Sonia Moraes
Technibus – Qual a expectativa da Busscar para 2024?
Paulo Corso – Esperamos alcançar 20% de market share no segmento de ônibus rodoviário este ano, o que significa produzir 1.000 veículos. Essa é a nossa meta e estamos nos preparando para isso.
Technibus – Como foi o desempenho da empresa no ano passado?
Paulo Corso – No primeiro trimestre de 2023, a Busscar utilizou de 40% a 50% da sua capacidade por causa da falta de chassis com motor traseiro e conseguiu produzir 714 ônibus. Houve um descompasso na entrega de chassis pelas montadoras e no segundo trimestre a situação começou a melhorar, normalizando o fornecimento no quarto trimestre, mas ainda há dificuldades com falta de mão de obra e entrega de materiais que tem causado atrasos na produção de ônibus.
Technibus – Como está o ritmo de produção na fábrica de Joinville (SC)?
Paulo Corso – As atividades estão voltando ao ritmo normal, depois da falta de demanda no primeiro trimestre de 2023. Agora estamos ajustando a produção de ônibus de acordo com o nosso planejamento para não fazer mais do que pode e menos do que o necessário.
Technibus – Do total de ônibus que a Busscar produz, quantos são exportados?
Paulo Corso – São exportados de 10% a 15% e o principal mercado é o Chile, que absorve de 110 a 120 veículos do total de 180 ônibus que são vendidos no exterior. O restante segue para o Uruguai, Peru, Guatemala, Equador, Costa Rica e Paraguai.
Technibus – A Busscar tem planos de expandir as exportações?
Paulo Corso – Sim. Temosplanos de expandir a exportação, mas não temos braço, é preciso ter mais equipe no exterior para comercializar os ônibus fabricados no Brasil.
Technibus – Para o mercado de ônibus, qual a expectativa da Busscar?
Paulo Corso – A minha expectativa é de que seja um ano melhor, especialmente para o segmento rodoviário, depois das limitações que teve na produção com a falta de componentes e baixa demanda do mercado por causa dos juros elevados e limitação de crédito.
Technibus – Quanto o mercado de ônibus poderá crescer neste ano?
Paulo Corso – Tivemos a pandemia que impactou muito o setor e a nova legislação Euro 6 que causou falta de chassis no mercado porque as montadoras focaram na produção de chassis com motor Euro 5. Agora as perspectivas são melhores e se o mercado de ônibus crescer 15% este ano será ótimo.
Technibus – O que impulsionará o segmento de ônibus rodoviário neste ano?
Paulo Corso – Além da retomada do turismo e o aumento da demandapor causa do preço elevado das passagens aérea, tem a aprovação do novo marco regulatório para o setor de rodoviários interestaduais e regulares em dezembro de 2023 e, conforme divulgou a Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), com a regulamentação, as empresas terão mais segurança e estarão dispostas a fazer investimentos que atingirão R$ 3,6 bilhões para a renovação da frota, tecnologia e estrutura física.
Technibus – Ainda tem algo que preocupa e pode atrapalhar o crescimento do setor?
Paulo Corso – A preocupação é em relação à disponibilidade de financiamento para a aquisição de ônibus e a limitação para liberar o crédito.