Danilo Franzin Paulo, gerente de inovações tecnológicas da Socicam: “O CORE é uma evolução dos tradicionais centros de controles operacionais, muito comuns em operações de missão crítica que requerem monitoramento e controle dos equipamentos a serem assistidos de maneira ininterrupta”

Combinando tecnologias avançadas, o laboratório de inovação da Socicam desenvolveu o CORE, que pode ser definido como um núcleo de inteligência integrada de diversos terminais e equipamentos de embarque e desembarque. Hoje, o projeto está implementado nos terminais e estações de BRT na região metropolitana do Recife, administrados pela Nova Mobi Pernambuco

Technibus – Como funciona o CORE – Inteligência Integrada?

Danilo Franzin Paulo – O CORE é uma evolução dos tradicionais centros de controles operacionais, muito comuns em operações de missão crítica que requerem monitoramento e controle dos equipamentos a serem assistidos de maneira ininterrupta. O conceito do CORE como um ambiente centralizado para realização do controle destes equipamentos possui minimamente três diferentes ambientes: uma sala de controle, uma sala de decisão ou crise e uma sala técnica. Cada ambiente é planejado para “funcionar” de maneira independente e com o seu objetivo pré-definido. Do ponto de vista técnico, o CORE é um ecossistema integrado de diversos subsistemas que nos centros de controle tradicionais funcionam de maneira independente e requerem uma série de intervenções humanas e operacionais para atingirem seu objetivo. No conceito do CORE, recursos avançados da área de tecnologia da informação, como inteligência artificial (IA), Internet das coisas (IoT) e machine learning (ML) atuam de maneira direta para direcionar o operador a atuar de maneira mais assertiva e com menor tempo de resposta na tratativa de ocorrências. 

Technibus – Em termos de inovação, quais os destaques do Core?

Danilo Franzin Paulo – Para assegurar a inovação nos processos de controle e monitoramento de suas operações, considerando o contexto de incremento e evolução da aplicação da inteligência artificial, aliada à necessidade crescente na proteção e controle de dados, o CORE foi concebido para suprir estes avanços e permitir a aplicação de recursos que até então não eram aplicados nos tradicionais centros de controle.

Technibus – Quais as vantagens em relação a um centro de controle operacional (CCO) tradicional?

Danilo Franzin Paulo – Maior eficiência operacional, menor tempo de resposta às ocorrências, melhor qualidade de trabalho para os colaboradores, maior disponibilidade de informação sistêmica, redução de risco a saúde dos usuários, maior inteligência das operações para alimentar a tomada de decisão, entre outras.

Technibus – Desde a implantação na concessionária Nova Mobi Pernambuco no ano passado, quais os principais ganhos da operação?

Danilo Franzin Paulo – Os principais ganhos foram padronização nos processos de tratativa de eventos, independente do modal que se aplica; maior assertividade na interpretação do evento ocorrido; menor tempo de resposta para identificação da ocorrência ou evento; necessidade de recursos humanos reduzidos para operar o sistema (o uso da IA potencializa o uso de recursos técnicos não humanos).

Technibus – O projeto deve ser ampliado para outros terminais? Como esse processo será feito?

Danilo Franzin Paulo – O projeto é considerado e previsto em todas as prospecções de novos negócios que a Socicam está estudando ou trabalhando. Pelo conceito de centralização e unificação do controle das operações, o CORE se aplica para projetos com características da existência de diferentes modais dentro do mesmo escopo de atuação ou projetos em que existem equipamentos, como terminais e estações, geograficamente distantes ou em pontos distintos dentro do mesmo objeto de atuação, como nos casos da Novamobi e consórcio Aeroportos Paulista (ASP).

Technibus – Como o CORE pode contribuir na construção de cidades inteligentes (Smart Cities)?

Danilo Franzin Paulo – O CORE é um elemento a mais dentro do conceito de cidades inteligentes no que compete à gestão da qualidade da mobilidade urbana. Juntamente com outras iniciativas desta matéria, ele certamente agrega valor e contribui com a evolução do conceito urbanista de monitoramento das cidades. O CORE hoje monitora a qualidade do ar nas estações e terminais do grande Recife, grandezas como CO², humidade e temperatura ambiente, gases nocivos à saúde, fumaça, entorpecentes dentre outros são monitorados 24 horas; identifica ruídos de disparo de arma de fogo, situações de agressão física, pedidos de ajuda por voz. Nesses casos, o CORE pode auxiliar o poder público nas ações corretivas ou preventivas para mitigar estes fatores.

O CORE conta com salas de controle, de reuniões e técnica (Divulgação)

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