Scania confirma investimentos de R$ 2 bilhões para a fábrica de São Bernardo do Campo

Os detalhes deste investimento serão relevados na segunda-feira (24/06), em coletiva de imprensa quando a empresa apresentará os planos para o segmento de ônibus, que inclui a produção de um modelo elétrico urbano

Sonia Moraes

A Scania confirmou hoje (21/06) a nova fase de investimentos no Brasil, de R$ 2 bilhões para o período de 2025 e 2028. Os recursos, segundo a empresa, reforçam sua jornada de descarbonização dos ecossistemas de transporte e logística e dão continuidade ao ciclo de R$ 1,4 bilhão aplicados pela companhia na sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e que encerra neste ano.

Em nota, a Scania informou que os detalhes deste investimento serão relevados na segunda-feira (24/06) em coletiva de imprensa quando a empresa falará sobre os planos para o segmento de ônibus, que inclui a produção de um modelo elétrico urbano. A empresa recebeu hoje a visita do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Ações para a descarbonização

A Scania já havia anunciado em janeiro de 2022 várias ações que reforçam seus compromissos com a descarbonização e que faziam parte do ciclo de investimentos para o período de 2021-2024 no montante de R$ 1,4 bilhão, recurso dedicado à atualização e modernização do parque industrial e desenvolvimento de tecnologias alternativas.

Entre essas ações foi destacado a utilização de um ônibus elétrico para testes pela equipe de engenharia na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que seria uma espécie de ônibus-escola.

“O Brasil sempre foi um importante laboratório para nossos produtos. E o elétrico será grande uma oportunidade de aprendizagem para ajudar a adaptar esta tecnologia às condições da América Latina e ainda desenvolver competência dentro e fora da Scania”, disse Christopher Podgorski, presidente e CEO da Scania Latin America, durante aquele evento realizado na fábrica de São Bernardo do Campo. O ônibus protótipo passou por testes, ajustes e adaptações às condições climáticas severas e topografia brasileiras.

“Nossa jornada pela descarbonização passa por várias fases e enquanto algumas tecnologias já estão em circulação no Brasil, como o biometano, outras que já são realidade na Europa estão em fase de estudos e passam por testes por aqui”, destacou Podgorski.

Testes com ônibus biometano

Em continuidade a sua estratégia de contribuir para a sustentabilidade, a Scania também iniciou em junho do ano passado testes com um ônibus movido a biometano na cidade de Londrina. O projeto conduzido pela Companhia Paranaense de Gás (Compagas) em conjunto com a Scania e a prefeitura de Londrina tinha como objetivo certificar os indicadores de eficiência, em especial, a redução nas emissões de poluentes na utilização do veículo.

O ônibus da Scania avaliado é o Padron K 280, com 14 metros de comprimento e capacidade para 86 passageiros. O modelo K 280 4×2 tem propulsor de 280 cavalos de potência e é equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes.

O ônibus a gás foi testado em linhas operadas pela Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL), com o acompanhamento da Companhia Municipal do Trânsito e Urbanização (CMTU), pelo período de 30 dias.

Em Londrina o ônibus foi abastecido com biometano, gás 100% renovável, obtido a partir da produção do biogás, que por sua vez é gerado da decomposição de matéria orgânica de origem vegetal ou animal. Quando submetido a um processo de purificação, o biogás dá origem ao biometano e este é comparável em condições técnicas ao gás natural, já que após o refino, atinge alta concentração de metano em sua composição. O biometano, que chega hoje à Londrina, é produzido a partir de subprodutos do setor sucroenergético, e revendido pela Gastech que comercializa o GNV na cidade.

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