Mercado de ônibus mantém bom ritmo de recuperação no Brasil e no exterior

No acumulado de janeiro a julho, a produção de ônibus aumentou 38,8%, com 16.461 chassis finalizados, e a exportação avançou 20,3%, com 2.671 veículos embarcados

Sonia Moraes

Apesar das dificuldades para abastecer a linha de montagem devido à falta de componentes por causa dos desafios na cadeia logística, o mercado de ônibus começa a reagir e atinge, em julho, a produção de 3.130 veículos, o que corresponde a um aumento de 4,6% em relação a junho deste ano, quando foram fabricados 2.991 veículos, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No acumulado de janeiro a julho, as montadoras produziram 16.461 chassis de ônibus, o que representou um aumento de 38,8% em relação aos 11.857 veículos fabricados no mesmo período de 2021. “A produção de 16.461 ônibus de janeiro a julho de 2022 ficou próxima do volume de 2019 e demonstra a recuperação do setor, que foi o mais afetado pela pandemia”, disse Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea.

Bonini esclareceu que toda a produção de ônibus tem um cronograma definido com os encarroçadores que farão as entregas dos modelos nos próximos meses. “Essa entrega vai depender da sincronia de produção das montadoras e as encarroçadoras”, frisou.

Vendas-

As vendas de ônibus no mercado interno tiveram redução de 11,5% com 1.243 veículos emplacados, ante 1.404 em junho deste ano. Os modelos escolares lideraram as vendas com 31% de participação, seguido pelos urbanos, cuja representatividade foi de 29%. Os micro-ônibus representaram 17%, os rodoviários 12%, fretamento 7% e miniônibus 4%, segundo a Anfavea.

No acumulado de janeiro a julho, a retração foi de 2,9% com 8.552 veículos comercializados no mercado brasileiro, enquanto, no mesmo período de 2021, foram vendidos 8.808 veículos no país. Bonini explicou que a queda nas vendas se deve à diferença entre as entregas dos chassis e as montagens pelos encarroçadores. “Os chassis que estão saindo das montadoras são referentes à produção de quatro a cinco meses atrás, e os licenciamentos ocorrem depois de o veículo estar completo e pronto para rodar.”

Exportação-

Nas exportações, as montadoras de ônibus tiveram bom desempenho, com 525 veículos vendidos no mercado internacional em julho, 17,2% acima do registrado em junho deste ano (448 unidades). Nos setes meses deste ano, as exportações aumentaram 20,3% em relação ao mesmo período de 2021, com 2.671 veículos destinados ao exterior – 1.418 urbanos e 1.253 rodoviários.

No segmento rodoviário, as exportações aumentaram 82,4% de janeiro a julho, com 1.253 veículos, ante os 687 veículos vendidos no exterior nos sete meses de 2021. Já no segmento de urbanos os 1.418 veículos exportados representaram uma queda de 7,5% sobre o mesmo período do ano passado.

Bonini esclareceu que a Argentina impactou muito o mercado de ônibus e de caminhões, com queda de 32% nos embarques desses veículos de janeiro a julho deste ano em relação ao mesmo período de 2021.

“No setor de ônibus, houve um incremento nas exportações, com diferença entre os urbanos e os rodoviários. O aumento nos rodoviários é porque estão sendo impulsionados pela demanda dos mercados da América Latina para uso em fretamento e turismo, que volta a ter maior relevância. Já a queda nos urbanos ocorre porque este setor obedece a um cronograma de licitação desses países, que se altera de se forma significativa de um semestre para outro ou até de um ano para outro quando há uma grande renovação em um ano e se tem uma redução significava em outro. A boa notícia é que, no acumulado do ano, apesar dos desafios, o setor de ônibus começa a retomar não somente no Brasil, mas também na América Latina.”

Ranking –

Nos sete meses de 2022, a liderança ficou com a Mercedes-Benz, com venda de 4.060 ônibus, 19,3% a mais que no acumulado de janeiro a julho de 2021 (3.404 veículos). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 2.268 veículos, 14,3% abaixo do mesmo período do ano anterior (2.647 unidades), e o terceiro com a Agrale, que comercializou 1.694 veículos, 8,1% superior aos sete meses do ano passado (1.567 ônibus).

Na sequência, está posicionada a Volvo que vendeu 249 ônibus até julho, 2,5% acima dos sete meses do ano passado (243 unidades); a Scania com 121 veículos, 72,9% superior a janeiro e julho de 2021 (70 unidades), e a Iveco que vendeu 113 ônibus, com queda de 86,8% sobre os sete meses de 2021, cujas vendas somaram 857 veículos.

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