A Marcopolo registrou no primeiro trimestre receita líquida de R$ 919,4 milhões, aumento de 2,3% sobre os R$ 898,6 milhões do mesmo período de 2019. Contribuíram para esse resultado os negócios no mercado brasileiro, que cresceram 14,2%, somando R$ 469,6 milhões, e representou 51,1% do total. O lucro da empresa foi R$ 10,7 milhões, 60,3% menor que os R$ 27 milhões contabilizado nos três primeiros meses de 2019.
O resultado da produção ficou 2,7% abaixo do mesmo período do ano passado, com 3.441 veículos, ante as 3.535 unidades fabricadas no primeiro trimestre de 2019.
Segundo a empresa, os modelos que tiveram melhor desempenho no primeiro trimestre foram os de rodoviários e urbanos, que alcançaram crescimento de mais de 50% em relação ao mesmo período de 2019, tanto em receita como em produção. No de rodoviários, a elevação se deu em recuperação à menor demanda do início de 2019, afetado negativamente pela entrada em vigor de regra que obrigou a instalação de elevadores em todos os modelos desse segmento comercializados no Brasil. O setor de urbanos manteve sua trajetória de recuperação de volumes no mercado interno, ajudado pelas entregas ao programa federal Caminho da Escola.
As exportações apresentaram retração de 19,4% na receita líquida em relação ao primeiro trimestre de 2019, sinalizando dificuldades nos principais mercados da fabricante, com volumes menores sendo vendidos para Chile, Peru e Argentina. Com as restrições de locomoção, relacionadas à prevenção à Covid-19, equivalentes ou mais severas do que as que vêm sendo aplicada no Brasil, a empresa não prevê uma rápida recuperação de volumes nos mercados da América do Sul. Entre as operações controladas e coligadas no exterior, houve queda de 11,5% nos volumes de produção, com 501 unidades fabricadas, ante 566 unidades no mesmo período de 2019.
José Antonio Valiati, diretor financeiro e de relações com investidores da Marcopolo, esclarece que os resultados alcançados no primeiro trimestre ainda retratam um cenário de quase normalidade da demanda e do ritmo de crescimento da indústria brasileira de ônibus, que vinha em trajetória de elevação. “No trimestre, os impactos provocados pela pandemia de Covid-19 se referem à interrupção das atividades na controlada Marcopolo China, que registrou retração de 82,2% na produção e a variação cambial causada pela desvalorização de moedas locais em relação ao dólar. A queda de produção e entregas no Brasil aconteceu somente no fim de março, quando a empresa deu férias coletivas para todas as unidades no país”, diz Valiati.
Para o segundo trimestre, a direção da Marcopolo prevê um período de menor demanda, tanto dos clientes brasileiros, quanto do exterior. Com base no ritmo atual de pedidos e de produção, além de ações para a redução de custos, a empresa acredita atravessar esse momento de dificuldade global com segurança e consistência.
“Iniciamos a crise com boa carteira de pedidos e houve poucos cancelamentos. Desde o fim das férias coletivas, mantemos aproximadamente 50% da mão de obra em atividade nas unidades nacionais e, apesar de em volumes menores, continuamos recebendo novos pedidos diariamente, tanto para o mercado interno, como o externo, compondo uma carteira que, mantido o ritmo atual de produção no Brasil, teremos estabilidade até o fim de julho”, afirma Valiati.