2007: a China despontava como grande produtora e exportadora de ônibus

Em 2007, a Technibus já mostrava a grandeza da indústria chinesa de ônibus, empenhada em expandir suas exportações, que chegavam a 118 países à época

Marcia Pinna

A 76ª edição da Technibus, publicada em outubro de 2007, trazia uma reportagem especial sobre a China. O jornalista e então editor da revista, Eduardo Chau Ribeiro, viajou para a capital Beijing e fez um relato detalhado sobre a pujança da indústria automobilística chinesa. E o destaque foram obviamente os ônibus.

“No setor de ônibus, a China produziu 195.333 unidades em 2006, crescimento de 11,4% em comparação às 175.390 unidades do ano anterior, segundo os dados da OICA, a organização internacional das indústrias automobilísticas. As exportações de ônibus médios e grandes foram de 13 mil unidades. No acumulado desde 2004, o total foi de 45 mil veículos e a receita, de US$ 1,15 bilhão. Para 2007 a previsão
é de exportar 32 mil ônibus grandes e médios”, informava a reportagem.

Na época, as fabricantes chinesas produziam principalmente modelos com motorização Euro 3, que era exigida em várias capitais chinesas, e já estavam preparadas para oferecer motorização Euro 4. O país asiático também fabricava ônibus a gás, cujo mercado era de 40 mil unidades no país, e ônibus elétricos e modelos híbridos Euro 5. Futuramente a China iria dominar as vendas de modelos elétricos, como vemos hoje. Beijing já fazia testes com ônibus movidos a hidrogênio e a etanol, contava o jornalista.

Os principais mercados para os modelos chineses estavam mudando: se antes ficavam principalmente na Ásia estavam passado para África, Oriente Médio e, gradualmente, para América do Sul e Europa. Eduardo Chau alertava em seu editorial: “Não que seja uma ameaça imediata, mas uma fonte da indústria chinesa informou a esta revista que tem ‘interesse em fornecer ônibus ao Brasil e já antecipou que seu maior trunfo é justamente o baixo preço dos veículos. É bom que os fabricantes brasileiros se preparem para o próximo embate entre os dois gigantes mundiais do setor de ônibus tanto no mercado internacional como no Brasil.”

Em 2025 –

E ele estava certo. Desde então, a indústria chinesa avanço em uma velocidade impressionante. De acordo com dados alfandegários da Associação de Concessionárias de Automóveis da China, a China exportou 8.554 ônibus em março de 2025, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2025, as exportações acumuladas atingiram 20.135 unidades, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Segundo o site China Buses, os ônibus movidos a gasolina dominaram as exportações em 2025, respondendo por 63,7% (março) e 63,9% (1º trimestre) do total das remessas, com crescimento anual de 11% e 16%, respectivamente. Os ônibus movidos a diesel detinham 17% (março) e 19,3% (1º trimestre) do mercado, ocupando o terceiro e o segundo lugar, respectivamente. Os ônibus elétricos a bateria (BEB) representaram 19,2% (março) e 16,7% (1º trimestre) das exportações, ocupando o segundo e o terceiro lugar. Eles aumentaram 211% e 101% em relação ao ano anterior, respectivamente.

Mobilidade –

Eduardo Chau Ribeiro não se limitou a abordar apenas a indústria de ônibus chinesa. A mesma edição apresentou uma reportagem sobre a inauguração da primeira das três linhas do sistema BRT, em Beijing, que prometia mudar o perfil de transporte na capital chinesa. A implantação do sistema fazia parte dos
preparativos da cidade para os Jogos Olímpicos de 2008, que foram realizados em agosto, e estava prevista no plano de desenvolvimento de longo prazo do governo municipal.

Confira a edição completa: Technibus 76

Acesse: Acervo OTM Editora

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