mobilidade.

“Desde o ano passado, quando começamos a transformar o pagamento, um dos objetivos era diminuir a atratividade dos furtos e crimes dentro dos coletivos eliminando a circulação do dinheiro em espécie, já que temos um número excessivos de viagens, um total de 22,5 mil em dias úteis”, comenta o secretário de transporte e mobilidade, Zeno Gonçalves.

Segundo ele, em 2023, cerca de R$ 280 milhões circulavam dentro dos ônibus. Em 2024, o dinheiro representou apenas 1,2% dos acessos pagos. “O primeiro impacto que percebemos da não aceitação do dinheiro foi a queda dos roubos”, afirma. Zeno cita também o sistema de câmeras internas dos coletivos como outro ponto importante na redução dos índices.

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