Celso Mendonça, gerente de vendas de soluções para mobilidade da Scania operações comerciais Brasil: “Agora o mercado de ônibus está acelerado e buscando os modelos Euro 6, que trazem economia de combustível e muitos benefícios para os clientes”

A Scania está otimista para o segmento de rodoviários este ano. Tem boa carteira de clientes e compras de grandes empresas rodoviárias

Technibus – Qual a estimativa da Scania para o mercado de ônibus em 2023?

Celso Mendonça O ano de 2023 começou com um ritmo devagar. Agora o mercado está acelerado e buscando os modelos Euro 6, que trazem economia de combustível e muitos benefícios para os clientes.

Technibus – A Scania está confiante que o mercado de ônibus continue crescendo neste ano?

Celso Mendonça Estamos confiantes no mercado. Temos certeza que a Nova Geração de ônibus Euro 6 será um sucesso. Desenvolvemos uma linha baseada em sustentabilidade, rentabilidade e segurança e estamos trazendo para o Brasil a geração mais recente da Europa e que representa uma evolução para as linhas focadas em ônibus no país. Os novos modelos estarão disponíveis numa vasta gama de trens de força e vão proporcionar até 8% de economia de combustível em ônibus rodoviários – sendo 7% do motor XPI Euro 6 e 1% da caixa automatizada Scania Opticruise –, e de até 10% nos urbanos, sendo 7% do motor XPI Euro 6 e 3% da caixa automática ZF EcoLife 2. Além de baixos níveis de emissões e de ruídos. As principais novidades da Nova Geração de ônibus da Série K Scania são: motores com sistema de injeção múltipla XPI e lay shaft brake (troca de marchas 45% mais rápidas), evolução do sistema de segurança ADAS e novos sensores (alertas de ponto cego e de pedestres), atualizações das caixas de câmbio Scania Opticruise (rodoviários) e ZF EcoLife 2 (urbanos), chassi mais leve, novo eixo traseiro direcional do urbano de 15 metros com sistema eletro-hidráulico, rodoviário 8×2 com 500cv (maior potência do mercado) e área do motorista redesenhada e aprimorada (painel, volante e pedais).

Technibus – A restrição ao crédito poderá atrapalhar o crescimento do mercado de ônibus neste ano?

Celso Mendonça Este é um fator que tem postergando muitas vendas. Mas, ao longo dos meses o mercado vai se estabilizar, e estamos com nossos serviços financeiros à disposição para apoiar o cliente em sua operação.

Technibus – O abastecimento de semicondutores e outros componentes já está normalizado?

Celso Mendonça Vemos uma tendência mais positiva e de maior estabilidade na cadeia produtiva neste ano, e seguimos trabalhando próximos aos nossos fornecedores para minimizar eventuais impactos e garantir as entregas para nossos clientes.

Technibus – Em quantos turnos a Scania está trabalhando na fábrica de São Bernardo do Campo e como está a produção de chassis de ônibus rodoviários Euro 6?

Celso Mendonça Atualmente, a fábrica está trabalhando em um turno, e a produção dos modelos rodoviários Euro 6 está sendo cumprida em ritmo normal.

Technibus – A Scania já tem encomendas de ônibus Euro 6?

Celso Mendonça Já temos encomendas sim, com entregas sendo feitas e outras programadas, num processo normal de mercado.

Technibus – Com está a demanda dos modelos movidos a gás natural?

Celso Mendonça Para o mercado brasileiro, ainda não temos venda confirmada do ônibus a gás, mas estamos recebendo muitas consultas. Começamos em março uma demonstração na região metropolitana em Curitiba, e deveremos ter outra com ônibus rodoviário em breve, em São Paulo. São ações que vão ajudar a gerar ainda mais interesse de clientes.

Technibus – A Scania continua produzindo os chassis Euro 5 para atender outros mercados?

Celso Mendonça A Scania introduziu a Nova Geração de ônibus a partir deste ano, e seguimos com a oferta de Euro 3, Euro 5 e Euro 6 para cumprir com as diferentes demandas legais dos mercados que atendemos globalmente. Esse movimento é coordenado pela nossa área de exportação.

Technibus – Qual a previsão da Scania para o mercado de rodoviários?

Celso Mendonça Estamos otimistas para o ano. A empresa tem boa carteira de clientes e compras de grandes empresas rodoviárias. Ainda não há uma previsão concreta de aumento em relação ao mercado de 2022, mas estamos confiantes. A necessidade de rodagem está igual ao período pré-pandêmico, o que nos dá um sinal claro de que o cliente está interessado. A grande maioria da carteira está com o 6×2, depois o 8×2 e por último o 4×2. Estamos nos posicionando muito bem nos segmentos e nichos estratégicos.

Technibus – Como deverá se comportar neste ano o mercado de urbanos e fretamento com o fim das restrições impostas pela pandemia?

Celso Mendonça Os operadores urbanos foram os que mais sofreram com a pandemia e ainda deve levar mais um tempo para uma recuperação mais robusta do segmento, mas estamos confiantes com nossas soluções. Temos uma parceria de sucesso com a Eletra, Caio e Weg em um modelo elétrico que está fazendo muito sucesso. Estamos acompanhando este movimento. E o gás continua sendo um grande foco nosso. Teremos várias demonstrações ao longo do ano como uma alternativa entre o elétrico e o diesel. Estamos percebendo um questionamento de muito interesse dos órgãos gestores pelo nosso produto a gás. A nossa solução de 15 metros está sendo cada vez mais estudada para a substituição dos articulados.

Technibus – Como a Scania avalia o avanço da eletrificação no mercado de ônibus?

Celso Mendonça A Scania não está vendendo caminhões ou ônibus elétricos no Brasil. Diferente da realidade da Europa. Estamos mantendo firme nosso propósito de liderar a transição para um sistema de transporte mais sustentável iniciado na Europa, em 2016. Desde então, a evolução da agenda da sustentabilidade vem sendo com nossos modelos movidos a gás (GNV – gás natural veicular) e/ou biometano. A maturidade do mercado é essencial para os avanços que planejamos para os próximos anos. O investimento certo do cliente hoje, representará um transporte mais seguro, eficiente e menos poluente.

Technibus – A Scania já está preparada para atender a demanda do mercado de elétricos?

Celso Mendonça A Scania tem a linha elétrica disponível na Europa, mas para a introdução de uma tecnologia no mercado brasileiro, precisamos levar em consideração três aspectos: a tecnologia do produto, a tecnologia do combustível e a distribuição desse combustível. No caso de veículos elétricos, é preciso de uma rede de carregamento para todo o país e o aumento da oferta de eletricidade para atender a demanda de uma frota. Além disso, ainda há discussão sobre o descarte das baterias e seu impacto ambiental. É preciso lembrar que o momento oportuno para vender no Brasil será quando a tecnologia fizer sentido para a operação dos nossos clientes do ponto de vista econômico e ambiental, ou seja, veículos elétricos no país demandam um equilíbrio entre a maturidade da tecnologia e seus custos de operação, manutenção e carregamento, com uma infraestrutura robusta e que dê segurança energética. Neste momento, enxergamos que há um grande potencial para o gás natural e o biometano no Brasil, como ponte na transição para o ecossistema de transporte e logística livre de carbono. Portanto, o veículo elétrico é o caminho do futuro, sim, mas o ´Aqui e Agora’ para o Brasil é o gás. Na Europa, já temos nossas opções elétricas, híbridas e também a gás.

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