O lançamento do “Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários – Ano-base 2024”, publicado hoje, dia 2 de dezembro, mostra que alguns gases apresentaram queda nas emissões ao longo dos quase 40 anos do início da implantação do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que garantiu a evolução tecnológica dos veículos. Em outros casos, porém, observa-se estabilidade ou até aumento, indicando que a tecnologia veicular, sozinha, é insuficiente para barrar o aumento de emissões. O crescimento da frota e a maior intensidade de uso dos veículos também impulsionam as emissões. O documento está disponível no site do IEMA.
“O documento mostra que, embora os avanços nas tecnologias de controle das emissões contribuam para reduzir emissões, eles não são suficientes isoladamente. É necessário considerar também a evolução da frota, o uso de combustíveis e os padrões de mobilidade, que têm influência importante para as emissões”, explica Helen Sousa, pesquisadora do Iema, uma das autoras do estudo. O documento permite avaliar o efeito de políticas públicas, particularmente do Proconve, que busca reduzir as emissões veiculares.
Em 2024, os ônibus e micro-ônibus foram responsáveis por 9% das emissões de Óxidos de nitrogênio (NOx), 8% Dióxido de carbono (CO₂), 6% do material particulado (MP), 3% do Óxido nitroso (N₂O), 3% de metano (CH4). Enquanto os automóveis responderam por 42% da emissões de CO² e os caminhões por 40%.
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A frota brasileira de veículos cresceu de forma contínua desde 1980 e alcançou mais de 71 milhões de veículos em 2024. Desse total, 63% são automóveis, 25% motocicletas, 9% comerciais leves, 3% caminhões e menos de 1% ônibus. A frota de veículos pesados (caminhões e ônibus) ultrapassou 2,5 milhões de unidades, distribuídas entre caminhões pesados (29%), semipesados (24%), médios (10%), leves (17%) e semileves (4%), além de ônibus urbanos (10%), rodoviários (2%) e micro-ônibus (4%).
Os resultados apontam mudanças no perfil das emissões ao longo dos anos. No caso do material particulado, por exemplo, o total emitido caiu ao longo do tempo, especialmente a partir do início dos anos 2.000, impulsionado pelos avanços tecnológicos que reduziram a poluição proveniente da combustão. Porém, com a expansão da frota, a participação das emissões do desgaste de pneus e pavimentos aumentou e hoje respondem por cerca da metade das emissões totais deste poluente.
O documento foi elaborado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), sob coordenação do ministério do meio ambiente e mudança do clima (MMA) e do ministério dos transportes (MT), com apoio da Coalizão Clima e Ar Limpo (CCAC), iniciativa global dedicada a reduzir poluentes climáticos de vida curta.
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