A Acciona e os seus sócios na Concessionária Linha Universidade (CLU) fecharam um acordo de financiamento de R$ 6,9 bilhões (1,285 bilhão de euros) com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para implementar o maior projeto de parceria público-privada de infraestrutura em construção na América Latina, a Linha 6-Laranja de metrô de São Paulo (Brasil). Uma segunda parcela de financiamento, no montante de R$ 500 milhões (93 milhões de euros), será executada numa fase posterior. Além disso, o estado de São Paulo contribuirá com R$ 7,85 bilhões durante o período de construção.
O empréstimo assinado inclui a concessão de garantias bancárias sem recurso que cobrem parcialmente o risco do BNDES durante a construção, o que constitui um modelo de financiamento inovador para o BNDES, que tradicionalmente não assume riscos de construção.
O prazo deste financiamento é de 20 anos, e dez bancos estão fornecendo as garantias bancárias no valor de R$ 3,312 bilhões (617 milhões de euros). Os bancos são: BNP Paribas, que atuou como assessor financeiro exclusivo da operação; Santander; JP Morgan; ICO; CAF; SMBC; Intesa, Cacib; Bradesco; e ABC. Essas garantias permitem uma estrutura de financiamento 100% em moeda local para o projeto.
O empréstimo representa um exemplo de financiamento sustentável endossado por uma avaliação independente, fornecida pela Vigeo Eiris, com base em critérios relacionados a: taxonomia, emprego feminino, mobilidade elétrica, emprego e empreendedorismo local, bem como pela avaliação de impacto sobre o desenvolvimento, realizada pelo JP Morgan. O BNP Paribas e o Santander são os coagentes da sustentabilidade.
A Linha 6-Laranja de metrô de São Paulo é uma concessão do estado de São Paulo que inclui a construção e operação de uma linha de metrô que ligará os bairros de Brasilândia e Freguesia do Ó ao Centro. O projeto terá 15,3 quilômetros de extensão e contará com 15 estações subterrâneas, incluindo três grandes trevos. A expectativa é de transportar 630 mil passageiros por dia.
A titular da concessão, a Concessionária Linha Universidade, detém uma participação acionária na qual participam: Acciona (47%), Société Générale (39,7%), Stoa (12,3%); e Transdev (1%). As obras civis estão sendo executadas pela Acciona e o material rodante é fornecido pela Alstom.
O custo total do projeto é de aproximadamente R$ 18 bilhões (3,354 bilhões de euros), o que o torna o maior projeto de infraestrutura em andamento na América Latina.
Nos últimos anos, a empresa participou de 44 projetos em sete países. Em ferrovias e linhas de metrô, a Acciona construiu três mil quilômetros de trilhos, dos quais 1,2 mil quilômetros são de alta velocidade. A empresa também possui ampla experiência em construção subterrânea, com mais de 600 quilômetros de túneis executados.
Na América Latina, a Acciona trabalhou no Brasil no desenvolvimento de dois lotes para a Linha 2 do metrô de São Paulo. Além disso, executou a Linha 3 do metrô de Santiago do Chile e a Linha 1 do metrô de Quito, no Equador.
A Acciona é uma empresa global, especializada no fornecimento de soluções regenerativas para uma economia descarbonizada. Sua oferta de negócios inclui energia renovável, tratamento e gestão de água, sistemas de transporte e mobilidade ecoeficientes, infraestruturas resilientes. A empresa é neutra em carbono desde 2016. A Acciona registrou vendas de € 8,1 bilhões em 2021 e está presente em mais de 60 países.