Enquanto o transporte rodoviário domina as preferências em viagens de curta e média distância (até 400 km), nos percursos acima dos 600 km o avião se torna uma opção mesmo para quem procura por passagens rodoviárias. É o que aponta uma pesquisa da BuscaOnibus, plataforma de comparação de passagens rodoviárias e que também oferece opção de compra para viagens aéreas.
Em viagens a partir de 1.200 km, por exemplo, 25% dos consumidores que buscam passagens rodoviárias acabam optando pelo aéreo – seja pela pequena diferença de preço nos bilhetes ou pelo menor tempo de viagem. Já nos trechos a partir de 2 mil km, quase metade dos usuários da plataforma acaba escolhendo viajar de avião. Os dados são de pesquisas feitas entre janeiro e julho de 2024.
“Quando o viajante vai pesquisar passagem de ônibus, ele se mantém fiel a este modal até a faixa dos 2 mil quilômetros. Pode não ser uma intenção inicial a busca pelo aéreo, mas a partir de determinada distância, o avião acaba compensando por tempo e preço”, resume José Almeida, CEO do BuscaOnibus.
Para exemplificar o comportamento dos consumidores que iniciam a busca de passagens pelo rodoviário, a empresa divulgou a preferência de modal entre as principais rotas do país (veja abaixo):
Qual a escolha do viajante em algumas das principais rotas:
| TRECHO | AÉREO (%) | RODOVIÁRIO (%) | DISTÂNCIA (km) |
| São Paulo / Rio | 0,99% | 99,01% | 436 |
| São Paulo / Curitiba | 2,34% | 97,66% | 409 |
| São Paulo / Belo Horizonte | 4,67% | 95,33% | 591 |
| São Paulo / Ribeirão Preto | 5,65% | 94,35% | 318 |
| São Paulo / Foz do Iguaçu | 10,51% | 89,49% | 1062 |
| Rio / Belo Horizonte | 4,41% | 95,59% | 442 |
| Porto Alegre / Buenos Aires | 21,79% | 78,21% | 1305 |
| São Paulo / Buenos Aires | 57,94% | 42,06% | 2226 |
| São Paulo / Brasília | 10,23% | 89,77% | 1008 |
| Florianópolis / Buenos Aires | 57,30% | 42,70% | 1742 |
| São Paulo / Salvador | 26,79% | 73,21% | 1970 |
Tomando como exemplo trechos saindo de São Paulo, apenas 1% dos usuários que buscaram passagem rodoviária para o Rio de Janeiro (uma viagem de 436 km) acabaram preferindo o avião. Para uma viagem um pouco mais longa, como SP/Foz do Iguaçu (cerca de 1000 km), o avião acabou sendo a preferência de 10,5% dos usuários da plataforma. Em uma rota ainda mais longa, como São Paulo / Buenos Aires (ARG), que tem distância de 2,2 mil km, o aéreo acabou sendo escolhido por 42% dos usuários. No caso de Florianópolis/Buenos Aires, a escolha pelo aéreo é ainda maior (57%).
“Algumas rotas, especialmente entre Sudeste e Sul, são menores e usadas tanto para viagens de passeio quanto para negócios e eventos, o que faz com que muitas vezes um usuário que inicialmente pesquisou o ônibus veja que faz mais sentido mudar de ideia e ir de avião – especialmente quando há promoções ou a data da viagem é na baixa temporada”, detalha Almeida.
Por outro lado, nota-se que em rotas entre Sudeste e Nordeste, em geral mais longas, a troca do ônibus pelo avião é menos comum. É o caso de trechos como São Paulo/Salvador (distância de quase 2 mil km), em que apenas 26% dos usuários que buscam o ônibus acabam comprando passagem aérea.
“Esses dados são fundamentais para entendermos a dinâmica de cada região e como podemos atender melhor os diferentes perfis de usuários, seja no transporte rodoviário ou no aéreo”, ressalta Almeida.
