Sonia Moraes
Com 1.807 chassis produzidos em outubro – 7,8% a menos que em setembro (1.959 unidades) e 31,8% abaixo de outubro de 2019 (2.650 unidades) – o segmento de ônibus acumula em dez meses queda de 35,8%, com 15.691 veículos fabricados, ante as 24.433 unidades feitas no mesmo período de 2019.
“Esse é o pior acumulado do ano desde 1999”, afirma Gustavo Bonini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Naquele ano a produção de ônibus de janeiro a outubro chegou a 12.803 unidades, segundo a Anfavea.
“Além do desafio enfrentado por toda a indústria automobilística em manter a normalidade da produção sem alterar o protocolo de saúde e fazer um planejamento de médio e longo prazo em um momento de instabilidade, no segmento de ônibus, o mais afetado pela pandemia, ainda temos um desafio adicional porque o turismo zerou e transporte urbano está com demanda reduzida devido a maior parte das pessoas estar trabalhando em home office”, comenta Bonini.
Nas vendas em outubro, o crescimento de 16,5%, com 1.436 veículos emplacados, em relação a setembro (que vendeu 1.233 unidades), foi sustentado pelo programa Caminho da Escola. Mas, no acumulado de janeiro a outubro, o resultado está negativo em 34,3%, com 11.405 ônibus comercializados no mercado brasileiro, ante os 17.353 veículos vendidos nos dez meses de 2019. “Se não fosse o Caminho da Escola, que colaborou com mais da metade a esse resultado, a queda seria ainda maior”, observa Bonini.
Se em novembro e dezembro, que ainda têm entregas de veículos para o Caminho da Escola, os números oscilarem entre 1,2 mil a 1,4 mil unidades, o setor de ônibus fechará o ano com vendas próximas do projetado pela Anfavea, entre 13,5 mil a 14 mil unidades, mantendo a queda esperada de 36%.
Na exportação, resultado positivo em outubro, com crescimento de 63,9% sobre um volume muito baixo de 482 ônibus (332 modelos rodoviários e 150 urbanos) vendidos no exterior, ante 294 unidades embarcadas em setembro, deve-se às entregas que já estavam programadas para a Argentina, Chile, Colômbia e Peru, segundo Bonini.
De janeiro a outubro, as montadoras acumulam queda de 58,6% nas exportações, com 3.299 veículos embarcados para o exterior (1.768 rodoviários e 1.531 urbanos), ante os 5.716 ônibus que foram exportados de janeiro a outubro de 2019, sendo 2.021 rodoviários e 3.695 urbanos.
Ranking –
No ranking de janeiro a outubro de 2020, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 5.596 ônibus, 37,8% a menos que nos dez meses de 2019 (9.000 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 3.327 veículos, 29,6% a menos que janeiro a outubro de 2019 (4.728 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.313 veículos, 32,4% abaixo do ano passado (1.941 unidades). Na sequência, está posicionada a Volvo com a venda de 380 ônibus, a Iveco com 326 e a Scania com 322 veículos.