Márcia Pinna Raspanti
O Relatório Global sobre Transporte Público realizado pelo Moovit foi feito com base em milhões de viagens por transporte público planejadas com o aplicativo em dez metrópoles espalhadas pelo mundo, inclusive dez regiões metropolitanas no Brasil: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
O relatório mostra que a pandemia da Covid-19 deixou marcas no transporte coletivo: 17% dos passageiros diminuíram o uso de usar ônibus, trens e metrôs nos últimos dois anos. E 9% passaram a se locomover de outra forma, sem usar o transporte público. A pesquisa questionou o que incentivaria passageiros a usarem mais esse tipo de transporte: 24% disseram que seria o aumento na frota para reduzir o tempo de espera. Em seguida aparecem passagens mais baratas com 21%, e cronogramas mais confiáveis com 16%.
No Brasil, Recife tem o maior tempo médio de espera no país e entre todas as metrópoles pesquisadas, com 27 minutos, sendo que 55% dos passageiros esperam mais de 20 minutos pelo transporte. Em seguida estão Belo Horizonte, com 24 minutos, e Brasília e Salvador empatadas, com 23. Três cidades brasileiras ficam entre as dez com o maior tempo médio de viagem: Rio de Janeiro (67 min); Recife (64 min) e São Paulo (62 min).
“Há três anos, a covid impactou fortemente o uso de transporte público. Nosso relatório mostra que as pessoas voltaram a se locomover em 2022, trazendo novos desafios para quem opera e administra os sistemas de transporte. Esperamos que o Relatório Global sobre Transporte Público seja uma ferramenta que ajude operadores e governos na tomada de decisões para ter uma operação eficiente que atenda às necessidades dos passageiros”, afirma Yovav Meydad, vice-presidente de marketing e expansão do Moovit.
No que se refere às baldeações, 27% das viagens em Curitiba têm três baldeações ou mais, o que a coloca como a terceira cidade no mundo, atrás da Cidade do México (29%) e Paris (28%). Porto Alegre é a única cidade em que mais da metade das viagens são diretas (53%). Brasília tem a maior distância média no Brasil, com 12,41 km, sendo também a sexta maior em todo o relatório. O Rio de Janeiro registra a segunda maior distância média no país, com 11,42km, sendo que 33% das viagens passam por pelo menos 12 km.
Na comparação entre 2020 e 2022, o uso combinado de bicicletas compartilhadas com transporte público cresceu 7% em relação ao último relatório.