Technibus – Como foi a trajetória da Viação Santa Cruz?
Francisco Mazon – A história da Santa Cruz começou em 1952, com algumas peruas que eram usadas para o transporte de alunos de Conchal até Mogi Mirim. A primeira linha de ônibus foi inaugurada em 1958 no interior de São Paulo pelo meu pai Eugênio Mazon. Na época, a grande preocupação do meu pai era de manter a frota renovada.
Technibus – Como foi o desenvolvimento da empresa?
Francisco Mazon – A Santa Cruz cresceu a partir de aquisições – foram mais de 40 aquisições ao longo do tempo –, mas nunca mudou os valores que meus pais, Sofia e Eugênio, passaram para nós. E procuramos passar isso para frente e hoje todos os funcionários sabem dos principais valores da companhia.
Technibus – Quais foram os desafios ao longo dos 65 anos?
Francisco Mazon – Antes de enfrentar dois períodos de crise – em 2014 e 2015 e depois durante a pandemia – a Viação Santa Cruz chegou a ter 750 ônibus, 18 instalações de garagens e 2.175 funcionários. Para resolver o problema de caixa traçamos um plano de ficar com 20% da frota, 5% das garagens e 20% dos funcionários, ter cerca de 60% a 70% da receita e fazer alguma coisa que agregasse mais valor ao nosso negócio.
Technibus – Qual o tamanho da frota hoje?
Francisco Mazon – Hoje a Santa Cruz tem em sua frota 96 ônibus rodoviários, com idade média de dois anos, sendo 100% de modelos Scania com carroceria Marcopolo. A outra empresa do grupo, a Sul Minas, tem 48 ônibus, todos com chassis Mercedes-Benz e carroceria Busscar.
Technibus – Quais são os planos para 2023?
Francisco Mazon – O projeto para 2023 é transformar a Santa Cruz em uma empresa verde, buscando atender todas as demandas do ESG, respeitando o meio ambiente, as pessoas e os clientes. E também buscar mais clientes, usando a nossa estrutura, mas alicerçada em dois pilares, do ESG e de tecnologia.
Technibus – Qual o principal desafio a ser enfrentado nos próximos meses?
Francisco Mazon – O desafio da Santa Cruz agora é recuperar os passageiros perdidos durante a pandemia. Estamos operando com 15% a menos de passageiros, e acho que o número que tínhamos no pré-pandemia não volta mais, mas temos que buscar esses passageiros. A empresa atua em 100 cidades, passando por três grandes eixos rodoviários, que movimentam milhares de pessoas e a demanda é enorme.
Technibus – A Santa Cruz tem investimentos programados para este ano?
Francisco Mazon – A empresa havia comprado 33 ônibus Scania, modelo K 370 4×2, equipados com motor Euro 6. O primeiro modelo será entregue no início de julho, depois 11 unidades no fim de julho, 11 em agosto e dez em setembro. E estamos comprando mais 19 ônibus, que serão entregues entre os meses outubro e novembro. Todos os veículos contam com carroceria Marcopolo Paradiso 1200 Geração 8, têm dispositivos de segurança, câmeras e o Scania Fit, que usa a conectividade para melhorar o consumo de combustível. Estamos renovando a frota para se preparar para a alta temporada do fim de ano.