Sonia Moraes
O mercado de ônibus ainda enfrenta dificuldades com a mudança das regras do Proconve, de P7 para P8 que determinou a introdução da tecnologia Euro 6. O setor registra, em setembro, queda 8,9% na produção em relação a agosto deste ano, passando de 2.048 para 1.865 chassis de ônibus. Em relação a setembro de 2022, quando o volume produzido foi de 3.799 unidades, a queda chegou a 59,9%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No acumulado de janeiro a setembro de 2023, a produção de ônibus atingiu 15.355 unidades, registrando queda de 35,5% em relação ao mesmo período de 2023. “A queda significativa nos volumes no acumulado do ano é reflexo do ajuste da produção à nova demanda do mercado”, explicou Vinicius Pereira, vice-presidente da Anfavea.
Do total de ônibus produzidos até setembro de 2023, o volume de urbanos atingiu 12.680 unidades, ficando 39,6% abaixo dos nove meses de 2022, quando foram fabricados 20.994 veículos. A quantidade de rodoviários somou 2.675 unidades, 5,5% a menos que no mesmo período do ano passado (2.830 veículos).
Vendas-
As vendas de ônibus apresentaram melhora em setembro, com 1.503 veículos emplacados, 2,9% acima de agosto deste ano (1.461 unidades). De janeiro e setembro, foram 15.788 veículos comercializados, o que significa um aumento de 32,6% em relação aos noves meses de 2022, quando foram vendidos 11.904 veículos no mercado brasileiro. “O crescimento significativo nas vendas de ônibus deve-se ao programa Caminho da Escola, mas também ao baixo nível de vendas que o setor teve nos anos de 2020, 2021 e 2022”, disse Pereira.
No ranking de janeiro a setembro de 2023, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 8.388 ônibus, 49,2% a mais que no acumulado dos nove de 2022 (5.623 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.713 veículos, 11,2% acima do mesmo período do ano anterior (3.338 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 2.308 veículos, 6,7% superior aos nove meses de 2022 (2.163 unidades).
Na sequência está posicionada a Volvo que vendeu 573 ônibus até setembro, 68,5% acima dos nove meses do ano passado (340 unidades); a Iveco com 485 veículos, 134,3% superior a janeiro a setembro de 2022 (207 unidades), e a Scania que vendeu 275 ônibus, com aumento de 51,1,7% sobre os nove meses de 2022, cujas vendas somaram 182 veículos.
Exportação-
As exportações de ônibus apresentaram queda de 7,6% em setembro em relação a agosto deste ano, de 499 para 461 unidades. No acumulado de janeiro a setembro de 2023, a retração foi de 5,7%, com o embarque de 3.736 veículos, ante os 3.961 ônibus exportados nos nove meses de 2022.
Do total de ônibus comercializados no mercado internacional de janeiro a setembro deste ano, 2.182 são modelos urbanos, 2% abaixo do mesmo período de 2022, cujo volume atingiu 2.227 unidades. De modelos rodoviários, foram exportados 1.554 veículos até setembro, 10,4% a menos que no mesmo período de 2022 (1.734 unidades).
“A exportação tem sido o maior desafio para o setor automotivo”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. “E a indústria precisa ter equilíbrio entre vendas internas e exportação para manter o ritmo de produção”, destacou Leite.