Entidades alertam sobre riscos do mototáxi em São Paulo

Instituto de Engenharia, ANTP, Seesp e UITP destacam impactos negativos na segurança pública, mobilidade urbana, saúde e eficiência do transporte coletivo

Redação

O Instituto de Engenharia, a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp) e a União Internacional de Transporte Público (UITP) divulgaram uma nota nesta sexta-feira 31 de janeiro, manifestando preocupação com as ações judiciais promovidas pelo aplicativo 99, que visam autorizar a operação do serviço de mototáxi em São Paulo e sua expansão em todo o Brasil. As entidades alertam para os graves impactos dessa modalidade de transporte individual em áreas como segurança pública, mobilidade urbana, saúde pública e eficiência do transporte coletivo. 

De acordo com o presidente do Instituto de Engenharia, José Eduardo Poyres Jardim, a cidade precisa priorizar soluções que não apenas aumentem a capacidade do transporte coletivo, mas que também melhorem a qualidade de vida dos cidadãos. “A implementação do mototáxi, longe de ser uma solução, representa um retrocesso para o modelo de mobilidade que buscamos para São Paulo e outras grandes cidades”, completou.

Futuro do transporte em São Paulo

As organizações recomendam que o governo evite a autorização do serviço de mototáxi, priorizando investimentos na melhoria e expansão do transporte público. A gestão pública deve buscar soluções sustentáveis e seguras, que atendam às necessidades da população sem comprometer a segurança e a mobilidade urbana.

 Conheça os principais pontos deste manifesto:

Aumento de acidentes e impactos na saúde pública 

A introdução do serviço de mototáxi tende a elevar o número de acidentes, resultando em mais vítimas e sobrecarga no sistema de saúde. Além disso, esses incidentes comprometem o atendimento de outras emergências, gerando custos sociais significativos. 

Problemas na mobilidade urbana

Os acidentes envolvendo mototáxis agravam os congestionamentos, atrasam a rotina da população e aumentam os custos sociais, prejudicando a fluidez do trânsito e a eficiência do transporte público. 

Riscos à segurança pública

A atuação de motociclistas clandestinos no serviço de mototáxi pode facilitar crimes, como assaltos, dificultando a identificação e o rastreamento de criminosos, o que representa um risco adicional à segurança da população. 

Concorrência com o transporte público

O mototáxi, como modalidade de transporte individual, desvia passageiros das linhas capilares de ônibus e das redes integradas de transporte coletivo, prejudicando o equilíbrio financeiro do sistema público e a sustentabilidade da mobilidade urbana. 

Recomendações para políticas de transporte

As entidades defendem a priorização do transporte público, com investimentos em infraestrutura, integração modal e tarifária, e a adoção de tecnologias avançadas, como os Intelligent Transportation Systems (ITS), já utilizados pela SPTrans. A criação de linhas capilares de ônibus e a expansão de corredores exclusivos são alternativas eficientes para atender às demandas de deslocamento, eliminando a necessidade do mototáxi. 

Papel da gestão pública

A Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) é destacada como fundamental na gestão e racionalização da integração intermodal dos transportes municipais e estaduais. A ampliação da interoperabilidade tarifária e o fortalecimento da infraestrutura existente são medidas essenciais para garantir um sistema de transporte eficiente e seguro. 

Conclusão

A implementação do serviço de mototáxi em São Paulo representaria um retrocesso, com impactos graves na segurança, mobilidade e gestão de recursos públicos. As entidades recomendam evitar a autorização dessa modalidade e reforçar os investimentos no transporte público, visando a melhoria da fluidez, integração modal e tarifária. 

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