Sonia Moraes
A Volvo lança no mercado brasileiro os novos chassis rodoviários B 420R+ e o B 450R+, que representam uma evolução da geração anterior e trazem mais economia, conectividade e segurança. Os novos modelos são destinados para rotas extensas, que usam versões double decker (duplo piso) e low driver (posto do motorista rebaixado no primeiro piso), para viagens de 400 quilômetros ou mais. Podem ter configurações de eixos 6×2 e 8×2, com motorizações de 420cv e 450cv.
Paulo Arabian, diretor comercial de ônibus da Volvo no Brasil, disse estar otimista com a recuperação do mercado de ônibus, que precisou “pisar no freio” para enfrentar a pandemia da Covid-19. “O pior já passou e temos perspectiva de melhora no turismo interno e no turismo de negócio com o avanço da vacinação no país. Até os clientes estão falando da necessidade de renovar as suas frotas por causa da previsão de um cenário mais favorável”, comentou Arabian.
Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses Latin America, destacou que com os novos ônibus a Volvo inova mais uma vez com soluções que mantêm sua plataforma de chassis rodoviários na vanguarda do setor de transportes de passageiros. “Estamos apresentando produtos ainda mais modernos e com melhor desempenho para a rentabilidade do transportador”, disse Todeschini.
Para os novos ônibus, o software de controle do motor, que é identificado por aceleração inteligente, foi aprimorado para as condições de topografia, carga e condução do Brasil. Segundo a Volvo, essa tecnologia proporciona redução expressiva no consumo de diesel, um dos mais importantes itens na planilha de custos do transportador.
“Desenvolvemos algoritmos que identificam a necessidade real de torque conforme a topografia e o peso transportado, controlando a injeção de combustível de forma precisa, independente da ação do motorista no pedal”, disse Gilcarlo Prosdócimo, gerente de engenharia de vendas da Volvo Buses na América Latina.
Outra novidade que a Volvo acrescentou nos recém-lançados chassis rodoviários é a versão mais recente da transmissão I-Shift. Com novo software, as trocas estão mais rápidas e suaves, melhorando o desempenho e o conforto em marcha. “Conjugados, o novo software do motor e a nova I-Shift podem trazer até 5% de redução no consumo, dependendo do trecho e condições de operação”, ressaltou Prosdócimo.
Ainda no motor, os novos B420R+ e B450R+ trazem modificação no sistema de pós-tratamento (SCR), com sistema de dosagem de Arla32 atualizado que, segundo Todeschini é uma forma de se preparar para a norma Euro 6 de emissões de poluentes. O dispositivo ganhou novo módulo de comando, além de nova bomba e injetores. As mudanças seguem um padrão adotado na linha de caminhões Volvo, simplificando a manutenção e reduzindo custos operacionais.
De acordo com o fabricante, os novos ônibus custam 5% a mais em relação à geração anterior devido à tecnologia, entretanto, estão mais leves, o que permitiria transportar mais carga no bagageiro.
Volvo Bus Connect
O Volvo Bus Connect, aplicativo de celular que ajuda o operador a gerir a frota, ganhou novas funcionalidades. Remotamente é possível acompanhar o desempenho de cada veículo, visualizando o consumo de diesel, tempo de condução na faixa econômica de rotações, tempo em marcha lenta etc. Com esses dados, é possível implementar melhorias, treinando os motoristas com base em números concretos. O app Volvo Bus Connect é gratuito e está disponível para download nas lojas Play Store e Apple Store.
Os chassis ganharam um novo volante. Forrado em couro, tem agora 50 cm de diâmetro, ergonomicamente projetado para proporcionar mais conforto e segurança ao dirigir. A nova geração de chassis traz ainda um tacógrafo digital.
No lançamento, os transportadores que adquirirem os novos B420R+ e o B450R+ terão um suporte extra do Banco Volvo, com uma linha de crédito com prazos de até 66 meses e carência de até seis meses, para começarem a pagar somente a partir de 2022. As modalidades de financiamento são o Finame TLP, que tem parcelas variáveis, e o Finame TFB, com parcelas fixas do início ao final do contato.
Mercado–
Atualmente, a Volvo exporta 60% do que produz na fábrica de Curitiba. “Estamos vendo times diferentes entre os países em relação à retomada do mercado de rodoviários. O Chile, que está com vacinação avançada e sem restrições, tem aumentado os pedidos de ônibus. Por outro lado, a gente vê a Argentina e o Peru mais recuados devido à pandemia”, esclareceu Todeschini.
Arabian acrescentou que, no Brasil, o empresário está cauteloso, mas otimista e, com o avanço da vacinação, há aumento da procura por viagens. “Pela telemetria dos nossos chassis apuramos que 80% dos nossos ônibus rodoviários monitorados estão em operação. Isso chegou a zerar em abril do ano passado e foi timidamente andando ao longo de 2020, chegando a 90% no final do ano. Com a segunda onda da Covid-19 em março deste ano, tivemos que rever todas as nossas estratégias e prognósticos do mercado e os planejamentos dos empresários. Agora, depois de uma freada, os negócios começam avançar. Os empresários estão otimistas e os que tiveram que vender seus ônibus para redimensionar os custos, percebem que com o aumento da demanda, se não houver reposição da frota, perderão passageiros e receita. Esse otimismo não é uma expectativa, é uma realidade”, frisou Arabian.
O diretor da Volvo revelou que tem pedidos colocados na fábrica. “O mercado está demandando, as notícias são boas, as perspectivas financeiras sustentam e amparam essa retomada e a alavancagem financeira dos empresários começou a diminuir com o aumento da retomada e demanda de passageiros, o que reduz a carga de custos fixos, com o desequilíbrio da receita”, explicou Arabian.
Para os novos ônibus, a Volvo está com plano de produção calibrado e dimensionado para até dezembro cumprir com as expectativas de atingir o market share desejado, segundo Arabian. “A projeção é que o segmento de rodoviários feche 2021 com 500 veículos emplacados, número muito abaixo de 2019, quando teve 2,4 mil veículos vendidos no país e de 2020, que emplacou 2.080 veículos.”