Sonia Moraes
O faturamento nominal da indústria de autopeças cresceu 20% em janeiro de 2024 em comparação com dezembro do ano passado, mês que havia apresentado retração de 24,4%. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), considerou esse aumento aos efeitos sazonais típicos do período.
O Sindipeças destaca em sua pesquisa que em termos reais, a receita das empresas cresceu 19,3%, descontando-se o efeito inflacionário. “Porém, há preocupação com o resultado no primeiro mês do ano. Em que pese o fato de o setor automotivo ter experimentado bom desempenho no primeiro trimestre, a comparação do acumulado em 12 meses revela que a receita nominal encolheu 5,3%, em termos nominais, e 9,0% em termo reais.”
Segundo o Sindipeças, o desempenho insuficiente da produção de veículos leves e a forte retração de veículos pesados no ano passado ainda geram reflexos para o movimento financeiro da indústria de autopeças. “As exportações para países da América do Sul também apresentaram performance inferior devido à crise na Argentina e arrefecimento dos mercados automotivos no Chile e na Colômbia.”
Canais de distribuição-
Nos canais de distribuição o mercado de reposição tem mostrado boa resiliência, com aumento de 41,4% em janeiro deste ano em relação a dezembro de 2023, que havia registrado recuo de 27,2%. “O segmento voltou com mais força. Em 12 meses, a receita nominal e a receita real da reposição cresceram 16,6% e 12,1%, respectivamente”, destaca o Sindipeças.
As vendas para as montadoras apresentaram aumento de 20% em janeiro em termos nominais e reais, mas nos 12 meses houve recuo de 10% em bases nominais e de 13,5% em termos reais. Em relação às exportações em reais, as empresas iniciaram o ano com retração nominal de 7,1% e de 7,6% em termos reais. Em 12 meses, houve aumento de 1,1%, mas contração real de 2,9%.
O Sindipeças destaca que, em janeiro, a ociosidade na indústria de autopeças recuou 1,2 pontos percentuais frente ao mês anterior, o que reforça a influência da sazonalidade nesse período. Em 12 meses, o nível médio de ociosidade no setor apresentou variação de aproximadamente 5,0%. Quanto ao emprego, houve aumento de 0,71% de dezembro de 2023 para janeiro de 2024, mas queda de 2,1% na comparação interanual.