Produção de ônibus recua em janeiro de 2023

As vendas em janeiro de 2023 foram de 1.714 ônibus, ficando 25,2% abaixo de dezembro do ano passado, mas superando em 65% o volume registrado em janeiro de 2022

Sonia Moraes

A produção de ônibus atingiu 782 veículos em janeiro de 2023, ficando 57,9% abaixo de dezembro de 2022 (1.858 unidades) e 41% abaixo de janeiro do ano passado, quando foram produzidos 1.325 ônibus, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Do total de ônibus produzidos em janeiro, 713 são modelos urbanos, segmento que apresentou redução de 46,1% em relação a dezembro de 2022 (1.324 unidades) e de 42,5% sobre janeiro do ano passado, cujo volume chegou a 1.240 ônibus. De rodoviários, foram 69 ônibus, com queda de 87,1% sobre dezembro de 2022 (534 veículos) e de 18,8% em relação a janeiro do ano passado, quando foram fabricados 85 veículos.

Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, explicou que o baixo volume de produção de ônibus já era esperado por conta da mudança de tecnologia, iniciando agora o Proconve P8, equivalente a Euro 6. “Há também o próprio planejamento das montadoras, que estenderam a sua produção em dezembro até o último dia e voltaram as férias coletivas ao longo de janeiro, ficando com a produção bem reduzida.”

Vendas-

As vendas de ônibus em janeiro de 2023 atingiram 1.714 veículos, ficando 25,2% abaixo de dezembro de 2022 (2.292 ônibus), mas superando em 65% o volume registrado em janeiro de 2022, que foi de 1.039 unidades. O volume maior no primeiro mês deste ano em relação a janeiro de 2022, segundo Bonini, ocorreu por causa da falta de componentes no começo do ano passado.

Do total de ônibus vendidos em janeiro deste ano, 34% são modelos escolares, 32% urbanos, 14% micro-ônibus, 13% de fretamento, 9% miniônibus e 8% rodoviários. As exportações totalizaram 290 ônibus em janeiro de 2023, sendo 208 modelos urbanos e 82 rodoviários, o que representa uma retração de 41,2% sobre dezembro de 2022 (493 unidades) e de 15,9% sobre janeiro de 2022 (345 ônibus).

Em janeiro de 2023, a liderança do mercado ficou com a Mercedes-Benz, com 655 ônibus emplacados, seguida pela Volkswagen com 438 unidades. A Agrale vendeu 414 unidades, a Volvo 123, a Scania 31 e a Iveco 28 veículos.

Nova sede-

Nesta segunda coletiva de imprensa de 2023, realizada em nova sede instalada em Brasília, Márcio Leite, presidente da Anfavea, informou que nesta semana vai receber algumas autoridades do setor público para discutir com as empresas associadas e com o governo os principais pontos do setor automotivo.

Leite comentou que o presidente Lula tem ressaltado o seu compromisso com a reindustrialização do país, tecendo críticas em relação aos juros. “Não estamos discutindo a forma como isso tem ocorrido, mas principalmente a essência. Mas, com essa taxa de juros o mercado automotivo não cresce.”

O presidente da Anfavea destacou que o setor automotivo precisa de ter condições de vendas para o mercado. “Com a taxa de juros que temos hoje esse consumidor tem saído do mercado. É fundamental trazer esses consumidores para aumentar o volume da indústria, a geração de empregos.”

Leite relatou também que na posse do presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, ficou muito clara a intenção da reindustrialização, de o BNDES ser utilizado como instrumento importante de alavancagem da indústria, pesquisa, desenvolvimento social e econômico.

“O que a Anfavea discute hoje é a previsibilidade. A alíquota zero de imposto de importação não pode inibir investimentos na produção de tecnologias no Brasil porque nós precisamos criar essa produção a exemplo do que acontece com ônibus e caminhões. Hoje já estamos produzindo ônibus elétricos. Então, é fundamental termos previsibilidade para que as montadoras decidam os seus investimentos no Brasil”, afirmou o presidente da entidade.

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