Transwolff amplia frota de elétricos

A empresa da capital paulista, que iniciou testes com três modelos elétricos, adquire 50 ônibus movidos a eletricidade fornecidos pela Eletra

Márcia Pinna Raspanti

A Transwolff, operadora do transporte público de São Paulo, está testando três novos ônibus elétricos. O modelo da Eletra de 12,5 metros, com chassi Mercedes-Benz e carroceria Caio, vem sendo testado há uma semana. Já o Eletra de 15 metros e portas no lado esquerdo (para corredores de ônibus) e o Mercedes-Benz e-O500 U, de 13,5 metros, começaram a ser testados nesta semana. Os veículos irão circular na linha 6030/10, Unisa/Terminal Santo Amaro.

Paulo Lima, gestor de novas tecnologias da Transwolff, conta que a empresa comprou 50 novos ônibus elétricos da Eletra, de 12,5 metros, que irão se juntar aos 18 ônibus da BYD que fazem parte da sua frota. “Temos muita satisfação em adquirir um produto 100% nacional, com fornecedores bem conhecidos no mercado. A Eletra tem ampla experiência da fabricação deste tipo de veículo”, comenta.

Lima destaca que a frota elétrica da Transwolff completou três anos de operação em novembro, rodando 2,8 milhões de quilômetros e transportando 5,9 milhões de pessoas. “Os elétricos corresponderam plenamente às nossas expectativas, não tivemos nenhuma quebra nestes três anos. O custo de operação e manutenção é 75% menor que o dos modelos a diesel. Por isso, seguimos investindo nessa tecnologia e adquirimos mais 50 elétricos”, informa.

O modelo Eletra de 15 metros com chassi Scania está sendo testado, mas não está nos planos da empresa. “Não usamos este tipo de veículo, que é maior e conta com um terceiro eixo, pois não operamos em corredores. Mas estamos testando para o poder público e até para o fornecedor devido à nossa experiência com os elétricos”, diz Lima. Já o Mercedes-Benz e-O 500U pode ser uma opção para a empresa futuramente. “Ainda vai demorar para ser entregue ao mercado.”

Testes

Lima explica que os ônibus elétricos passam por um processo minucioso de testagem. Primeiramente, os veículos circulam lastreados, ou seja, carregando barris com água simulando o peso dos passageiros. “São três dias: no primeiro, o ônibus roda com 100% do peso; no segundo, com 75%, e no terceiro com 50%. Isso é importante, pois se houver algum ajuste, o fabricante pode executar antes da próxima fase”, diz.

Depois, o ônibus elétrico circula como ‘sombra’ de um ônibus regular, em diversas linhas. “O elétrico acompanha o ônibus de linha, para em cada ponto, abre e fecha as portas, mas sem pegar passageiros. Isso é feito para verificar o funcionamento do ar-condicionado e do trajeto e quilometragem da linha. Costumo dizer que o ar-condicionado é tão importante quanto a potência”, detalha.

Depois que o modelo de testes é incluído no sistema da SPTrans, a operadora pode transportar passageiros. “É importante averiguar também como o veículo se comporta em linhas que não são as ideais, que tenham muitas subidas, descidas e outras dificuldades”, comenta Lima. O executivo lembra que a Transwolff utiliza energia limpa e renovável, proveniente de fonte eólica.

Desde outubro, as operadoras do transporte público da capital paulista não podem mais adquirir ônibus movidos a diesel por determinação da SPTrans. Leia também: SPTrans proíbe compra de ônibus a diesel

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