Baixa demanda faz produção de ônibus cair 30,5% de janeiro a julho

Como efeito de compras antecipadas de modelos Euro 5 (referentes ao Proconve P7) feitas no fim do ano passado, as vendas aumentaram 50% nos sete meses deste ano, totalizando 12.824 unidades

Sonia Moraes

O mercado de ônibus registrou, em julho de 2023, queda de 2,4% na produção, que somou 1.903 unidades, em relação aos 1.949 veículos fabricados em junho deste ano. No acumulado de janeiro a julho, a retração foi de 30,5% em comparação com o mesmo período de 2022, de 16.461 veículos produzidos, o volume recuou para 11.442 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, atribui a queda na produção de ônibus nos sete meses deste ano à adequação dos volumes feita pelas montadoras devido à baixa na demanda pelos novos modelos. “A produção maior de ônibus em 2022 por causa da antecipação de compras está refletindo agora com o aumento do emplacamento de modelos Euro 5, referentes ao Proconve P7, e redução nas compras de novos modelos Euro 6”, esclareceu Bonini.

Do total de ônibus produzido nos sete meses deste ano, 9.532 são modelos urbanos, segmento que apresentou retração de 33,1% em relação ao mesmo período de 2022 (14.240 unidades), e 1.910 são ônibus rodoviários, cuja queda foi de 14% em relação aos sete meses do ano passado (2.221 unidades).

Vendas –

As vendas de ônibus apresentaram redução de 15,3% em julho em relação a junho deste ano, de 1.774 para 1.502 unidades. Mas teve bom desempenho de janeiro a julho com 12.824 veículos comercializados no país, 50% superior às 8.552 unidades vendidas nos sete meses de 2022.

“Esse aumento nas vendas até julho é reflexo da pré-compra feita no ano passado. Houve um incremento significativo na produção em 2022 e os veículos estão sendo emplacados agora em 2023”, explicou Bonini.

Como efeito das compras antecipadas os quatro primeiros meses de 2023 não teve vendas de ônibus Euro 6, que ficou em torno de 1%. “Em julho tivemos 17% de ônibus comercializados no mercado brasileiro produzidos neste ano (os modelos Euro 6) e este índice deveria estar em 33% se acompanhar a média dos últimos cinco anos”, destacou o vice-presidente da Anfavea.

Exportações –

As exportações de ônibus apresentaram queda de 22,8% em julho em relação a junho, de 683 para 527 unidades. Mas de janeiro a julho de 2023 o resultado foi positivo, com o embarque de 2.776 veículos, aumento de 3,9% sobre o mesmo período de 2022, quando foram exportados 2.671 veículos.

As exportações de ônibus urbanos atingiram 1.677 unidades de janeiro a julho de 2023, aumento de 18,3% sobre o mesmo período de 2022, e as de rodoviários tiveram redução de 12,3% com 1.099 veículos, ante as 1.253 unidades exportadas nos sete meses de 2022.

Ranking –

No período de janeiro a julho de 2023, de acordo com o ranking da Anfavea, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 6.633 ônibus, 61,6% a mais que no acumulado dos sete meses de 2022 (4.104 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.200 veículos, 41,1% acima do mesmo período do ano anterior (2.268 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.892 veículos, 14,7% superior aos sete meses de 2022 (1.650 unidades).

Na sequência, está posicionada a Volvo que vendeu 525 ônibus até julho, resultado 110,8% acima dos sete meses do ano passado (249 unidades); a Iveco com 362 veículos, 220,4% superior a janeiro e julho de 2022 (113 veículos), e a Scania que vendeu 175 ônibus, com aumento de 44,6% sobre os sete meses de 2022, cujas vendas somaram 121 unidades.

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