Vendas de ônibus apresentam incremento de 21,7% nos sete meses de 2021

De acordo com a Anfavea, a produção de chassis de ônibus aumentou 12,1% até julho, com 11.857 veículos, sendo 10.312 modelos urbanos e 1.545 rodoviários

Sonia Moraes

O mercado de ônibus fechou julho com 1.270 veículos emplacados. A retração de 11,2% em comparação a junho deste ano (1.430 unidades) foi influenciada pelo encerramento da licitação do programa Caminho da Escola de 2019 e já era previsto pelas montadoras. A média diária de emplacamento no mês passado girou em torno de 58 veículos, enquanto em junho era de 68 veículos. Em julho de 2020, a média diária de emplacamento era de 66 ônibus, e no mesmo mês de 2019 era de 79 veículos.

“Restam poucas unidades a serem emplacadas dos veículos que já foram entregues e isso impactou no número de ônibus vendidos em julho”, esclareceu Marco Saltini, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que considerou o resultado de julho como o pior desde 2017.

“O Caminho da Escola está diminuindo a participação, mas ainda em julho representou 25% do mercado de ônibus e o segmento de urbano foi o mais representativo com 31% de participação nas vendas”, destacou Saltini.

No acumulado de janeiro a julho, a venda de 8.808 chassis de ônibus superou em 21,7% os sete meses de 2020, quando houve 7.239 veículos emplacados, por causa do impacto que a pandemia causou ao setor no ano passado. Mas Saltini considerou o resultado dos sete meses do ano como o melhor desde 2019.

Mesmo assim, Saltini lembrou que o mercado ônibus ainda continua impactado pela crise sanitária. “O mercado de ônibus, que não tinha uma situação confortável antes da pandemia, com relação ao preço das tarifas e os custos dos operadores, acabou se fragilizando ainda mais quando muitos ônibus urbanos deixaram de circular com o fechamento das cidades ou tiveram que circular com número menor de passageiros durante a pandemia”, observou Saltini.

Produção –

A produção de julho, sem contabilizar os ônibus para o Caminho da Escola, apresentou uma queda de 5,5%, totalizando 1.533 chassis, quando comparado aos 1.622 veículos fabricados em junho deste ano.

No acumulado de janeiro a julho a produção de 11.857 chassis de ônibus foi 12,1% superior ao mesmo período de 2020 (10.575 unidades) por causa do impacto causado pela pandemia, segundo Saltini.

Do total de ônibus produzidos até julho deste ano, 10.312 são de modelos urbanos, o que representou um crescimento de 21,3% sobre os sete meses de 2020, que registrou 8.501 veículos fabricados. De modelos rodoviários, foram 1.545 unidades, 25,5% abaixo dos 2.074 veículos feitos de janeiro a julho do ano passado. Saltini explicou que esse resultado se deve aos pequenos movimentos de renovação de frota que vêm sendo feitos em algumas cidades.

Exportação –

Nas exportações, as montadoras fecharam julho com queda de 2,9%, quando comparado a junho deste ano, ao embarcar 331 ônibus. Somando os veículos comercializados no exterior de janeiro a julho, foram 2.220 unidades, 2,9% abaixo dos 2.287 ônibus exportados nos sete primeiros meses de 2020.

Do total de ônibus vendidos ao exterior até julho, os modelos urbanos tiveram aumento de 30,8% com o embarque de 1.533 veículos ante os 1.172 modelos exportados nos sete meses de 2020. Os rodoviários apresentaram retração de 38,4%, com 687 veículos exportados, em comparação aos 1.115 veículos vendidos no exterior no mesmo período do ano passado.

Em CKD (veículos desmontados), foram exportados 1.073 ônibus até julho, 19,5% abaixo dos 1.334 veículos embarcados de janeiro a julho de 2020, segundo a Anfavea.

Ranking – 

No ranking de janeiro a julho, a liderança ficou com a Mercedes-Benz com a venda de 3.404 ônibus, 12,6% abaixo do mesmo período do ano passado (3.896 unidades). O segundo lugar ficou com a Volkswagen Caminhões e Ônibus, que vendeu 2.647 veículos até julho de 2021, o que representa 52% a mais na comparação com o mesmo período do ano anterior (1.742 unidades). Em terceiro vem a Agrale, que comercializou 1.567 ônibus, 84,4% a mais que nos sete meses de 2020 (850 unidades).

Na sequência, está posicionada a Iveco com 857 ônibus vendidos, e aumento de 499,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando vendeu 143 unidades. A  Volvo comercializou 243 ônibus, 9,3% a menos; e a Scania, que registrou a venda de 70 veículos vendidos, com redução de 69,3%. 

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