Volvo lança rodoviários Euro 6 e exibe o chassi BZL elétrico

A nova geração de chassis rodoviários pesados começa a ser entregue a partir de 2023, e os aprimoramentos visam tornar o chassi ainda mais conectado, seguro e ambientalmente correto que seus antecessores

Sonia Moraes

A Volvo apresenta na LatBus o rodoviário B510R, que faz parte de uma linha de chassis recém apresentada na Europa. “É o ônibus mais potente, inovador e moderno que a Volvo já criou. Reflete todo o legado de inovação da marca e, mais uma vez, estabelece um novo patamar em veículos rodoviários em nosso continente”, afirma Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Buses América Latina.

A nova geração de chassis rodoviários pesados Euro 6 começa a ser entregue a partir de 2023. São os modelos B380R, B420R, B460R e B510R. Na versão 4×2, a capacidade de carga é de 19,5 toneladas, na 6×2 é de 24,75 toneladas e na versão 8×2 a capacidade chega a 29,25 toneladas.

Os aprimoramentos buscam tornar o chassi ainda mais conectado, seguro e ambientalmente correto que seus antecessores. O motor e a caixa de câmbio são novos e os mesmos que equipam o Volvo FH, o caminhão o mais vendido do mercado brasileiro entre todas as categorias. “A maior comunalidade com a linha de caminhões da marca contribui para a introdução de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que agiliza o fornecimento de componentes no pós-venda ao cliente”, observa Paulo Arabian, diretor comercial de ônibus Volvo no Brasil.

O novo motor é de 13 litros, com emissões reduzidas, atende às normas Proconve P8/ Euro 6, que vigoram a partir de 2023. Ele possui a tecnologia Common Rail, que consegue maior pressão de injeção de combustível, fazendo com que a queima seja perfeita, gerando maior eficiência energética. Os veículos trazem também a conhecida tecnologia de Aceleração Inteligente Volvo, que entrega torque na medida exata para o melhor desempenho, com máxima economia. “Todo o trem-de-força e sua instalação foram projetados para garantir um menor consumo de combustível e um menor número de paradas para manutenção para todo o conjunto”, destaca Gilcarlo Prosdócimo, gerente de engenharia de vendas de ônibus da Volvo.

Outro aperfeiçoamento é a bomba de água eletrônica e um compressor de ar que desacopla quando não está trabalhando, trazendo um resultado ainda melhor. Além disso, os ventiladores do radiador e do Intercooler são elétricos e só são ligados, parcial ou totalmente, quando é necessário, reduzindo a perda mecânica e hidráulica. A transmissão dos novos chassis é a I-Shift, que em sua 7ª geração permite trocas de marcha ainda mais rápidas e suaves. “Esse conjunto de inovações faz com que os novos chassis pesados Volvo Euro 6 sejam até 9% mais econômicos dos que seus antecessores, dependendo da topografia e rota. Ou seja: conseguimos conciliar baixas emissões com alta economia, em benefício de nossos clientes e também de todo o planeta”, assegura Arabian.

São muitos os aperfeiçoamentos feitos nos novos chassis. É o caso da separação, pela primeira vez, entre o radiador de água e o Intercooler, uma mudança que garantiu menor perda térmica. O desenho criativo feito pela engenharia da Volvo permitiu que o compartimento do motor mantenha temperaturas mais estáveis, fazendo com que o óleo tenha maior vida útil, proporcionando um intervalo de troca de fluídos de mais de 100 mil quilômetros, 30% a mais do que na geração anterior.

As inovações chegaram também ao posto de trabalho do motorista, com um novo painel de instrumentos totalmente digital, o mesmo dos caminhões Volvo FH, com mais de 90 funções. O motorista pode customizar três modos de visualização dos instrumentos, dependendo das informações que desejar priorizar.

O volante de couro é novo e o condutor tem agora os controles do piloto automático e do computador de bordo sem a necessidade de mover as mãos, podendo inclusive atender o telefone pelo sistema Bluetooth sem tirar a visão da estrada.

Os novos chassis também têm alternadores eletrônicos. Conectados entre si, eles têm vida útil maior e uma melhor eficiência de carregamento de bateria. Outra mudança ocorreu na arquitetura eletrônica, chamada Multiplex 3. Ela é totalmente nova, garantindo maior velocidade de dados e ainda maior eficiência no encarroçamento dos chassis.

Os novos ônibus têm ainda mais segurança, um valor fundamental da Volvo. O freio motor VEB (Volvo Engine Brake) tem agora 510 cv, 30% a mais do que a versão anterior e continua sendo o mais potente em todo o mercado.

As tecnologias Volvo, como o Sistema de Segurança Ativa (SSA), Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP) e freios à disco com sistema de controle eletrônico EBS de 5ª geração, continuam presentes na nova linha. Nessa geração de chassis o SSA está habilitado também para carrocerias com para-brisa bipartido. Além disso, estão presentes todos os avanços recentes em segurança, como o aviso de colisão frontal com frenagem de emergência, aviso de mudança de faixa, sinal de alerta no para-brisa, piloto automático adaptativo e o assento vibratório.

Adicionalmente, a Volvo oferece como opcional de segurança o sistema de zonas de segurança. Essa tecnologia, exclusiva da marca, utiliza dados de GPS para reduzir a velocidade automaticamente em áreas críticas como descidas de serra, curvas perigosas ou terminais rodoviários.

Outra novidade opcional  é o Volvo Dynamic Steering, um sistema de direção criado pela marca, que controla a condução com alta precisão, mais suavidade ao volante e confere uma estabilidade maior ao veículo.

Urbano elétrico-

Outro destaque da Volvo nesta feira é o BZL, primeiro chassi global de ônibus urbano 100% elétrico da marca. Com zero emissões, este veículo é para as cidades que planejam avançar em descarbonização e melhorar a qualidade do ar por meio de um transporte público eficiente. Pode ser equipado com três a cinco baterias de lítio níquel cobalto óxido de alumínio (NCA) de 94kWh cada, dependendo da aplicação a que for destinado.

“O BZL traz toda a nossa experiência em ônibus elétricos, que há anos circulam na Europa. Com esse novo chassi, poderemos contribuir para o transporte público sustentável também em outros mercados”, afirma Todeschini. Lançado globalmente em setembro passado, o BZL já tem unidades comercializadas no Reino Unido e Austrália.

Com autonomia de até 300 km, ideal para o ciclo urbano, as baterias do veículo podem ser recarregadas na garagem do operador no período noturno. Além disso, é possível fazer recargas rápidas, de seis minutos, nos pontos finais de linha, através de um carregador de teto.

“O modelo é movido por um ou dois motores elétricos de 200kW cada, instalados na parte traseira, com um torque total de 800Nm para os dois propulsores”, explica Gilcarlo Prosdócimo, gerente de engenharia de vendas da Volvo. Por conta do torque linear fornecido pelos propulsores elétricos, a transmissão possui apenas duas velocidades.

O BZL oferece múltiplas opções de encarroçamento. Está projetado para carrocerias de 9 a 13,2 metros de comprimento, com capacidade para até 90 passageiros, com ar-condicionado. O veículo pode ser equipado com ar-condicionado totalmente elétrico e também calefação elétrica para os passageiros.

Globalmente o modelo de oferta comercial do BZL é baseado num contrato de energia para a operação durante um determinado período de tempo, dependendo da quilometragem percorrida, da energia usada, do potencial de carregamento e da velocidade do veículo. “É a energia como um serviço”, diz Arabian.

O Grupo Volvo tem como meta zerar as emissões de seus veículos até 2040. A oferta de chassis de ônibus elétricos é uma das iniciativas nessa direção. Além de ganhos ambientais, a eletrificação traz benefícios também em redução de ruído, um fator cada vez mais importante para a melhoria da qualidade de vida nas cidades.

Outro destaque do chassi BZL é seu potencial de reciclagem. Ao final da vida útil do veículo, 90% dos componentes podem ser reindustrializados ou reintroduzidos em outros ciclos de vida, incluindo as baterias.

Produzido na fábrica de Borås, na Suécia, o novo chassi é baseado na experiência da marca com produtos de menor impacto ambiental já consolidados na Europa. Todos os principais componentes do chassi e do trem-de-força são fabricados pela Volvo.

O Volvo BZL  pode, por exemplo, ser equipado com o sistema de zonas de segurança, via GPS. O sistema funciona por meio do mapeamento de áreas mais propensas a acidentes, como regiões perto de terminais, escolas e hospitais, por exemplo. Mesmo quando o motorista acelera, o veículo nunca ultrapassa a velocidade máxima programada para o trajeto.

Plataforma de conectividade-

O Volvo Connect, plataforma de conectividade da marca, também é destaque na LatBus 2022. Esta plataforma online utiliza ao máximo a tecnologia dos chassis e captura informações em tempo real para otimizar o desempenho dos veículos. Por meio da conectividade, os frotistas monitoram dados para melhorar a gestão de sua operação de transporte.

“É um verdadeiro ecossistema completo, com todos os parâmetros e dados para tirar o melhor proveito da alta tecnologia do veículo e promover melhorias na operação”, declara Alexandre Sampaio, head de serviços da Volvo Buses na América Latina. Podendo ser acessado por meio de smartphones, tablets ou computadores, o sistema foi projetado para ser personalizado pelos gestores de frota, que podem configurar seu acesso de acordo com suas preferências e adequar o portal ao fluxo de trabalho da empresa.

Recentemente a Volvo criou e adicionou recursos que tornaram o Volvo Connect ainda mais útil, com novos filtros e funcionalidades que permitem um alcance e uma administração maior dos dados. Agora, são três pacotes que podem ser adquiridos pelos transportadores. O primeiro deles é chamado “Gestão de Frota”. O transportador pode selecionar os chassis que quer acompanhar e obter milhares de informações dos diferentes veículos de cada frota como, por exemplo, sua localização, o consumo, a quilometragem percorrida, o tempo dispendido de cada chassi em determinada linha e ainda ver como está a condução do motorista.

Pode também verificar o número de freadas bruscas ou curvas efetuadas em que foi necessária a atuação automática do ESP (Controle Eletrônico de Estabilidade) e avaliar o nível de segurança das viagens ou eventuais correções a serem feitas. “Isso pode servir, por exemplo, para programar treinamentos para os motoristas que têm oportunidades de melhoria”, observa Sampaio. Também pode-se checar se existe algum código de falha que precisa de uma reação imediata ou posterior, ou se há alguma prioridade técnica a ser levada em consideração. Estão disponíveis até mesmo informações sobre as estradas percorridas, caso o gestor precisa saber se existe alguma restrição de altura ou de largura na rodovia para a passagem dos ônibus em determinada rota.

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