Voith concentra ações nos produtos para a eficiência energética no transporte coletivo

Para aplicação em ônibus, a empresa oferece ao mercado brasileiro o Voith Electrical Drive System (VEDS) e a transmissão Diwa NXT de sete velocidades com a solução de híbrido leve (mild hybrid) de 48 volts integrado

Sonia Moraes

A Voith Turbo está intensificando suas ações para apresentar ao mercado brasileiro os produtos relacionados à eficiência energética no transporte coletivo por ônibus: o Voith Electrical Drive System (VEDS), que busca melhorar a capacidade operacional com a menor quantidade de baterias, e transmissão Diwa NXT de sete velocidades, com a solução de híbrido leve (mild hybrid) de 48 volts integrado.

A empresa acredita que, dentro da transição energética, a eletrificação vai ocorrer em uma velocidade sustentável, principalmente do ponto de vista financeiro operacional. “Nós trabalhamos para que essa tecnologia esteja disponibilizada num grau de maturidade adequado para quando as montadoras tiverem uma janela de desenvolvimento”, disse Rogério Pires, diretor da divisão de veículos comerciais da Voith Turbo América do Sul, durante evento realizado na fábrica localizada no bairro Jaraguá, em São Paulo.

Na avaliação de Pires, a eletrificação vai caminhar de forma lenta em alguns mercados que não tenham um equacionamento financeiro adequado _ tanto do ponto de vista do próprio veículo quanto da infraestrutura. “Não adianta simplesmente ter o veículo. É preciso ter infraestrutura. E o ônibus urbano tem que estar disponível para a população e não estar carregando na garagem.”

A Voith Turbo já fornece as suas novas tecnologias para empresas na Europa. O sistema VEDS equipa os ônibus de duas montadoras inglesas no Reino Unido, a Alexander Dennis e a WrightBus, e a transmissão Diwa NXT de sete velocidades os ônibus da Iveco e da Solaris naquele mercado.

O diretor da Voith Turbo destacou que a Europa está na terceira onda de eletrificação. “A primeira onda é igual ao que estamos vivendo aqui – eletrificar e colocar para rodar sem importar se vai dar certo ou não. A segunda onda é começar a aprimorar os sistemas e ganhar confiabilidade, pois não adianta ter um sistema elétrico eficiente e quebrar a cada quilômetro. A terceira onda é da eficiência energética, conseguir reduzir a quantidade de baterias por meio da combinação entre o veículo e a infraestrutura para o ônibus voltar a transportar pessoas e não baterias.”

Pires também considerou o sistema híbrido uma alternativa. “Acho que todos os caminhos são bons, mas o importante é saber dosá-los de acordo com a vocação de cada cidade.” Para os centros urbanos, o diretor da Voith indica que a eletrificação dos ônibus tem que ser rápida. “Quando se tem uma condição mais mista, o híbrido pode ajudar bastante”, disse.

Sistema VEDS (Divulgação)

60 anos de Brasil

A Voith, que completa 60 anos de atividades no Brasil, mantém suas atenções voltadas para o futuro, trabalhando com novas tecnologias para ampliar a sustentabilidade. No seu complexo industrial localizado em uma área superior a 300 mil metros quadrados, no bairro Jaraguá, em São Paulo, a companhia alemã mantém três divisões industriais. Além da Voith Turbo, que abastece o setor de transporte (veículos comerciais), ferroviário, naval, energia, mineração e petróleo e gás; tem a Voith Paper, que fornece máquinas e equipamentos para o mercado de papel e celulose, e a Voith Hydro que supre com soluções completas e serviços todo o ciclo de vida das usinas hidrelétricas.

Entre os novos projetos definidos pela companhia para atender as futuras demandas no país está a ampliação da capacidade da fábrica da Voith Hydro e o investimento de R$ 5 milhões na Voith Turbo para reforçar a bancada de testes.

“Não será necessário expandir outras áreas fisicamente, mas vamos trabalhar bastante na eficiência e na distribuição das nossas atividades para dobrar a capacidade da Hydro, além de adquirir equipamentos de acordo com as necessidades”, disse Harald Engenrieder, diretor-geral e Chief Financial Officer (CFO) da Voith América do Sul.

Ao longo de 60 anos, a empresa enfrentou muitos desafios relacionados a questões econômicas e políticas internacionais, segundo Engenrieder. “Hoje o país tem uma condição econômica melhor e o cenário é mais favorável, o que permite a empresa trabalhar olhando para o futuro”, disse o executivo.

Transmissão Diwa NXT (Divulgação)

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