Sonia Moraes
O mercado de ônibus chega em novembro com desempenho muito fraco, ao atingir a produção de 1.705 veículos, 5,6% a menos que em outubro (1.807 unidades) e 16,7% abaixo do mesmo mês de 2019.
No acumulado de janeiro a novembro, a produção foi de 17.396 ônibus, 34,3% abaixo do mesmo período de 2019, e representou o pior acumulado do ano desde 1.999, quando foram fabricados 13.775 veículos, segundo Marco Saltini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), responsável por veículos pesados.
Do total de ônibus produzidos até novembro, os modelos rodoviários tiveram retração de 45%, de 5.094 unidades em 2019 para 2.801 unidades em 2020. A quantidade de urbanos se reduziu em 31,8%, passando de 21.385 para 14.595 unidades neste ano.
Segundo Saltini, o mercado de ônibus, é o que mais tem sofrido com a pandemia, conseguiu manter este resultado devido a influência do programa Caminho da Escola. “Sem a demanda por ônibus escolares a retração do setor seria ainda maior”, comentou.
Para 2021, Saltini acha difícil fazer projeções para o mercado de ônibus por causa das incertezas em relação ao avanço da pandemia no país. “O segmento deverá continuar bastante fragilizado no início do próximo ano”, afirmou. “Temos observado o aumento de casos de Covid e a reação do governo para conter o avanço da pandemia e, enquanto não tiver a vacina haverá restrição na mobilidade das pessoas e redução no uso do transporte público.”
Diante deste cenário, a Anfavea prevê que o mercado de ônibus termine 2020 com queda de 33% nas vendas, com algo em torno de 14 mil unidades. Em 2019, foram vendidos 20.932 chassis de ônibus no mercado brasileiro.
Em novembro, as montadoras venderam 1.381 ônibus no mercado brasileiro, 3,8% abaixo de outubro (1.436 unidades) e 16,6% inferior a novembro de 2019 (1.656 unidades). No acumulado do ano, as vendas atingiram 12.786 unidades, 32,7% a menos que nos 11 meses de 2019.
Ranking –
No ranking de janeiro a novembro de 2020, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 6.087 ônibus no mercado brasileiro, 38,8% a menos que nos 11 meses de 2019 (9.953 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.874 veículos, 23,8% a menos que janeiro a novembro de 2019 (5.087 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.445 veículos, 30,7% abaixo do ano passado (2.085 unidades).
A Iveco ficou em quarto lugar com a venda de 466 ônibus, 99,1% acima de janeiro a novembro de 2019 (234 unidades), seguida pela Volvo que comercializou 392 veículos, redução de 43,4%, e pela Scania que vendeu 364 veículos, 55,7% inferior aos 11 meses do ano passado.
Exportação –
As negociações das montadoras no mercado externo também ficaram abaixo das expectativas com a exportação de 328 ônibus em novembro, 32% a menos que em outubro (482 unidades) e 49,1% inferior a novembro de 2019 (645 unidades).
No acumulado de janeiro a novembro, os embarques de ônibus totalizaram 3.627 unidades, ficando 43% abaixo do mesmo período de 2019 (6.361 unidades). A exportação de modelos rodoviários caiu 18,9% até novembro, com 1.913 unidades, e a de urbanos teve queda de 57,2%, com 1.714 unidades.
Em CKD, veículos desmontados, as montadoras exportaram 2.023 veículos de janeiro a novembro de 2020, o que representou uma queda de 5,43% em relação ao mesmo período de 2019, quando os embarques de veículos totalizaram 2.140 unidades.