Bancos de montadoras devem elevar o valor para financiamento de veículos em 2022

A estimativa da Anef é que os recursos atinjam R$ 216,4 bilhões neste ano, superando em 10% os R$ 196,8 bilhões liberados em 2021

Os bancos de montadoras devem aumentar em 10% os recursos que serão liberados para o financiamento de veículos em 2022, totalizando R$ 216,4 bilhões, segundo estimativas da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).

Em 2021, as instituições financeiras das montadoras liberaram R$ 196,8 bilhões para financiamento de veículos. Este valor é 25,7% superior aos R$ 156,6 bilhões que foram disponibilizados em 2020.

A Anef destacou que, apesar das dificuldades causadas pela Covid-19, o mercado automotivo – um dos mais afetados pela pandemia – conseguiu se manter forte.

“O setor mostrou capacidade muito grande de absorver o cenário desfavorável e entender as necessidades dos consumidores. Apesar de a compra dos veículos novos ser o carro-chefe, a negociação de usados desempenhou papel importante na manutenção da alta dos números totais”, disse Paulo Noman, presidente da Anef.

LAURO UEZONO SP98118-0809 Paulo Noman, presidente da Anef

O saldo total das carteiras, que vem mantendo crescimento significativo de modo contínuo desde 2017, atingiu R$ 334,6 bilhões em 2021, aumento de 17,3% em relação ao ano anterior, quando o valor foi de R$ 285,2 bilhões. 

A flexibilização dos planos de pagamento, com o aumento de opções com o prazo de 72 meses, além das parcelas variáveis, são fatores que ajudaram o mercado manter o crescimento diante de um cenário desfavorável. “O alargamento dos prazos adotado pelas instituições ajudou as parcelas a continuarem cabendo no bolso dos compradores, mesmo com todas as adversidades, o que manteve o mercado em alta”, explicou Noman.

Entre as modalidades de financiamentos, o CDC (Crédito Direto para o Consumidor) teve maior participação com R$ 332,1 bilhões do saldo das carteiras, o que representou avanço de 17,6% em relação ao ano anterior, que encerrou o período com um saldo de R$ 282,3 bilhões.

O leasing, que já mostrava menor participação no balanço anual, perdeu força com registros de R$ 2,5 bilhões, ante os R$ 2,9 bilhões de 2020. Com este valor, a queda foi de 13,8% no saldo das carteiras.

As vendas de veículos comerciais (caminhões e ônibus) tiveram um comportamento próximo de 2020, com o CDC representando 45% dos financiamentos, o Finame 25% e o consórcio 4%. As vendas com pagamento à vista totalizaram 25% e o leasing somou o 1% restante.

As vendas de veículos de passeio e de comerciais leves, registraram aumento de 50% nos pagamentos à vista, igualando-se ao total das vendas a prazo, que tiveram os financiamentos por meio do CDC 46% de participação e o consórcio 4%.

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