O Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), completa 90 anos com muitos motivos para comemorar. Para o presidente do Sindicato, José Antonio Fernandes Martins, atingir essa marca mostra o amadurecimento e eficácia das suas ações e dos seus procedimentos. “Somente uma organização que tem princípio, metodologia, iniciativas e uma filosofia de desenvolvimento, chega a essa idade. Quando os participantes acreditam nos princípios que a entidade defende, isso faz com que ela prospere e se mantenha viva.”
Representando todos os modais de mobilidade, exceto o automóvel e avião, o Simefre reúne entre seus associados empresas de todos os portes, nas indústrias: ferroviária, de implementos rodoviários e duas rodas (motocicletas e bicicletas).
Olhando para o futuro, Martins ressalta o bom momento vivido pelos setores, como o rodoviário. “Se você analisar o abastecimento e a mobilidade no agronegócio no Brasil, que é o principal setor da economia, e onde o transporte rodoviário representa mais de 60%, só podemos dizer que temos uma demanda forte, e que as empresas que participam do setor são de alta tecnologia, com conceito internacional. É um setor hoje altamente respeitado.”
Ainda no rodoviário, o segmento de ônibus também deslanchou, sendo o Brasil o maior produtor de ônibus do mundo. “Um produtor de alta competência e fortemente respeitado no mundo inteiro.”
No setor de motos ele cita a pujança dos três principais fabricantes e lembra que ainda existe um potencial grande de crescimento neste mercado, uma vez que a moto permite mobilidade com preços mais acessíveis ao consumidor de baixa renda. “Sentimos que as perspectivas são muito boas.”
No segmento de bicicletas, o presidente do Simefre diz que há uma estabilidade. Depois de um período de crescimento o setor manteve a produção e vendas. As ações de incentivo ao uso das bicicletas, como o aumento do número de ciclofaixas vem contribuindo para isto.
No setor ferroviário, o cenário começa a mudar. Martins lembra que em 1950 o país tinha cerca de 38 mil km de vias férreas operando, hoje tem cerca de 30 mil km, mas apenas 14 ou 15 mil km operacionais. Apesar disto, o presidente do Simefre aposta na recuperação deste modal. “Finalmente, todas as empresas e entidades de classe estão entendendo que precisamos “ferroviarizar” o Brasil. Porque ainda é o transporte mais econômico, seguro e eficaz.”
Apesar dos pontos positivos, Martins não acredita que o processo seja rápido. “Os empresários precisam acreditar novamente e começar a criar condições para chamar novos investimentos, nessas áreas para que o transporte ferroviário de carga possa deslanchar. Sentimos que esse transporte está começando a atrair a simpatia dos empresários, atrair operadores. É um início.”
O Simefre é o sindicato da mobilidade e como tal estará ao lado dos setores produtivos, como esteve ao longo desses 90 anos. Preparando-se para o futuro, o sindicato vem trabalhando no Projeto Simefre+90, atrelando todo o conhecimento que a entidade possui dos setores representados, com as inovações necessárias para o crescimento destes mercados.