A estação Júlio Prestes, em São Paulo, é reaberta, mas segue em obras de restauração e modernização. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos em 2026

Além da reabertura, a partir de hoje, o passageiro não precisa pegar outro trem para transitar entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda

Marcia Pinna

AEstação Júlio Prestes, da Linha 8-Diamante, operada pela ViaMobilidade, foi reaberta ao público. O trecho de conexão com a estação Palmeiras-Barra Funda foi interditado entre os dias 15 e 24 deste mês para intervenções como a remoção de uma passarela metálica, não prevista no projeto arquitetônico original, o que contribuirá para devolver à estação sua autenticidade visual. Também teve início a transformação da antiga sala operacional em um café, que será inaugurado em uma etapa posterior. 

Outra novidade é que a partir desta segunda, o trajeto entre a estação Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda será realizado pelo mesmo trem que trafega no restante da Linha 8-Diamante, ou seja, o cliente não precisa mais pegar o trem em outra plataforma para transitar entre as duas estações. 

As obras fazem parte do projeto de restauração do local, um dos ícones históricos da cidade de São Paulo, e contemplam melhorias em acessibilidade, infraestrutura elétrica e hidráulica, além da instalação de sistemas modernos de monitoramento integrados ao Centro de Controle Operacional (CCO). A previsão é que todos os trabalhos sejam finalizados em 2026.

Restauração

Na nova fase, além da remoção da passarela metálica, o projeto contempla uma reconfiguração dos ambientes. A sala operacional, por exemplo, será transformada em um café, oferecendo um espaço onde as pessoas poderão vivenciar a história da estação enquanto aguardam o trem. Essa reconfiguração busca valorizar os elementos originais do espaço e torná-lo mais acolhedor. 

O restauro envolve uma investigação detalhada das cores e materiais usados originalmente. A cor “flor de laranjeira” foi escolhida para harmonizar as áreas internas, enquanto nuances de rosé serão aplicadas em pontos específicos. Para as pinturas, são usadas tintas minerais compostas de silicatos, mais duráveis e adequadas à conservação de ambientes históricos, como as empregadas no projeto original. 

As obras preveem ainda o restauro das alvenarias e estruturas metálicas, que, além de receberem tratamentos de proteção, serão adaptadas para prolongar sua vida útil. As janelas históricas, com seus vidros aramados que garantem segurança e resistência, serão restauradas para manter a luz natural e a transparência do espaço. Já os jardins externos serão revitalizados para criar áreas de convivência, complementando o ambiente da estação. 

Respeitando todas as diretrizes dos órgãos de preservação patrimonial, como Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) e Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), o restauro também inclui adaptações modernas, como câmeras e sistemas de monitoramento integrados ao Centro de Controle Operacional (CCO), além de melhorias em acessibilidade, infraestrutura elétrica e hidráulica. 

Inaugurada em 1938 e projetada por Christiano Stockler das Neves, a estação Júlio Prestes foi criada como sede da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana.

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