Marcopolo está atenta às oportunidades em eletromobilidade

Para a produção do seu ônibus elétrico, a Marcopolo passou a utilizar novas tecnologias de materiais na carroceria, como plásticos de engenharia e painéis em poliuretano expandido (PU)

Sonia Moraes

A Marcopolo vê oportunidades para os fornecedores com o avanço da eletrificação. A empresa atua de duas formas no desenvolvimento de ônibus elétricos, por meio de parcerias com as fabricantes de chassis, como Volvo, Mercedes-Benz, BYD, entre outras, e com o Attivi Integral, incluindo a criação do chassi e da carroceria do seu novo modelo elétrico.

Renato Florence, gerente de engenharia de planejamento e desenvolvimento da Marcopolo, ressalta, no entanto, que a capacitação é fundamental para aproveitar as possibilidades existentes, permitir uma produção em larga escala do ônibus elétrico e acelerar a transição das frotas. “A indústria brasileira precisa continuar investindo e desenvolvendo novas tecnologias e soluções para acelerar a utilização dos veículos elétricos no transporte coletivo de passageiros.”

Segundo Florence, o elevado conteúdo de componentes de fabricação local permite a rápida disponibilidade de peças de reposição, com baixo custo, sendo uma vantagem competitiva frente aos veículos importados, além da especificação adequada para as severas condições das vias brasileiras.

“Para estimular o avanço do ônibus elétrico no país, os investimentos não podem se limitar à infraestrutura de recarga, mas abranger também os demais insumos, equipamentos e serviços, a fim de oferecer produtos de alta qualidade, eficiência energética e confiabilidade para atender à demanda”, ressalta o gerente da Marcopolo.

Para a produção do seu ônibus elétrico, a Marcopolo passou a utilizar novas tecnologias de materiais na carroceria, como plásticos de engenharia e painéis em poliuretano expandido (PU). Segundo o gerente, isso permite a eliminação de peças em fibra de vidro por chapas em alumínio para reduzir o peso e aumentar a produtividade, eficiência dos processos de fabricação e qualidade de acabamento, eliminando produtos não recicláveis, como a fibra de vidro.

“As soluções técnicas, com o uso de aços de alta resistência, permitem trazer vários benefícios, como redução de peso e otimizações de espessuras de chapas, com ganhos estruturais e durabilidade. Os projetos de suporte em materiais compósitos auxiliam na redução de pesos e a atingir geometrias especiais otimizadas e mais econômicas”, explica Florence.

No Attivi Integral, a Marcopolo mudou o envidraçamento com a utilização de vidros curvos de menor espessura, menor peso e mais resistentes que os vidros retos. E está desenvolvendo fornecedor local para o espelho retrovisor por câmeras e visores, que permitem melhor e maior cobertura de visualização e melhoria na visão noturna.

Como novidades já desenvolvidas pelos fornecedores, Florence cita o chassi com sistema ABS (Anti-lock Braking System, freios antitravamento) e o ESP (Eletronic Stability Program – Programa Eletrônico de Estabilidade), que possibilita maior segurança na operação. Isso associado ao monitoramento do sistema de bateria e motor de tração por intermédio da telemetria, que auxilia a visualização remota em tempo real do funcionamento do veículo.

“Para os ônibus elétricos, o chassi dispõe de sistemas de proteção em caso de colisão, protegendo as baterias, e do sistema de supressão de incêndio do ambiente das baterias”, destaca o gerente.

Outra novidade que as fabricantes de autopeças passaram a oferecer aos veículos elétricos são as baterias com a tecnologia LFP (Lithium Iron Phosphate – lítio-ferro-fosfato). Segundo Florence, são as mais estáveis e seguras do mercado e contam com sistema arrefecimento por água, podendo operar nas mais severas condições ambientais de elevada temperatura. “O sistema de recarregamento do veículo tem conexão com carregadores rápidos de alta potência, permitindo baixo tempo na operação.”

Os motores elétricos de tração que equipam o ônibus elétrico da Marcopolo utilizam tecnologia moderna de alta eficiência, permitindo o maior aproveitamento da energia e elevada autonomia. “Além da redução de ruído interno e externo, garantem maior conforto aos passageiros e motoristas. E o sistema elétrico é protegido, permitindo que os veículos transitem em áreas alagadas com segurança”, destaca Florence.

GIO_BOFF Renato Florence, gerente de engenharia de planejamento e
desenvolvimento da Marcopolo (Divulgação)

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