Fabricantes de autopeças acumulam redução de 15,8% nas exportações até setembro

Com a movimentação maior das importações desde o início do ano e o declínio das exportações, o déficit comercial nos nove meses deste ano foi de US$ 9,7 bilhões, montante 29,5% superior ao saldo negativo de janeiro a setembro de 2023

Sonia Moraes

A indústria de autopeças registrou em setembro o melhor resultado de exportações do ano, com US$ 805,2 milhões, superando em 24,6% as vendas ao exterior realizadas em agosto deste ano (US$ 646,3 milhões) e em 12,2% setembro de 2023, quando atingiram US$ 717,9 milhões, segundo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Apesar do movimento positivo em setembro, as exportações acumuladas nos nove meses deste ano não garantiram bom resultado, e os US$ 5,8 bilhões registrados ficaram 15,8% abaixo do mesmo período de 2023, quando as vendas externas das empresas atingiram US$ 6,9 bilhões.

O Sindipeças destaca que a dinâmica das exportações de autopeças apresentou dois momentos distintos ao longo deste ano. Entre janeiro e maio de 2024, a taxa média de crescimento composta (CARG) foi de 4,8%. A partir de junho de 2024, a taxa subiu para 13,5%. “É próprio notar que a partir do sexto mês do ano – por fatores internos e externos – intensificou-se a desvalorização da moeda brasileira, que acumulou entre maio de 2024 e setembro de 2024 variação de 5,3% e no ano até setembro de 2024, 11,4%. Além do mais, a paulatina estabilidade econômica na Argentina, refletida no comportamento das taxas mensais de inflação, entre outros fatores, tem assegurado a ampliação das transações comerciais, assim como a ampliação das vendas para mercados historicamente menos relevantes, como Noruega e Guiana.

Nas importações as empresas registram em setembro US$ 1,8 bilhão, que foi 6,2% inferior a agosto deste ano (US$ 1,9 bilhão), mas em relação ao US$ 1,4 bilhão registrado em setembro de 2023 o avanço foi de 21,6%. No acumulado de janeiro a setembro deste ano as importações atingiram US$ 15,5 bilhões, com aumento de 7,7% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, que totalizou US$ 14,4 bilhões. “A atividade econômica em ritmo acelerado e o bom momento experimentado pelo setor automotivo tornam claro o avanço das importações”, esclarece o Sindipeças.

Com a movimentação maior das importações desde o início do ano e o declínio das exportações, a indústria de autopeças acumula nos nove meses de 2024 déficit de US$ 9,7 bilhões, o que representou aumento de 29,5% em relação ao saldo negativo de US$ 7,4 bilhões registrado de janeiro a setembro de 2023.

Exportações

Nos nove meses deste ano as empresas exportaram seus produtos para 202 países e a Argentina manteve o destaque como principal parceiro comercial do setor, com 33,7% de participação nas compras do Brasil, mas o montante de US$ 1,9 bilhão, foi 23,8% inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quanto atingiu (US$ 2,5 bilhões). Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking de compras do Brasil com US$ 1,02 bilhão, que garantiu 17,6% de participação, sendo 2,5% inferior a janeiro e setembro do ano passado.

Na sequência aparece o México, que absorveu US$ 697,6 milhões, 2,0% superior ao mesmo período do ano passado, ficando com 12% do total, e a Alemanha, que teve 5,2% de participação, com US$ 305,9 milhões, queda de 36,0% sobre janeiro a setembro de 2023. O Chile aparece em quinto lugar, com US$ 174 milhões, aumento de 9,4% em relação aos nove meses de 2023 e 3,0% de participação nas compras de componentes, segundo o Sindipeças.

Importações

Nas importações provenientes de 189 países de janeiro a setembro deste ano a China continua como um dos principais parceiros comerciais das fabricantes de autopeças, com US$ 2,7 bilhões, 24,38% a mais que nos nove meses de 2023, e a participação foi de 17,7% nas compras totais das empresas.

Em seguida aparece os Estados Unidos, com US$ 1,6 bilhão, montante 8,3% inferior aos nove meses do ano passado, e a participação foi de 10,9%. A Alemanha teve 9,4% de representatividade, com o total de US$ 1,4 bilhão, 2,4% acima de janeiro e setembro de 2023.

O Japão, que aparece em quarto lugar no ranking, teve 8,3% de participação, com US$ 1,2 bilhão, 5,2% a mais do que no mesmo período do ano anterior, e o México, quinto lugar, assegurou 7,1% de participação, com US$ 1,09 bilhão, aumento de 1,9%.

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