Um tributo ao transporte rodoviário brasileiro

Viação Cometa preserva sua história em um Centro de Memória instalado na garagem da empresa, na Vila Maria, zona norte de São Paulo

Marcia Pinna

Uma das mais tradicionais empresas de transporte rodoviário de passageiros do país, a Viação Cometa, do Grupo JCA, valoriza a sua história com o Centro de Memória da Cometa, em São Paulo. O espaço reúne uma série de objetos que evocam lembranças afetivas nos visitantes de todas as idades. O simpático “museu” não é aberto ao público, mas a empresa organiza eventos especiais para que os convidados possam desfrutar desse pequeno tesouro preservado pela Cometa.

As minuciosas miniaturas dos ônibus que marcaram época nas estradas do país representam um dos maiores atrativos do acervo. O Morubixaba, que circulou na rota entre Rio de Janeiro e São Paulo nos anos 50 e 60 e reduziu o tempo de viagem para apenas sete horas e meia, tem lugar de destaque. Além da adorável miniatura, seu motor está em exposição, com toda a potência que impressionava os passageiros da época.

As miniaturas encantam os visitantes

E para fazer companhia ao Morubixaba, que significa “chefe da tribo” na língua tupi, estão: Twin Coach (1948), Papo Amarelo (1964), Turbo Jumbo (1968), Dinossauro (1972) e o icônico Flecha Azul (1984), entre outros. “As miniaturas chamam muita atenção, principalmente das crianças. Iremos ampliar o espaço para colocar novas miniaturas, já encomendadas, dos ônibus mais recentes. É um trabalho artesanal e muito cheio de detalhes”, conta a diretora de marketing, do Grupo JCA, Márcia Martinez.

Além das miniaturas, o Centro de Memória exibe uma série de objetos de época, como o furador de bilhetes, o quepe do motorista, o charmoso chapéu da rodomoça e até as xícaras de café usadas no escritório da empresa em seus primórdios. É possível ainda ouvir o jingle com a marchinha “Cometa” em um disco de vinil, gravada por Alcides Fonseca com coro e orquestra.

Também há muitas campanhas publicitárias, uma delas criada pelo Ziraldo, e vários anúncios em revistas e gibis, fotos e alguns painéis contando a história da empresa, desde sua fundação em 1948, com a concessão da linha São Paulo – Santos.

Campanhas publicitárias que marcaram época

Legado-

O Centro de Memória foi criado em 2009 para homenagear o fundador do Grupo JCA, Jelson da Costa Antunes, e valorizar o trajetória da empresa. “O acervo mostra a evolução histórica da empresa e do próprio transporte rodoviário de passageiros. Temos muito orgulho deste legado. O Centro de Memória, que está sempre aberto para os funcionários e colaboradores, nos mostra o que somos como empresa e o queremos ser, sem perder de vista a tradição”, diz Márcia Martinez.

A Cometa também conta com um modelo de ônibus Flecha Azul, que foi totalmente restaurado no aniversário de 65 anos da companhia e realizou 65 viagens comemorativas naquele ano. “Na comemoração dos 70 anos, também fizemos essa ação. Agora, o ônibus participa de eventos especiais e exposições. Somente alguns motoristas especialmente treinados podem dirigir o veículo, sempre devidamente uniformizados com figurino da época”, destaca a diretora de marketing do Grupo JCA.

O modelo Flecha Azul que é atração em eventos e exposições

A memória é um valor importante para a companhia, como detalha a empresa para a Technibus: “O Grupo JCA é um dos líderes do setor de transporte rodoviário de passageiros e conta com marcas com muitos anos de história como as viações Cometa e 1001 (75 anos) e Viação Catarinense (95). Preservar a memória dessas marcas e olhar para o futuro para oferecer uma experiência cada vez melhor para os clientes, faz parte da missão da JCA. O Grupo entende a importância da Viação Cometa para milhares de brasileiros, fazendo parte de suas histórias e conectando tantas pessoas. E poder ter um espaço dedicado para preservar essa marca que segue em evolução sem perder a sua essência é um grande privilégio. São inúmeras peças que contam cada etapa do desenvolvimento da Viação Cometa e sobre pessoas que ajudaram a construir essa bela história.”

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