Por Sonia Moraes
Technibus – A Rouxinol tem planos de renovar a frota em 2023?
Júlio César Diniz – Compramos no fim do ano passado 35 ônibus Euro 6 Mercedes-Benz para renovar a frota. Já temos 32 veículos em operação e os outros três têm previsão de serem entregues em setembro.
Technibus – A empresa pretende comprar mais ônibus este ano?
Júlio César Diniz – Com essa aquisição, concluímos o programa de renovação, mas há possibilidades de novas aquisições neste ano para incrementar a frota.
Technibus – Quais os planos para 2024?
Júlio César Diniz – Vamos continuar renovando a frota, mas não na mesma velocidade de anteriormente. Em 2024, o volume de compras vai depender do cenário econômico, mas olhando os dados que temos hoje, haverá uma redução em torno de 40%.
Technibus – Com o serviço de fretamento, quais empresas a Rouxinol atende?
Júlio César Diniz – A Rouxinol atende empresas da área automotiva, siderurgia, hospitalar, alimentação, elétrica e de serviços, transportando cerca de 1,2 milhão de pessoas por mês. Temos contratos com 20 grandes companhias, das quais 17 são multinacionais.
Technibus – Quantos veículos a Rouxinol têm em sua frota?
Júlio César Diniz – São 300 veículos, todos Mercedes-Benz, sendo 230 chassis OF 1721 e OF 1722 com motor dianteiro (40% com carroceria Marcopolo G8 e G7 e 60% Comil Campione 3.25), 60 micro-ônibus (90% com carroceria Marcopolo Senior e 10% Neobus, alguns convencionais e os demais executivos), seis modelos 0500 com motor traseiro e carroceria Neobus e quatro vans versão 416 CDI.
Technibus – Onde circulam estes veículos?
Júlio César Diniz – Os ônibus operam no trajeto entre Belo Horizonte/Conselheiro Lafaiete/Jeceaba e as vans são utilizadas para atender clientes na região metropolitana de Belo Horizonte onde tem pequeno grupo que necessita de atendimento personalizado, devido à sua função ou horário de saída vulnerável.
Technibus – Além da Rouxinol, tem outra empresa de transporte em Minas Gerais?
Júlio César Diniz – Temos a Sudoestino, que faz o transporte rodoviário na região Sudoeste de Minas Gerais, circulando nas linhas entre Passos do Sul até Piumhi, e nas cidades de São João Batista do Glória e Delfinópolis.
Technibus – Quantos veículos a Sudoestino tem em sua frota?
Júlio César Diniz – São 15 ônibus Mercedes-Benz chassi OF 1721, sendo 10 modelos rodoviários com carroceria Marcopolo e Comil e cinco urbanos com carroceria Marcopolo.
Technibus – Há planos de comprar novos ônibus para renovar a frota da Sudoestino?
Júlio César Diniz – Há planos sim, porém para 2024.
Technibus – As empresas contam com garagens próprias?
Júlio César Diniz – Sim. São quatro garagens da Rouxinol e uma da Sudoestino, em Passos (MG).
Technibus – Qual a sua previsão para o mercado de fretamento corporativo?
Júlio César Diniz – Acredito que em 2023 o cenário será estável, mas em 2024 a perspectiva é melhor, com juros menores e forte investimento do governo.
Technibus – O fretamento corporativo já se recuperou da pandemia?
Júlio César Diniz – O fretamento em termos de volume de serviço não sofreu tanto na pandemia, pois as regras sanitárias fizeram aumentar a demanda devido a necessidade de operar com 50% da capacidade do veículo. As demandas foram migrando, porém, um efeito negativo que não retornou até o momento foi o home office, o que fez reduzir o serviço de fretamento no horário administrativo.
Technibus – Qual foi o impacto causado pela pandemia?
Júlio César Diniz – A pandemia fez a Rouxinol perder motoristas treinados, pois esses funcionários foram trabalhar em outras atividades. Tínhamos colaboradores de muitos anos na empresa, mas quando veio a pandemia e o risco que a mesma trouxe para quem tinha que estar em contato com diversas pessoas diariamente, fez com que alguns reavaliassem suas prioridades e resolveram parar.
Technibus – Quantos empregados têm a Rouxinol?
Júlio César Diniz – Temos 630 empregados, dos quais 400 são motoristas.
Technibus – Qual o maior desafio das empresas de fretamento hoje?
Júlio César Diniz – Atualmente o maior desafio das empresas de fretamento é conseguir a remuneração de acordo com as condições reais do mercado. Os ônibus estão 40% mais caros, mas as empresas contratantes não reconhecem esse reajuste e recusam pagar mais pelo serviço porque estão com dificuldades de caixa. Para o setor de transporte, a inflação é uma realidade totalmente desproporcional e, com o diesel mais caro que a gasolina, por exemplo, os contratantes de fretamento são empresas em sua maioria indústrias multinacionais, então todos os reajustes devem ter previsão orçamentária, o que dificulta bastante as negociações e principalmente a capacidade de explicar por que os índices oficiais estão abaixo de 5% e estamos pleiteando 25%.
Technibus – Como está a demanda pelo serviço de fretamento hoje?
Júlio César Diniz – Há 20 anos a indústria respondia por quase 40% do PIB do Brasil e hoje a representatividade está abaixo de 20%. Fora do setor de mineração, a demanda para o serviço de fretamento se reduziu, e os volumes de produção ainda estão abaixo da referência antes da pandemia. A Rouxinol não perdeu clientes, mas alguns tiveram reduções expressivas em quantidade de veículos.