Scania prevê crescimento do mercado de ônibus

Além da maior procura por modelos rodoviários para o fretamento, a empresa aposta na renovação da frota de urbanos que ficaram represadas em 2020 por causa da pandemia

Sonia Moraes

A Scania aposta na melhora do mercado de ônibus em 2021 e mantém a sua previsão alinhada com a da Associação dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com crescimento de 13%, o que levará ao emplacamento de 16 mil veículos.

“As perspectivas são positivas. Vamos ter um efeito positivo com a volta da movimentação das pessoas e com isso teremos a renovação da frota de ônibus urbanos que ficaram represadas em 2020 por causa da pandemia”, disse Silvio Munhoz, diretor de vendas e soluções da Scania Brasil, durante coletiva de imprensa online.

Munhoz acredita que neste ano os desafios no segmento rodoviário serão menores do que no urbano, que tem características especiais de legislação que dificultam a introdução da tecnologia à gás. “Isso não acontece no segmento rodoviário, principalmente porque os empresários buscam soluções economicas a todo momento e eles veem com bons olhos a aplicação do combustível que dê não somente sustentabilidade ambiental mas econômica também e vamos comprovar isso com os ônibus da Turis Silva, operado na Gerdau, que o custo por quilômetro rodado vai ser menor, até compensando o investimento adicional na aquisição do produto que é mais caro que o diesel.”

Munhoz disse estar confiante que o ano difícil de 2020 não se repetirá em 2021 e tem perspectivas de concluir novos negócios. “Com a retomada gradual das linhas regulares e o aumento da utilização dos ônibus os operadores do transporte coletivo estão começando a fazer contato para comprar novos ônibus, principalmente para fretamento”, informou o diretor.

Em 2020, a Scania vendeu 394 ônibus, 56,3% a menos que em 2019, quando comercializou 901 veículos, e sua participação foi de 3,5% em um mercado que emplacou 11.173 veículos acima de oito toneladas (faixa em que atua), ante 17.517 unidades de 2019. “Além do grande impacto negativo da pandemia, houve um movimento de compras nos rodoviários de motor dianteiro, categoria que não temos produtos. O que é um sinal de busca por alternativas menos atrativas e de menor custo de aquisição”, esclarece Fábio D´Angelo, gerente de vendas de soluções para mobilidade da Scania no Brasil.

“Com a retomada econômica esperada para 2021 estamos prevendo a normalização do mercado de rodoviários, voltando aumentar a procura por chassis com motor traseiro”, disse Munhoz.

Dos 394 chassis de ônibus emplacados no ano passado, 383 unidades foram de rodoviários e a participação foi de 12,1%. O mercado total de rodoviários emplacou 3.162 veículos ante as 3.994 unidades de 2019. Nos urbanos acima de oito toneladas, a Scania emplacou 11 veículos, ante 56 de 2019. Foi a primeira venda de articulados da Scania na versão k 310 6×2/2 para São Paulo para a operadora é a Express Transportes Urbanos.

No ranking de vendas Scania por modelo, o K 400 6×2 foi o campeão com 30% do volume de retiradas. Um dos clientes foi a Real Maia, que adquiriu 19 unidades, além de outras 12 do K 360 6×2.

O segundo colocado foi o K 440 8×2 com 25% de participação, e que continua em evidência na categoria de 15 metros e dois pisos (DD ou double decker). O destaque do ano nesta categoria foi a primeira aquisição de veículos DD 8×2 da Viação Gontijo, tradicional operadora de 6×2. A empresa comprou quatro unidades e mais uma para a Viação São Cristovão, de seu grupo. No total, a Gontijo obteve 22 chassis no ano passado (outros 17 K 400 6×2). O terceiro produto mais comercializado da Scania foi o K 310 4×2 com 14% das retiradas.

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