As encarroçadoras, que estavam em ritmo acelerado de trabalho para acompanhar o crescimento do mercado, também sentiram o impacto da crise do Covid-19. Com a redução da demanda no transporte público, a paralisação total do turismo rodoviário e a suspensão das atividades nas montadoras para cumprir o isolamento social e tentar conter o avanço da doença no território brasileiro, as empresas registram queda de 32,35% na produção no acumulado de janeiro a maio em comparação com o mesmo período de 2019. De 9.228 veículos, a quantidade de ônibus fabricados caiu para 6.242 unidades, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).
A produção de urbanos representou 56,60% do total acumulado de janeiro a maio, com 3.533 unidades, seguida pelos modelos rodoviários que tiveram 21,66% de participação, com 1.352 unidades. Os micro-ônibus contribuíram com 15,76% ao volume total, ao somar 984 veículos, e os modelos intermunicipais com 5,98%, ao totalizar 373 unidades, segundo a Fabus.
Entre as empresas o maior volume produzido de janeiro a maio de 2020 foi da Marcopolo, com 2.623 ônibus nos – 1.410 unidades na fábrica de Caxias do Sul (RS) e 1.213 na fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro (a Marcopolo Rio). Esse resultado representou uma retração de 26,46% sobre os cinco meses de 2019, que teve 3.567 veículos fabricados.
A Caio Induscar, segunda colocada no mercado, montou 1.616 carrocerias de ônibus, 51,14% a menos que janeiro a maio de 2019, cujo volume chegou a 3.309 unidades. A Mascarello, terceira no ranking, fabricou 655 carrocerias, retração de 18,3% sobre os 802 ônibus produzidos de janeiro a maio de 2019.
Na sequência está posicionada Neobus, que fez 556 ônibus, queda de 37,7% sobre os 893 veículos fabricados nos cinco meses de 2010; a Comil, que produziu 475 ônibus, 8,7% superior as 437 unidades feitas no mesmo período do ano anterior; e a Irizar, que montou 168 carrocerias, 23,2% a menos que as 220 unidades fabricadas de janeiro maio de 2019. A Carbuss (Busscar), que passou a ser associada da Fabus, teve 149 ônibus produzidos de janeiro a maio deste ano.
Exportação – Na exportação o desempenho das encarroçadoras também ficou negativo e a quantidade de ônibus destinada ao mercado externo caiu 53,52% de janeiro a maio na comparação com o mesmo período de 2019, de 2.190 para 1.017 veículos.
A Marcopolo reduziu a sua venda externa em 50,7%, de 1.082 (1.017 unidades da fábrica de Caxias do Sul e 50 unidades da fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro) para 533 veículos. A Caio teve uma queda de 65,3%, diminuindo o seu embarque de 546 para 189 unidades nos cinco primeiros meses deste ano. A Irizar registrou uma retração de 24%, de 210 para 159 unidades e a Mascarellouma baixa de 86,6%, de 206 para 27 veículos exportados. A Neobus, que havia exportado 53 ônibus de janeiro a maio de 2019, não vendeu ônibus no exterior até maio de 2020.
A Carbuss (Busscar) comercializou três ônibus no mercado externo de janeiro a maio deste ano e a Comil teve um aumento de 14% nas suas vendas externas, de 93 para 106 unidades.