Sonia Moraes
As fabricantes de carrocerias fecharam setembro com a produção de 1.870 ônibus, 2,1% abaixo de agosto deste ano, quando foram produzidos 1.911 veículos, já em relação ao mesmo mês do ano passado (850 veículos) o crescimento foi de 120%. Do total produzido em setembro, 1.381 ônibus foram para o mercado interno, bem acima do mesmo mês do ano passado, em que foram registrados 623 veículos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
No acumulado de janeiro a setembro de 2022, a produção de 13.646 ônibus foi 49,14% superior aos 9.150 veículos fabricados nos nove meses de 2021. A maior quantidade foi de urbanos com 6.838 carrocerias, que representaram 50,11% do total, e tiveram aumento de 80,2% sobre as 3.795 carrocerias de urbanos fabricadas nos nove meses de 2021. A quantidade de modelos rodoviários totalizou 3.494 ônibus, 25,6% do total e com crescimento de 58,9% quando comparado aos 2.199 veículos feitos de janeiro a setembro de 2021.
A quantidade de micro-ônibus totalizou 3.251 unidades, com 23,82% de representatividade no setor e incremento de 65,2% sobre os 1.968 veículos fabricados de janeiro a setembro de 2021. De intermunicipais, foram 63 ônibus, representando 0,46% do total, bem abaixo dos 1.127 veículos fabricados de janeiro a setembro do ano passado.
A Caio Induscar produziu 3.785 carrocerias de ônibus de janeiro a setembro de 2022, a Marcopolo 3.584, a Neobus 2.086, a Mascarello 2.023, a Comil 977, a Carbus (Busscar) 790 e a Irizar 401 veículos.
Dos 13.646 ônibus produzidos até setembro, 10.772 foram para o mercado interno, um resultado 44,22% superior aos 7.469 veículos absorvidos nos nove meses de 2021, enquanto 2.874 unidades foram destinadas para exportação, volume que superou em 71% os meses de janeiro a setembro do ano passado, quando foram exportados 1.681 veículos.
Dos 2.874 ônibus exportados até setembro, 1.358 são modelos rodoviários, 1.352 urbanos e 164 micro-ônibus. A Marcopolo vendeu no mercado externo 1.346 ônibus, a Caio 691, a Irizar 398, a Comil 204, a Carbus 180 e a Mascarello 55, segundo a Fabus.
Ruben Bisi, presidente da Fabus, comentou que o setor vem tendo boa recuperação por causa da compra antecipada dos modelos Euro 5. “Mas poderia ser melhor se tivéssemos uma regularidade na entrega de chassis para o mercado. A antecipação de compra de ônibus está fazendo com que se tenha boa demanda e não dá para vender mais por causa da falta de chassis devido à escassez de semicondutores”, disse Bisi. “Temos uma demanda reprimida decorrente da falta de chassi e os clientes não estão conseguindo comprar ônibus.”
A expectativa do presidente da Fabus é de que nos próximos meses seja mantida a produção mensal em torno de 1,5 mil carrocerias, tendo até o fim do ano cerca de 4,5 mil veículos fabricados, o que levará as encarroçadoras a fechar o ano com 18.146 ônibus produzidos.
Incógnita-
Para 2023, a Fabus informou que ainda não tem uma previsão consistente devido às incertezas em relação ao comportamento do mercado de ônibus por causa da norma Euro 6 que entrará em vigor a partir de janeiro. Além disso, há os desafios que o setor enfrentará com a falta de semicondutores e aumento de preço que os veículos terão com a nova tecnologia de motorização.
“O próximo ano ainda é uma incógnita. Estamos mantendo reunião com as montadoras para ter um panorama sobre a produção e o que as empresas preveem para 2023, pois está difícil fazer uma estimativa por ser um ano de instabilidade e dificuldades para o financiamento dos veículos”, comentou Bisi.