Sonia Moraes
A produção de ônibus atingiu 1.887 veículos, com retração de 10,1% sobre outubro deste ano (2.098 chassis de ônibus) e recuo de 36,4% em relação a novembro de 2022 (2.969 unidades), segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No acumulado de janeiro a novembro de 2023, a produção de ônibus teve redução de 35,4%, com 19.340 unidades, ante os 29.919 veículos fabricados nos 11 meses de 2022. “O ônibus tem uma característica diferente de caminhão, com o processo de encarroçamento mais longo e uma defasagem maior na produção, mas certamente a justificativa para o aumento no licenciamento e queda na produção é decorrente do aumento do volume de veículos P7 (Euro 5), que foram adquiridos por empresas de ônibus e foram encarroçados ao longo do ano”, explicou Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea e diretor de relações institucionais da Iveco para a América Latina.
Freitas lembrou que em 2022 o setor fechou com a produção de 31 mil veículos e este ano deverá fechar com 21 mil unidades, queda de 30%. “Essa queda ocorre em decorrência do aumento de custo de produção por causa da transição da fase P7 para P8.”
Freitas falou também sobre a importância que o Caminho da Escola terá para o setor para o próximo ano. “O ministério da Educação licitou este ano mais de 15 mil ônibus escolares. É a maior licitação da história do Caminho da Escola e deverá ter um impacto muito grande no mercado de ônibus”, destacou.
Do total de ônibus produzidos nos 11 meses deste ano, 15.833 são modelos urbanos, segmento que apresentou queda de 40,2% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram fabricados 26.461 veículos. De modelos rodoviários, saíram da linha de montagem 3.509 ônibus até novembro, um resultado 1,5% superior aos 3.458 veículos feitos de janeiro a novembro do ano passado.
Mercado –
As vendas de ônibus tiveram aumento de 0,3% em novembro em relação a outubro deste ano, de 1.582 para 1.586 unidades e, sobre novembro de 2022 (1.751 unidades), a queda foi de 9,4%.
No acumulado de janeiro a novembro, houve um crescimento de 25,8% no licenciamento de veículos, com 18.956 unidades, ante os 15.065 veículos vendidos no mesmo período de 2022.
“O mercado de ônibus teve um crescimento importante por causa da renovação da frota de modelos urbanos e rodoviários porque em 2021 não teve muitas vendas de ônibus por causa da pandemia e ainda temos uma demanda reprimida. Esse crescimento significativo ainda não tem o impacto da licitação do programa Caminho da Escola deste ano e a esperamos um crescimento maior em 2024”, disse Marcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
Freitas acrescentou que o represamento nas vendas em 2021 afetou de forma positiva o setor de ônibus em 2022, mantendo essa mesma trajetória de crescimento nas vendas em 2023. “A expectativa é de fechar o ano com 18% de crescimento”, destacou.
Ranking –
No ranking dos 11 meses de 2023, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com a venda de 10.332 ônibus, 47,9% a mais que no acumulado de janeiro a novembro de 2022 (6.978 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 4.249 veículos, 1,2% acima do mesmo período do ano anterior (4.199 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 2.737 veículos, um resultado 5,2% superior de janeiro a setembro do ano passado (2.602 unidades).
Na sequência, está posicionada a Volvo que vendeu 642 ônibus até novembro, 32,1% acima dos 11 meses do ano passado (486 unidades); a Iveco com 558 veículos, 13% a mais que janeiro e novembro de 2022 (494 unidades), e a Scania que entregou ao mercado 371 ônibus, com aumento de 50,8% sobre os 11 meses de 2022, cujas vendas somaram 246 unidades.
Mercado externo-
As exportações de ônibus apresentaram crescimento de 1,2% em novembro em relação a outubro, passando de 409 mil para 414 unidades. No acumulado de janeiro a novembro de 2023, houve recuo de 5,8% com 4.559 veículos vendidos no mercado externo, ante as 4.838 unidades exportadas no mesmo período de 2022.
Do total de ônibus exportados até novembro, 2.584 são modelos urbanos, número 7,1% abaixo do mesmo período de 2022 (2.781 unidades), e 1.975 unidades são rodoviários, quantidade 4% inferior ao volume embarcado nos 11 meses de 2022, que totalizou 2.057 unidades.
Previsões para 2024 –
Para o segmento de veículos pesados (incluindo caminhões e ônibus) a Anfavea projeta para 2024 um crescimento de 14,1% nas vendas, passando de 128 mil unidades esperadas para 2023 para 146 mil unidades no próximo ano. “É um crescimento tímido para o segmento de veículos pesados porque estava com uma base muito baixa por causa da mudança do P7 para P8”, disse o presidente da Anfavea.
A produção deverá apresentar um crescimento de 30,1% e atingir 160 mil unidades no próximo ano, ante os 123 mil veículos que deverão ser fabricados em 2023. “Esse crescimento é porque ficamos praticamente sem produzir no segundo trimestre devido ao estoque que havia de modelos Euro 5. Houve uma parada na produção e agora está voltando ao ritmo normal”, comentou Leite.
O presidente da Anfavea destacou que o crescimento maior é esperado para o mercado de ônibus por causa do impacto positivo do programa Caminho da Escola. Já as exportações deverão se manter no mesmo patamar esperado para 2023, de 22 mil unidades, segundo a Anfavea.