Por Sonia Moraes
As encarroçadoras de ônibus ainda não conseguiram recuperar as perdas causadas pela crise do Covid-19 e, com o ritmo de trabalho ainda se ajustando à nova realidade, a produção acumulada de janeiro a junho de 2020 atingiu 7.549 unidades, uma queda de 31,36% em comparação aos 10.999 veículos que foram fabricados no mesmo período de 2019, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
Do total de ônibus fabricados até junho, 4.345 unidades são de modelos urbanos, que representam 57,56% do total e tiveram uma retração de 30,12% sobre as 6.218 carrocerias de urbanos fabricadas nos primeiros seis meses de 2019.
De modelos rodoviários foram produzidos 1.640 veículos no primeiro semestre de 2020, o que representou 21,72% do total de ônibus fabricados pelas encarroçadoras e uma redução de 25,5% sobre os 2.202 veículos feitos no mesmo período de 2019. O volume de micro-ônibus atingiu 1.202 unidades, representando 15,92% do total e uma queda de 42,33% sobre os seis meses de 2019 (2.086 unidades) e a de intermunicipais somaram 362 unidades, 26,4% a menos que em 2019 (493 unidades) e uma representatividade de 4,80% em todo o setor.
A Marcopolo manteve a sua liderança no ranking das encarroçadoras, com 3.223 ônibus produzidos – 1.706 unidades na fábrica de Caxias do Sul (RS) e 1.517 unidades na fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (a Marcopolo Rio). Este número representou uma retração de 25,43% em comparação aos seis meses de 2019, quando foram montados 4.323 veículos.
A Caio Induscar, segunda colocada no mercado, produziu 1.911 ônibus de janeiro a junho de 2020, registrando a maior queda do setor (50,38%), quando comparado aos 3.852 veículos fabricados no primeiro semestre de 2019. A Neobus, terceira no ranking, fez 673 carroceiras de ônibus no primeiro semestre, 37,2% a menos que no mesmo período de 2019, quando produziu 1.073 unidades.
Na sequência estão posicionadas a Mascarello, que fabricou 768 ônibus até junho, 18,8% menos que no primeiro semestre de 2019 (947); a Comil, que fabricou 597 veículos, 10,8% a mais que nos seis meses de 2019 (539); e a Irizar, que fez 190 veículos, 28% inferior aos 265 veículos produzidos em 2019. A Carbuss, que fabrica ônibus rodoviários da marca Busscar, produziu 187 carrocerias no acumulado de janeiro a junho de 2020.
Exportação –
O movimento das exportações das encarroçadoras de ônibus também foi bastante impactado pela crise do coronavírus, e a retração chegou a 45,53%, com 1.362 ônibus vendidos no exterior no acumulado de janeiro a junho de 2020, ante os 2.502 veículos que foram exportados no mesmo período de 2019.
A Marcopolo reduziu suas vendas externas em 46,5%, de 1.285 veículos no primeiro semestre de 2019 para 687 unidades neste ano. A Caio Induscar diminuiu 38,5% os seus embarques, de 569 para 349 veículos. A Irizar teve uma retração de 29,4%, de 255 para 180 veículos e a Mascarello uma queda de 88,5%, de 243 para 27 veículos vendidos no exterior no acumulado de janeiro a junho.
A Carbuss exportou três ônibus rodoviários da marca Busscar no primeiro semestre de 2020, e a Comil foi a única que apresentou resultado positivo, com aumento de 20% nas suas exportações de janeiro a junho, com 116 veículos, ante as 97 unidades vendidas no exterior nos seis primeiros meses de 2019, segundo a Fabus.