Cummins reposiciona a marca para a divisão de eixos

Com a mudança, a divisão OEM (montadoras) ficará com a Cummins Drivertrain and Braking Systems e a de aftermarket terá a marca Meritor; além das montadoras, a empresa fornece seus produtos para a Marcopolo e a Agrale

Sonia Moraes

A Cummins Drivetrain and Braking Systems (CDBS) é a nova divisão da Cummins na produção de eixos. Com o reposicionamento no mercado brasileiro, a Meritor, que é conhecida como fabricante de eixos para veículos comerciais e que foi adquirida pela companhia em agosto de 2022, passa a ser apenas uma marca para o segmento de aftermarket.

Com exceção da Scania, a Cummins fornece seus produtos para a Volvo, Mercedes-Benz, Volkswagen Caminhões e Ônibus, DAF, Iveco e para as fabricantes de ônibus Marcopolo e Agrale. “A partir de agora a divisão OEM (montadoras) ficará com a Cummins Drivertrain and Braking Systems e a de aftermarket terá a marca Meritor”, explicou Kleber Assanti, gerente geral da CDBS para América do Sul, aos jornalistas que participaram de evento realizado na fábrica de Osasco em São Paulo.

Em Osasco, a Cummins tem três fábricas – para a montagem dos produtos, para produção componentes e uma que reúne o estoque de peças – e emprega 1.200 funcionários. Neste complexo industrial, a empresa produz vários modelos de eixos para veículos com capacidade entre 6 e 125 toneladas de Peso Bruto Total Combinado (PBTC) e, ao longo de 68 anos o volume atingiu 8,5 milhões unidades.

Para garantir o aumento de 25% da capacidade produtiva, a Cummins investiu R$ 55 milhões na fábrica de Osasco de 2019 a 2023, que foram aplicados em nova linha de montagem, na ampliação da área com a adição de 12 mil m2, em novos processos de manufatura e fluxo de materiais, além de novos maquinários para automatização dos processos. “Agora a capacidade em relação ao mercado de caminhões e ônibus está bem balanceada com os investimentos dos últimos três anos”, disse Assanti.

Com os investimentos realizados já prevendo o aumento da demanda em 2025, a capacidade produtiva da fábrica de Osasco aumentou para 145 mil unidades neste ano. E com o plano de localizar a produção de diferenciais, a empresa vai investir R$ 15 milhões no próximo ano. Hoje esse componente é importado do México. “Com a localização, haverá uma duplicação na produção de diferenciais no Brasil para atender a Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Volvo”, disse Diogo Andrade, engenheiro de manufatura e industrialização da CDBS.

Veículos comerciais

Hoje a Cummins tem 60% de participação em veículos comerciais acima de nove toneladas, fornecendo 100% dos eixos feitos em Osasco para a Volvo Caminhões e 10% para a Mercedes-Benz. É nesta fábrica que são produzidos os eixos que seguem para fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende (RJ). “Este ano celebramos o crescimento das vendas no Brasil, com uma previsão de aumento de cerca de 20% nas vendas dos nossos produtos para caminhões e ônibus em relação a 2023”, comentou Assanti. A meta da empresa é acompanhar a dinâmica do mercado e crescer cerca de 5% em 2025. “Teremos 4% de crescimento orgânico junto com a conquista de novos clientes”, explicou o executivo, acrescentando que a empresa tem capacidade extra de 15% a 20% para atender o pico de mercado, que espera atingir 160 mil caminhões e 30 mil ônibus no futuro.

Para o aftermarket, a empresa tem mais de três itens disponíveis, o que inclui componentes do diferencial automotivo, rolamentos, cruzetas e óleo para o diferencial com a marca Meritor. A previsão da empresa é de fechar este ano com crescimento de 14% nas vendas e crescer 5% em 2025. “Muito desse crescimento se dará por ganho de mercado, crescimento orgânico e lançamento de novos produtos”, disse Leandro Carvalho, gerente de aftermarket da Cummins para a América Latina.

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