Ônibus elétrico da Volvo vai chamar BZR no Brasil

O modelo BZR (Bus, Zero Emission, Rear) ainda não tem data definida para ser comercializado no mercado brasileiro, mas terá de três a seis baterias de 93 kWh e autonomia de até 250 quilômetros

Sonia Moraes

O ônibus elétrico que a Volvo comercializará no Brasil ainda não tem data definida para lançamento, mas vai chamar BZR (Bus, Zero Emission, Rear), padrão brasileiro. “Este ônibus terá de três a seis baterias de 93 kWh e autonomia de até 250 quilômetros”, disse Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses América Latina, em entrevista exclusiva para a Technibus durante a Lat.Bus 2022. 

De acordo com Todeschini, a partir de 2025, a Volvo não vai mais vender ônibus urbanos a diesel, somente elétricos, o que inclui os modelos articulados e biarticulados. Os veículos serão produzidos na fábrica de Curitiba com a participação da Suécia. Haverá um cronograma de mudança gradual, começando do menor para maior. 

“Com a produção somente de elétricos, a Volvo terá uma oferta maior de veículos em seu portfólio porque a parte traseira do chassi elétrico é igual para todos os modelos. A diferença está na quantidade de motores elétricos. Hoje, a empresa não tem um ônibus articulado de piso baixo para vender para São Paulo”, disse. O executivo destacou que o ônibus rodoviário vai continuar na versão diesel por um bom tempo, por causa da capacidade das baterias de garantir a autonomia do veículo. “No futuro, quando a bateria tiver autonomia para o rodoviário o chassi será tudo igual.”  

O chassi BZL (Bus, Zero Emission e Low Entry) – modelo europeu –, igual ao foi exposto na Lat.Bus 2022 chega no fim deste mês no porto de Santos e vai para a fábrica da Caio em Botucatu, no interior de São Paulo, para ser encarroçado e destinado ao México para teste. “Estamos desenvolvendo com a Marcopolo (Superpolo) da Colômbia e com a Caio a carroceria para este ônibus elétrico ser testado também na Colômbia. Este é um veículo que vai ser mais comercializado na Europa e no México”, declarou o presidente da Volvo.  

Tocheschini informou que a Volvo tem uma parceria global com a Samsung e que no futuro haverá um salto de capacidade das baterias. “A Samsung produz a célula das baterias na Coreia e envia para a fábrica de Curitiba, onde a Volvo faz a composição das baterias com 80 ou 100 células. O segredo não é somente a célula, mas o software de gestão dessas células. É isso que vai diferenciar muito as empresas”, frisou.

No mundo, existem cinco fornecedores de células de baterias – Sansung, Pananonic, CATL (chinesa), Tesla e BYD. A WEG vai começar a produzir. “Essas empresas criam as células e as montadoras vão tirar o máximo de capacidade de carregamento do veículo”, disse Todeschini.

A diferença do veículo elétrico em relação ao modelo a diesel é que tem 35% menos peças. A manutenção vai ser menor, com durabilidade de até 15 anos por ter menos peças de desgaste, enquanto o veículo a diesel dura até dez anos. “Na Colômbia, a próxima licitação não aceitará mais veículo a diesel. Por isso, estamos levando o BZL para lá para teste. No Chile, a licitação para a compra de 1.750 ônibus, teve mil modelos elétricos da chinesa Foton, a Volvo ganhou com 600 modelos diesel e a Mercedes-Benz com 150 veículos”, informou Todeschini.

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