Fabricantes de ônibus comemoram a retomada das exportações

O aumento expressivo de vendas de micro-ônibus no exterior no primeiro bimestre de 2024 foi impulsionado pelo Chile, que está usando os ônibus brasileiros para operações urbanas, transporte de funcionários nas minas e para o receptivo de turismo

Sonia Moraes

Depois de encerrar 2023 com queda de 28,2% nas exportações, com 2.589 ônibus comercializados no exterior, ante os 3.606 veículos exportados em 2022, as fabricantes de ônibus comemoram o bom momento de retomada dos negócios no mercado internacional.

No acumulado de janeiro a fevereiro de 2024, as exportações de ônibus aumentaram 44% com o embarque de 462 veículos, quando comparados com as 321 unidades exportadas no mesmo período de 2023, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus (Fabus).

Os modelos rodoviários foram destaque nas exportações de ônibus no primeiro bimestre deste ano, com 237 unidades, quantidade superior aos 183 veículos exportados no mesmo período de 2023.

Os modelos urbanos tiveram retração nas vendas no mercado externo, passando de 125 no primeiro bimestre de 2023 para 108 unidades neste ano. Mas o que chamou a atenção foi o aumento expressivo de micro-ônibus exportados no primeiro bimestre de 2024, passando de 13 para 117 unidades.

Micro-ônibus-

Sobre o crescimento expressivo das exportações de micro-ônibus no início deste ano, o presidente da Fabus esclareceu que este bom movimento está sendo puxado pelo Chile. “Muitas cidades do interior estão usando os ônibus brasileiros para o transporte de funcionários nas minas, em operações urbanas e no serviço receptivo das regiões de turismo.”

O presidente da Fabus lembra que há cerca de quatro anos o Chile teve um programa de sucateamento da frota de ônibus que começou com a renovação de micro-ônibus e agora está havendo um programa de compras para manter em circulação veículos novos.

“O Chile sempre foi um mercado que comprou muitos ônibus do Brasil, assim vans que são utilizados para o transporte de pequenos grupos em Viña del Mar, uma das cidades litorâneas, e em Valparaíso”, citou Bisi.

Ranking –

A maior quantidade de ônibus exportados no primeiro bimestre deste ano foi da Marcopolo, com 133 unidades – 82 rodoviários, 36 micro-ônibus e 15 modelos urbanos –, que ficaram abaixo dos 204 veículos exportados no mesmo período de 2022, sendo 125 rodoviários, 71 urbanos e oito micros.

A Irizar exportou 116 ônibus rodoviários de janeiro a fevereiro deste ano, bem acima dos 24 veículos exportados no mesmo período de 2023, e a Caio Induscar vendeu no exterior 79 veículos – 78 urbanos e um micro-ônibus.

Na sequência está posicionada a Comil, que vendeu no mercado internacional 64 ônibus – 45 micro-ônibus, 18 rodoviários e um urbano –, enquanto exportou 15 modelos rodoviários no mesmo período de 2023.

A Mascarello vendeu no mercado internacional 56 ônibus de janeiro a fevereiro deste ano – 35 micro-ônibus, 14 urbanos e sete rodoviários, bem acima dos 11 veículos exportados no primeiro bimestre de 2023, sendo seis rodoviários e cinco micro-ônibus, e a Carbuss Busscar vendeu 14 ônibus rodoviários no exterior neste ano. No mesmo período de 2023 exportou 13 veículos.

“A perspectiva é de um cenário melhor para as exportações de ônibus neste ano”, disse Ruben Bisi, presidente da Fabus, em entrevista exclusiva para a Technibus. Ele ressaltou que não é possível precisar o quanto poderá avançar as exportações neste ano por vários fatores. “Além da expectativa de abertura do mercado da Argentina, a Angola está retomando as compras de ônibus e há vários projetos na África que estão sendo gestados”, comentou Bisi.

Mercado interno

Sobre o desempenho do mercado interno de ônibus, o presidente da Fabus comentou que a retração de 17,24% no primeiro bimestre de 2024, com 3.024 ônibus produzidos, em relação aos 3.655 veículos fabricados no mesmo período de 2023, ocorreu porque no ano passado havia grande quantidade represada de ônibus Euro 5.

“A produção no primeiro bimestre deste ano ficou abaixo do ano passado, mas mesmo assim o volume é muito bom e a expectativa é de que o segundo, terceiro e o quarto trimestre deste ano a produção seja ainda maior, porque além do bom desempenho dos rodoviários por causa da alta demanda do turismo, tem os pedidos de veículos para o programa Caminho da Escola”, destacou o presidente da Fabus.

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