Orçamento da União aberto para o Transporte Público

Pela primeira vez, o orçamento da União inclui a possibilidade de participação do governo federal no custeio do transporte público urbano

Márcia Pinna, Podcast do Transporte

O grande destaque deste episódio é a aprovação da PLN 2 de 2025, artigo 28-A, que pela primeira vez inclui no orçamento da União a possibilidade de participação do governo federal no custeio do transporte público urbano. A medida é considerada histórica e abre caminho para que o setor seja reconhecido como um direito do cidadão e um dever do Estado, ao lado de saúde, educação e segurança. Mas há pontos de atenção.

O diretor de gestão da NTU, Marcos Bicalho, comemorou a abertura do orçamento, mas lembrou que a luta será anual, já que as leis orçamentárias têm validade de um ano. Ele destacou que os empresários precisam estar preparados para maior eficiência, transparência e acompanhamento constante das discussões no Congresso e no Executivo. Bicalho também ressaltou que a medida fortalece o debate sobre tarifa zero e modicidade tarifária, permitindo maior inclusão da população de baixa renda.

O superintendente da ANTP, Luis Carlos Néspoli (Branco), destacou o esforço conjunto de entidades e associações que pressionaram Executivo e Legislativo para incluir o transporte público no orçamento. Ele reforçou que os novos recursos devem ser direcionados para melhorar a qualidade do serviço, com investimentos em infraestrutura, renovação de frota e tecnologias de descarbonização.

Branco lembrou que inovações como ônibus elétricos e combustíveis limpos não podem recair sobre o passageiro, já que são de interesse coletivo e global.

Mercado de ônibus surpreende com crescimento

A editora da Technibus, Márcia Pinna, analisou os números da Fabus, associação dos fabricantes de carrocerias. O setor registrou crescimento de 5,4% na produção até novembro em relação ao ano anterior, com destaque para as exportações, que avançaram 24%.

Para 2026, a entidade vê boas oportunidades com programas federais como o Caminho da Escola, o turismo interno e incentivos à renovação de frotas. Mas os fabricantes alertam para os desafios macroeconômicos, como juros altos e incertezas internacionais.

Mototáxis dividem SP: governador e prefeito em rota de colisão

O editor do Diário do Transporte, Adamo Bazani, trouxe informações sobre a disputa em São Paulo em torno da regulamentação dos mototáxis. O prefeito Ricardo Nunes foi obrigado a sancionar a lei que libera o serviço, mas se mantém contrário. Já o governador Tarcísio de Freitas enviou projeto à Assembleia Legislativa para isentar motos de até 150 cilindradas do IPVA, medida que pode beneficiar entregadores e ampliar o uso das motos.

Aplicativos como Uber e 99, no entanto, anunciaram que não irão operar mototáxis sob as regras impostas pela prefeitura, alegando restrições veladas. Especialistas criticam a renúncia fiscal e defendem que os recursos deveriam ser aplicados no transporte coletivo, além de alertarem para os riscos de segurança viária e poluição.

Abrati News: férias de verão aquecem o transporte rodoviário

O movimento de fim de ano e férias já está em alta no transporte rodoviário de passageiros. As empresas associadas da Abrati ampliaram em mais de 35% a oferta de horários, com 47 mil opções de viagens por todo o Brasil. Rotas como Salvador–Juazeiro, Porto Alegre–Florianópolis e Cuiabá–Goiânia tiveram procura mais que dobrada.

A entidade reforça o alerta para que os passageiros evitem o transporte clandestino e comprem bilhetes apenas em canais oficiais, garantindo segurança e tranquilidade nas viagens.

Fiscalização no Poder Público para melhorar o Transporte

No editorial deste episódio, Alexandre Pelegi lembra que não basta investir em veículos modernos ou tecnologia: o ambiente do serviço é tão importante quanto o ônibus ou o metrô. Ele destaca que a fiscalização deve atingir também o poder público, responsável por garantir faixas exclusivas, calçadas adequadas, pontos de embarque organizados e segurança superior à média da cidade.

Pelegi cita exemplos internacionais, como Londres, onde centros de controle monitoram permanentemente o viário e organizam a circulação. Para ele, o transporte coletivo só será atrativo se oferecer prioridade, confiabilidade e cuidado permanente com o passageiro. Sem isso, deixa de ser uma escolha e se torna apenas uma obrigação.

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