Produção de ônibus cresce 61,6% no primeiro trimestre

A venda de 4.103 veículos ficou 34% abaixo do resultado dos três primeiros meses de 2023 por causa da grande concentração de entrega de modelos para o Caminho da Escola no primeiro trimestre do ano passado

Sonia Moraes

O mercado de ônibus mostra a retomada consistente esperada para 2024 com a produção de 2.626 chassis em março, o que corresponde a um aumento de 15,8% em relação a fevereiro deste ano (2.268 unidades). Em comparação a março do ano passado, o crescimento foi de 34,1%, quando a produção atingiu 1.958 unidades. Os dados foram divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

“Esse bom desempenho significa aumento de produção para atender ao programa Caminho da Escola. E também a grande concentração de volumes e entregas que as montadoras precisam ter no primeiro semestre por causa das eleições municipais que acontecem neste ano”, esclareceu Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea.

No acumulado de janeiro a março deste ano, a produção de ônibus registrou um crescimento expressivo de 61,6%, com 6.490 unidades, ante os 4.015 veículos fabricados no primeiro trimestre de 2023. “Esse aumento na produção já reflete o bom momento que o setor está vivendo, com o ajuste da introdução de produtos que atendem a norma do Proconve P8 (Euro 6)”, disse Freitas.

Do total de ônibus produzidos no primeiro trimestre deste ano, 5.415 são modelos urbanos, que tiveram aumento de 53,1% em relação ao mesmo período de 2023 (3.538 unidades). E 1.075 são rodoviários, cuja expansão foi de 125,4% sobre os 477 veículos fabricados de janeiro a março do ano passado.

Vendas-

As vendas de ônibus apresentaram bom desempenho em março, com 1.614 veículos emplacados, com crescimento de 20,6% sobre fevereiro deste ano (1.388 unidades). Mas, em relação a março de 2023 (2.570 unidades), a queda foi de 37,2%. E no acumulado do ano, os 4.103 ônibus vendidos no mercado brasileiro no primeiro trimestre de 2024 ficaram 34% abaixo do mesmo período de 2023, quando foram emplacados 6.219 veículos no país.

“A redução nas vendas em março sobre março de 2023 e no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado ocorreu por causa do fornecimento de ônibus do programa Caminho da Escola de 2022. As entregas foram concentradas no primeiro trimestre do ano passado”, explicou o vice-presidente da Anfavea.

Ranking –

No ranking do primeiro trimestre de 2024, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 2.193 ônibus, 21,5% a mais que no acumulado de janeiro a março de 2023 (2.793 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 874 veículos, 54% a menos que no mesmo período do ano anterior (1.900 unidades). E o terceiro com a Agrale, que comercializou 690 veículos, 35,9% abaixo dos três primeiros meses de 2022 (1.076 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco, que vendeu 144 ônibus no primeiro trimestre deste ano, com uma expansão de 61,8% sobre o mesmo período de 2023 (89 unidades). A Scania, com 106 veículos comercializados no país, registrou avanço de 79,7% sobre janeiro a março do ano passado (59 unidades). E a Volvo, que vendeu 93 ônibus até março, teve um resultado 65,7% menor que no primeiro trimestre do ano passado (271 unidades).

Exportações –

As exportações de ônibus apresentaram bom desempenho em março deste ano, com 404 veículos embarcados, 13,2% a mais que em fevereiro deste ano (357 unidades), e de 87,9% sobre março de 2023, quando foram exportados 215 veículos.

No acumulado de janeiro a março deste ano, as exportações de ônibus atingiram 874 unidades, 8,2% maior que no mesmo período de 2023, quando foram vendidos 808 veículos no mercado internacional.

De modelos rodoviários, foram exportados de janeiro a março deste ano 424 veículos, 50,4% a mais que no primeiro trimestre de 2023 (282 unidades). E de urbanos foram 450 unidades, volume 14,4% abaixo dos 526 veículos exportados nos três primeiros meses de 2023. Freitas explicou que no mercado de ônibus as negociações de exportações são sazonais, com contratos específicos.

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