Os recursos liberados para o financiamento de veículos tiveram queda de 3,4% em 2020, totalizando R$ 156,7 bilhões, ante os R$ 161,1 bilhões repassados em 2019, segundo levantamento feito pela Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
A perspectiva da Anef era de que a retração atingisse 11,8% no total de recursos liberados em 2020. “A queda menor, de 3,4%, se deu pela desaceleração do movimento de retração no segundo semestre de 2020, acompanhando as medidas de flexibilização sócio e macroeconômica”, esclareceu a entidade.
Para 2021, a perspectiva é de crescimento de 12,5% no valor dos recursos liberados pelas instituições financeiras, atingindo R$ 176,3 bilhões. “De acordo com os indicativos dos últimos anos e a avaliação da entidade sobre o potencial do mercado automotivo, acreditamos que o setor vai seguir em recuperação. Os bancos de montadora têm papel importante neste contexto, criando soluções adequadas ao momento, que auxiliem no escoamento da produção de veículos”, disse Paulo Noman, presidente da Anef.
“É preciso aguardar maior estabilização das variáveis da cadeia produtiva do setor, além da conjuntura nacional como um todo, para projeções de crescimento maiores. Os resultados do total de recursos liberados do último trimestre de 2020 foram positivos, chegando a atingir níveis pré-pandemia.
Outro indicador favorável é o aumento contínuo no saldo das carteiras. Assim, as projeções para 2021 são positivas, mas é preciso continuar a observar com cautela o comportamento da indústria nos próximos meses”, afirmou Noman.
O saldo total das carteiras vem mantendo crescimento significativos, de modo contínuo desde 2017, registrando R$ 284,3 bilhões, aumento de 10,5% em relação ao ano anterior, quando o valor foi de R$ 257,4 bilhões.
A modalidade de crédito CDC (Crédito Direto para o Consumidor) representa a maior parte dos financiamentos, totalizando R$ 282 bilhões do saldo das carteiras, com aumento de 11,2% comparando com o ano anterior, que encerrou o período com um saldo de R$ 253,6 bilhões. A modalidade de leasing, que já mostrava menor participação no balanço anual, perdeu força, com registros de R$ 2,9 bilhões, ante os R$ 3,7 bilhões de 2019. Com este valor, a queda foi de 37,8% no saldo das carteiras.