Sonia Moraes
A produção de ônibus apresentou crescimento de 7,6% em agosto em relação a julho deste ano, ao totalizar 2.048 unidades. Mas no acumulado de janeiro a agosto, o volume de veículos produzidos registrou queda 32,6%, com 13.490 unidades, ante os 20.025 veículos fabricados no mesmo período de 2022, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
“O mercado de veículos pesados continua com dificuldade de penetração da nova tecnologia Proconve P8 (Euro 6), por isso acumula queda de 37,5% na produção de caminhões e de 32,6% na de ônibus, e a produção mensal está se adaptando à demanda atual de mercado”, explicou Marcus Vinicius Aguiar, vice-presidente da Anfavea.
Do total de ônibus produzido de janeiro a agosto deste ano, 11.231 são modelos urbanos, segmento que teve retração de 35,6% em relação ao mesmo período de 2022 (17.443 unidades), e 2.259 ônibus são rodoviários, cuja queda foi de 12,5% em relação aos oito meses do ano passado (2.582 unidades).
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, destacou que o anúncio da licitação de 16,5 mil ônibus pelo programa Caminho da Escola contribui com expectativa positiva para suavizar o momento que o setor atravessa. “A expectativa inicial era que 11 mil ônibus seriam adquiridos pelo Caminho da Escola”, disse Leite.
Vendas –
As vendas de ônibus recuaram 2,7% em agosto em relação a julho deste ano, passando de 1.502 para 1.461 unidades. Entretanto, o resultado é positivo nos oito meses deste ano, com 14.285 veículos emplacados, com 39,2% de crescimento sobre o mesmo período de 2022, cujo volume atingiu 10.264 ônibus.
O vice-presidente da Anfavea destacou a importância do programa Caminho da Escola, que refletirá no emplacamento de 2024 e 2025. “É importante perceber a redução das taxas de juros que pode incentivar a venda desse tipo produto que é tão dependente de financiamento”, disse Aguiar.
Ele destacou, no entanto, que hiato de vendas e produção de ônibus ainda é muito grande. “Apenas 24% dos veículos comercializados neste ano foram fabricados em 2023, enquanto a média dos últimos cinco anos é de 52%.”
Exportação –
As exportações de ônibus continuam impactadas pela baixa dos mercados da América Latina – Chile e Colômbia caíram 30% – e a invasão dos modelos chineses. Em agosto, os embarques de ônibus atingiram 499 unidades, queda de 5,3% sobre os 527 veículos exportados em julho.
De janeiro a agosto, as exportações de ônibus totalizaram 3.275 unidades, 2,3% inferior aos 3.352 veículos exportados nos oito meses de 2022. O maior volume de exportação de janeiro a agosto de 2023 foi de modelos urbanos, que totalizou 1.988 ônibus, aumento de 7,7% em relação ao mesmo período de 2022. Os rodoviários tiveram redução de 14,5% com 1.287 veículos exportados até agosto.
Ranking –
No ranking de janeiro a agosto de 2023, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 7.511 ônibus, 53,3% a mais que no acumulado dos oito meses de 2022 (4,9 mil unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.425 veículos, 22,5% acima do mesmo período do ano anterior (2.797 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 2.115 veículos, 10,6% superior aos oito meses de 2022 (1.913 unidades).
Na sequência, está posicionada a Volvo que vendeu 551 ônibus até agosto, 92% acima dos oito meses do ano passado (287 unidades); a Iveco com 426 veículos, com um resultado 155,1% superior a janeiro a agosto de 2022 (167 unidades), e a Scania que vendeu 220 ônibus, com aumento de 44,7% sobre os oito meses de 2022, cujas vendas somaram 149 unidades.