O Grupo JCA, em parceria com a Scania e a Marcopolo, divulgou para a imprensa especializada um investimento de R$ 1,4 bilhão na renovação de sua frota com 650 ônibus no período de dois anos, com entregas programadas até o primeiro semestre de 2026. Destinados às operações rodoviárias, foram 382 chassis Scania (K450 e K320) Euro 6, com carrocerias Paradiso G8 da Marcopolo, sendo 153 Double Decker (40%). “Para os nossos negócios de fretamento e urbano, adquirimos modelos fabricados pela Volkswagen”, conta Gustavo Rodrigues, CEO do Grupo JCA.
Segundo ele, com esta renovação, a idade média da frota volta a ser de cinco anos, como era antes da pandemia de Covid-19, e todos os ônibus com motores Euro 3 da companhia serão substituídos, alcançando mais de 1.100 ônibus no padrão Euro 6. O Grupo conta com cerca de 2,5 mil ônibus. “No ano de 2026, a gente deve fazer uma nova aquisição de no mínimo, 250 ônibus, para manter essa idade abaixo dos cinco anos, temos que renovar 10% da frota. “A gente está avaliando, pois ainda não temos os estudos concluídos. Devemos finalizar esse processo de escolha do produto e para quais aplicações até o final do mês de março”, contou.
Ao longo dos próximos cinco anos, os novos veículos já incorporados ao Grupo JCA percorrerão mais de 176 milhões de quilômetros pelas estradas brasileiras e, somados aos demais ônibus Euro 6 da frota, reduzirão em mais de 72,8 mil toneladas as emissões de CO² na atmosfera. “Os novos ônibus no padrão Euro 6 representam um compromisso com a redução de emissões. A título de comparação, seriam necessárias cerca de 584 mil árvores, o equivalente a 350 campos de futebol reflorestados para promover uma redução equivalente”, destacou Rodrigues.
Sobre as perspectivas para o próximo ano, o CEO do Grupo JCA, Rodrigues lembrou que, após a pandemia, o preço das passagens aéreas durante um determinado período trouxe um maior volume maior passageiros. “Por outro lado, o trabalho remoto, acabou exercendo a força contrária. Então a gente vive assim um período de acomodação, as empresas da aviação de forma geral, se reestruturaram, estão agora estão, de forma mais intensa, oferecendo promoções. Então, o cliente que veio utilizar o ônibus, de certa maneira, está a se reacomodando. Uma parcela ficou no rodoviário, uma outra parcela está voltando para o aéreo.”
Para o próximo ano, o executivo tem uma expectativa de continuação da retomada do transporte rodoviário., apesar dessa redução do trabalho remoto. E também pelo calendário, pois é um ano de muitos feriados e feriadões, e isso tem um impacto muito relevante na nossa operação.”
Outro ponto destacado pelo CEO da JCA foi a digitalização do grupo e do setor, em geral. “A digitalização se tornou uma realidade e vem crescendo de forma acelerada. A liberação regulatória trouxe o incentivo à compra remota no período da pandemia. Hoje, nosso grupo tem rotas em que mais de 80% da da venda acontece de forma on-line, e desde 2020 ampliamos os investimentos em diferentes soluções, a diferentes canais de vendas, e muitos deles próprios, para poder é aumentar a gama de oferta para os clientes. Então, nós temos o Outlet de Passagem, em que é possível encontrar descontos em determinados horários. Temos o Clube Giro, que é o nosso programa gameficado de fidelização.”
O executivo anunciou o pré-lançamento da carteira digital do Clube Giro, a ContaGiro, em que será possível fazer cancelamentos, trocas de passagens, por meio dessa carteira, de forma totalmente digital. “Será uma dinâmica de experiência muito mais facilitada para o cliente”, assegura Gustavo Rodrigues.
Ele afirma ainda que o grupo investido fortemente na integração do físico com o digital, até mesmo nos terminais, com totens. “Nós modernizamos totalmente os totens, então aquele cliente que não se sente confortável em fazer uma compra on-line pode se dirigir até um dos nossos terminais de autoatendimento nos terminais rodoviários e pode ali fazer sua aquisição. É uma navegação muito suave como se estivesse navegando on-line num aparelho físico. A gente tem criado todo tipo de facilidade na área digital”, ressalta.
Perspectivas de mercado-
Alex Nucci, diretor de vendas de soluções da Scania operações comerciais Brasil, acredita que o mercado de modelos rodoviários chegou a uma estabilidade em 2025. “Existe uma demanda reprimida de renovação de frota por parte dos operadores, mas que não está avançando no ritmo esperado devido aos juros altos. Acredito que o próximo ano será melhor, nesse sentido”, avalia.
Ricardo Portolan, diretor de operações comerciais mercado interno e marketing da Marcopolo, destaca que o custo do capital tem influenciado o mercado de ônibus rodoviários. “A alta dos juros influencia mais diretamente o segmento de rodoviário. Sem fontes de financiamento e crédito, fica mais difícil para os operadores efetuar a renovação de suas frotas, principalmente quando se trata da mudança de matriz energética”, observa.
Os veículos entregues ao Grupo JCA serão destinados a toda a malha do grupo, incluindo linhas que não eram assistidas por veículos Double Decker anteriormente. A Viação 1001 lidera o investimento com 178 ônibus, incluindo 25 modelos DD68, 23 modelos DD54 e 130 veículos rodoviários. A Viação Catarinense incorpora 118 novos veículos, sendo 13 do modelo DD68, 47 do modelo DD54 e 58 rodoviários. Já a Viação Cometa adiciona 86 novos ônibus, com 19 do modelo DD68, 26 do DD54 e 41 rodoviários.
O setor de transporte rodoviário de passageiros no Brasil é responsável por aproximadamente 95% dos deslocamentos de pessoas pelo território nacional, contribuindo com 3,1% do PIB do país (mais de R$ 365 bilhões), de acordo com dados de 2024. Considerando todas as empresas, a JCA transporta cerca de 100 milhões de pessoas por ano.
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