A indústria de autopeças reduziu em 5,8% as exportações para os Estados Unidos de janeiro a julho de 2025 ao contabilizar US$ 730,4 milhões com os embarques para o mercado norte-americano, conforme mostra o relatório da balança comercial divulgado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
O Sindipeças destaca que a sobretaxa de 25% sobre as autopeças imposta pelo governo Trump desde maio de 2025 vem contribuindo para esse enfraquecimento. “Desde o início de agosto, as autopeças, que até então eram sobretaxadas em 10%, passaram a receber acréscimo de 40 pontos percentuais na tarifa, totalizando 50%, o que certamente impactará os resultados futuros.”
Em julho as exportações das autopeças atingiram US$ 736,8 milhões, aumento de 13,7% sobre o mesmo mês do ano passado, mas insuficiente para compensar o avanço das importações, que totalizaram US$ 2,15 bilhões, aumento de 14,51% na comparação com os sete meses de 2024 (US$ 1,88 bilhão). Com esse resultado, a balança comercial das empresas manteve-se deficitária, com saldo negativo de US$ 1,4 bilhão, valor superior ao de junho (US$ 1,27 bilhão) e 14,9% maior que o registrado em julho de 2024 (US$ 1,23 bilhão).
Desempenho até julho deste ano
De janeiro a julho de 2025 as exportações totalizaram US$ 4,7 bilhões e, mesmo com o crescimento de 8,5% em relação ao período de janeiro a julho de 2024, (US$ 4,3 bilhões) ficaram abaixo das importações, que atingiram US$ 13,6 bilhões, aumento de 15,6% em relação aos sete meses do ano passado. O acelerado ritmo das compras externas resultou em um déficit de US$ 8,9 bilhões, aumento de 19,8% sobre igual período de 2024, quando o saldo negativo chegou a US$ 7,4 bilhões.
Exportações
As exportações destinadas para 192 países têm a Argentina como principal mercado das autopeças, com US$ 1,81 bilhão, crescimento de 25,0% sobre janeiro a julho de 2024 e 38,2% de participação nos embarques.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar no ranking das exportações das empresas, com 15,4% de participação, mas o valor do embarque reduziu 5,8%, totalizando US$ 730,4 milhões. O México teve 9,0% de participação nas exportações, mas os embarques reduziram 8,6% em relação aos sete meses do ano passado, totalizando US$ 429 milhões.
A Alemanha teve aumento de 4% nos embarques das autopeças, com US$ 251,5 milhões e 5,3% de participação de janeiro a julho deste ano. Para o Chile, os embarques aumentaram 5,7% em relação aos sete meses do ano passado, totalizando US$ 139,3 bilhões e 2,9% de participação.
Importações
As importações provenientes de 153 países mantiveram a China como principal mercado de compras de autopeças, com US$ 2,52 bilhões nos sete meses deste ano, aumento de 22% sobre janeiro a julho do ano passado. “Esse avanço reflete não somente os preços competitivos e a produção em larga escala do país, mas também o fortalecimento de sua posição na cadeia global de autopeças, ampliando a dependência brasileira em relação aos fornecedores chineses”, esclarece o Sindipeças.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar, com US$ 1,41 bilhão de componentes enviados ao Brasil, aumento de 10,1% e 10,4% de participação. O Japão é o terceiro no ranking de vendas de componentes ao Brasil, com US$ 1,23 bilhão, aumento de 25,8% e 9% de participação.
A Alemanha ocupa o quarto lugar no ranking, enviou US$ 1,20 bilhão de componentes ao Brasil, incremento de 10% e a participação foi de 8,8%. O México manteve os 7,4% de participação nas compras feitas pelo Brasil, com US$ 1 bilhão, alta de 19% sobre os sete meses do ano passado.