Sonia Moraes
A Volvo dá início às demonstrações com o ônibus elétrico, que ganhou a sigla XY046. O modelo vai circular a partir da primeira semana de setembro, em Curitiba, nas linhas Inter 2 e interbairros, que transportam 135 mil pessoas por dia, fazendo integração com o BRT da cidade em diversos terminais. Os testes devem durar 30 dias. A capital do Paraná é a primeira a testar o novo ônibus elétrico da fabricante sueca. Depois, o modelo será apresentado em São Paulo, Santiago (Chile) e em Bogotá (Colômbia).
A demonstração em Curitiba faz parte do atendimento dos requisitos do edital publicado pela Urbs, o órgão gestor do transporte público de passageiros da capital paranaense, para a aquisição de veículos elétricos para a cidade. Os primeiros ônibus elétricos devem começar a rodar a partir de junho de 2024. Segundo Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs, serão investidos R$ 200 milhões para a compra de 70 ônibus que devem ser integrados à frota do município.
“Curitiba é onde fica nossa fábrica e nossa sede no continente. Temos uma longa parceria com a cidade no desenvolvimento de ônibus para o sistema de transporte de passageiros, que virou referência no mundo em BRT (Bus Rapid Transit), com os articulados e biarticulados Volvo. Tenho certeza de que com os ônibus elétricos seguiremos esse mesmo caminho bem-sucedido”, declara André Marques, presidente da Volvo Buses na América Latina.
O ônibus BZL que será testado em Curitiba é fabricado na Suécia e foi desenvolvido para os padrões da cidade. Tem12,6 metros e capacidade para 90 passageiros. Segundo Alexandre Selski, diretor de eletromobilidade da Volvo Buses, o ônibus que será testado em São Paulo seguirá as características determinadas pela SPTrans. Depois será avaliado em Santiago (Chile) e em Bogotá (Colômbia).
André Marques declarou a Volvo está preparando a fábrica de Curitiba para produzir novos ônibus elétricos em breve – midi ônibus (micrão), padron de piso alto, articulado e biarticulado. Para a produção dos novos modelos, a Volvo está investindo R$ 250 milhões, montante que faz parte do investimento de R$ 1,5 bilhão já anunciado pela empresa para o período de 2022 a 2025.
Maurício Gulin, presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), disse que o maior desafio é conseguir o menor tempo de carregamento para os ônibus elétricos. O BZL da Volvo, com carroceria Marcopolo, leva de duas a quatro horas para ser recarregado no período noturno. “As operadoras têm que estar com a infraestrutura pronta para os ônibus entrar em operação”, disse Gulin.